Crítica | The Last of Us – 1×03: Long, Long Time
Existem três grupos de pessoas que não vão gostar do terceiro episódio de The Last of Us: os homofóbicos, os puristas extremos e aqueles que querem apenas ver infectados e um monte de ação.
O primeiro grupo não merece nem um segundo de atenção, já para o segundo eu gostaria de falar algo que sempre falo ao defender a liberdade em adaptações: se você quer ver o jogo representado na sua totalidade, não é melhor jogar novamente?
Quanto ao terceiro, é meramente uma questão de gosto. Talvez você queira algo mais agitado e frenético como World War Z. E não há nada de errado nisso.
Os comentários a seguir falam sobre acontecimentos encontrados em Long, Long Time, terceiro episódio da primeira temporada de The Last of Us.
Eu não esperava um episódio como Long, Long Time. Na realidade, não estava nem preparado para o que se passa aqui.
Acompanhamos por alguns minutos Joel e Ellie caminhando em meio ao mundo pós-apocalíptico. É um momento de respiro, aparentemente sem grandes ameaças. É uma oportunidade para uma aproximação maior entre os dois.
Durante as andanças, Joel explica para Ellie mais ou menos o que aconteceu quando a infecção começou. A teoria da farinha estava certa. Basicamente, não comer a panqueca foi a salvação de Joel.
Ele também revelou algo chocante, mas esperado: muitas pessoas foram mortas mesmo sem estarem infectadas.
Um flashback para aquele início de apocalipse nos apresenta a Bill, um cara desconfiado e preparado para o fim do mundo.
Ele possuía um arsenal extenso, suprimentos e recursos para deixar um eventual apocalipse um pouco mais seguro. E ele veio.
Bill monta então uma verdadeira fortaleza para impedir a entrada de infectados e saqueadores. Ele se isola ali e foca em apenas sobreviver.
Eis que um dia Frank chega aos redutos de Bill. E a história muda de tom. Um romance inesperado e cheio de sensibilidade se inicia. Por quase todo o episódio esquecemos do mundo caótico lá fora e apenas acompanhamos duas pessoas criando um laço muito forte.
Vários detalhes espalhados por esse episódio fazem dele algo poético. Até no meio do caos e da desesperança é possível conhecer alguém que faz todo o esforço valer a pena.
O esforço de encarar mais um dia nesse mundo hostil e depressivo é muitas vezes descomunal. Uma saída é se apegar a pequenas coisas, como morangos frescos, um prato requintado ou uma música especial.
Enfrentar isso acompanhado é certamente menos difícil. Só que o medo de algo de ruim acontecer se torna maior.
Por cerca de uma hora vemos uma história de amor tocante, envolvente e com um desfecho brilhante e inescapavelmente trágico.
Que grande trabalho de Murray Bartlett e Nick Offerman. Não é por nada não, mas isso aí tem cheiro de Emmy.
The Last of Us está dando aula de como pegar algo bom e transformar em uma experiência mais completa. É isso o que se espera de uma adaptação de qualidade. Craig Mazin e Neil Druckmann oferecem mais contexto para uma história já rica. Agora as expectativas para os próximos episódios estão ainda maiores. Não sem motivos.
The Last of Us
Temporada: 1
Episódio: 03
Título: Long, Long Time
Roteiro: Craig Mazin, Neil Druckmann
Direção: Peter Hoar
Elenco: Nick Offerman, Murray Bartlett, Pedro Pascal, Bella Ramsey, Anna Torv