Crítica | Morando com o Crush

Crítica | Morando com o Crush

O filme “Morando com o Crush” tem uma boa premissa ao explorar uma situação um pouco inusitada de um amor adolescente. Os protagonistas são Luana (Giulia Benite) e Hugo (Vitor Figueiredo), dois jovens que descobrem que têm um interesse romântico entre si. Após ele finalmente tomar a atitude de convidá-la para sair, eles descobrem que o pai dela está namorando com a mãe dele. Para complicar ainda mais a circunstância, os pais anunciam que vão morar juntos.

Inicialmente esse cenário poderia beneficiar os protagonistas, no entanto surge outro elemento para complicar o quadro deles. A família se muda para uma cidade do interior e eles terão que fingir ser irmãos gêmeos para conseguir uma vaga na mesma escola. Assim a confusão está formada.

O diretor Hsu Chien constrói seu filme de forma consistente e ainda encontra espaço para alguns artifícios narrativos. Um deles é utilizar a divisão de quadros, para ao mesmo tempo mostrar que os protagonistas estão juntos em tela e na mesma casa, no entanto estão separados pelo cenário apresentado em “Morando com o Crush”. Não é um recurso inovador, mas mostra que o cineasta busca a melhor forma de levar à tela o roteiro escrito por Sylvio Gonçalves.

Já o roteiro inclui uma referência curiosa ao apresentar a personagem de Priscilla (Júlia Olliver), uma jovem que está com a perna quebrada e tem que utilizar uma cadeira de rodas. Ela ganha dos pais uma câmera fotográfica e com a chegada da nova família na casa em frente a sua, resolve ficar em observação em busca de algo estranho. Esse elemento é uma alusão ao clássico “Janela Indiscreta” (1954) de Alfred Hitchcock, mas sem a parte do assassinato.

Os dois protagonistas mostram uma boa química entre si, mas sem dúvidas o principal destaque é Giulia Benite. É bom observar a evolução da jovem, que após ficar conhecida por interpretar a Mônica nas produções da Turma da Mônica se consolida com uma ótima e carismática atriz. É interessante notar como ela investe sua carreira no cinema, já que no Brasil o caminho natural seria o da televisão. Em “Morando com o Crush” ela desenvolve uma Luana em fase de amadurecimento e tem espaço para explorar as nuances da personagem, como o fato dela ter perdido a mãe.

No entanto, a montagem do filme é um pouco irregular ao incluir momentos de alívio cômico no meio da história que nem sempre funcionam. Um específico no qual o personagem de Marcos Pasquim vai em casa e fica preso num quarto não parece ter nenhuma função narrativa dentro do longa-metragem. Apesar de alguns tropeços, no geral o ritmo trama é satisfatório.

Dessa forma, “Morando com o Crush” é um filme eficiente no que se propõe a apresentar uma comédia romântica adolescente que não cede facilmente aos clichês do gênero. Sem dúvidas a química entre os protagonistas e o carisma de Giulia Benite são os principais diferenciais do longa-metragem de Hsu Chien.


Uma frase: – Fábio e Antônia: “A gente vai morar juntos!”

Uma cena: Quando Luana e Hugo vão em um parque de diversões.

Uma curiosidade: O filme começou a ser rodado entre setembro e outubro de 2022. As filmagens ocorreram em Rio Grande do Sul: Porto Alegre e Nova Petrópolis.


Morando com o Crush

Direção: Hsu Chien
Roteiro: Sylvio Gonçalves
Elenco: Giulia Benite, Vitor Figueiredo, Marcos Pasquim, Carina Sacchelli e Juliana Alves
Gênero: Comédia, Romance
Ano: 2024
Duração: 90 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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