Crítica | Star Wars: Os Últimos Jedi (Star Wars: The Last Jedi)

Crítica | Star Wars: Os Últimos Jedi (Star Wars: The Last Jedi)

Voltar ao universo Star Wars não é uma tarefa fácil. Em “O Despertar da Força” o diretor J.J. Abrams preferiu seguir por um caminho mais seguro ao apresentar uma história que seguia um formato parecido com o de “Uma Nova Esperança” misturando nostalgia e novidade. A tarefa de Rian Johnson em “Star Wars: Os Últimos Jedi” foi mais complicada, ousada e ambiciosa. O diretor e roteirista tinha que continuar a narrativa, só que desta vez provar, e com seus próprios méritos a qualidade da nova trilogia da franquia.

O tom da narrativa sofreu algumas mudanças, como por exemplo no humor, que está mais orgânico. As piadas funcionam em quase todos os momentos e não parecem forçadas, além de não tirarem a seriedade da história. Um bom exemplo disso é a utilização dos Porgs. Eles são bichos fofinhos que caso aparecessem mais um pouco, corriam o risco de se tornarem irritantes.

O diretor fez o filme mais longo franquia até agora sem tornar a experiência de assistir cansativa. Mas o mais impressionante foi como Johnson criou uma história onde os personagens realmente parecem estar em perigo, com um risco real onde a qualquer momento um deles pode morrer. Tudo parece que vai dar errado durante a história, e muitas vezes dá mesmo. Só que o público, assim como os personagens, sempre ficam com a esperança de que, no final, vai dar tudo certo. Isso cria uma tensão dramática verdadeira, até então difícil de acontecer durante todos os episódios de Star Wars. O tema principal da história é o equilíbrio da força e a forma como Rian alterna entre comédia, drama, tensão e ação ilustra bem isso.

Nesse novo episódio o império galático se prepara para acabar de vez com o que sobrou da resistência rebelde, que derrotou a Primeira Ordem no filme anterior. Enquanto isso Rey (Daisy Ridley) vai em busca de Luke Skywalker (Mark Hamill) para ajudar na luta e também para que ele a ensine sobre a força e os Jedi.

O roteiro cria dinâmicas interessantes entre alguns personagens e apresenta arcos dramáticos muito bem definidos. A relação entre Rey e Luke é bem delicada. O mestre Jedi teme repetir o mesmo erro que cometeu ao falhar com Kylo Ren (Adam Driver), que foi para o lado sombrio da força. Já a moça quer entender o seu lugar na história e descobrir mais sobre seu passado. Enquanto isso Kylo quer sair de vez das sombras do seu avó Darth Vadder e inclusive é convencido por Snoke a deixar de usar sua máscara, criando um simbolismo muito bom.

Sem dúvidas o personagem que talvez tenha o arco mais interessante é Poe Dameron (Oscar Isaac). Ele quer fazer de tudo para ajudar a rebelião a vencer de qualquer jeito, mesmo que tenha que passar por cima das ordens da sua superiora: a General Leia (Carrie Fisher). Isso cria uma relação de superioridade do homem em relação a mulher que tem um desfecho muito bem realizado, mostrando a força feminina dentro dessa nova trilogia. As mulheres continuam com os papéis de destaque e surgem em maior número, inclusive em funções como a de piloto que eram nulas nos filmes anteriores.

Surgem também novos personagens que acrescentam ainda mais a narrativa sem que pareçam desnecessário. A primeira é Rose (Kelly Marie Tran), que trabalha na área de manutenção da Resistência, e faz dupla com Finn (John Boyega) partindo juntos para uma missão secundária de bastante importância criando uma relação muito boa entre eles. O principal destaque fica por conta de Vice Almirante Amilyn Holdo (Laura Dern), que assume temporariamente o comando e mostra a força das mulheres entre os rebeldes com uma personagem feminina forte e bem desenvolvida. Já DJ, interpretado por Benicio del Toro, faz uma estreia promissora, mas vamos ver se no próximo episódio vai ganhar mais destaque. Ele é uma figura neutra, que não quer se encaixar em nenhum dos dois lados do conflito e isso pode ser explorado de forma mais interessante futuramente.

O roteiro do próprio Rian Johnson consegue dar conta de todos os personagens e conflitos de maneira muito eficiente. A escolha do elenco foi fundamental e os atores fazem um trabalho incrível cheios de carisma, boas atuações e química entre si. E como o tema do equilíbrio é recorrente, então é correto afirmar que Johnson trabalhou bem como diretor e roteirista ao balancear de forma brilhante a narrativa com a parte técnica.

A trilha sonora do lendário John Williams é o principal destaque da parte técnica. Responsável pela trilha de todos os filmes da saga, com exceção de “Rogue One”, o compositor faz um trabalho magnífico ao misturar os temas clássicos com novas composições. O uso dos temas já conhecidos tem um propósito muito inteligente por evocar a nostalgia em momentos chave, como por exemplo na aparição de personagens clássicos como Leia e Luke. Ao mesmo tempo as novas canções trazem frescor as cenas sem deixar de ter aquele leve toque familiar para lembrar ao espectador que ele está dentro do universo de Star Wars.

A montagem de Bob Ducsay faz um ótimo trabalho ao dar ritmo a narrativa fazendo com que a história nunca pareça arrastada e corrida, e principalmente cansativa dentro dos 152 minutos de duração. Ele também usa recursos interessantes, como por exemplo quando um personagem pergunta “Onde está Fulano?”, aí corta para mostrar o que Fulano está fazendo. Além disso, equilibra bem a alternância entre os acontecimentos para não parecer que algo foi deixado de lado.

A fotografia também apresenta muita qualidade com efeitos visuais bem realizados, principalmente ao escolher cenários reais para dar maior realismo aos novos planetas. O equilíbrio (olha ele aqui mais uma vez) entre o real e o digital faz com que a verossimilhança seja obtida fazendo com que o espectador “mergulhe” de vez dentro do universo do filme. A cena no planeta Crait com sua areia vermelha é um bom exemplo disso ao criar um visual lindo explorando o simbolismo da cor. Inclusive essa cor é uma das mais importantes dentro da narrativa, principalmente ao representar o perigo e ameaça do império, especialmente na cena dentro da sala do líder supremo Snoke (Andy Serkis). Até mesmo o uso do 3D é correto, apesar de em muitos momentos não parecer realmente necessário.

Os Últimos Jedi” talvez seja o filme “menos Star Wars” da saga até agora, mas que consegue ao mesmo tempo manter todos os elementos que transformaram a franquia no enorme sucesso que tem hoje. O equilíbrio entre nostalgia e novidade foi construído com perfeição por Rian Johnson, que entendeu como o universo funciona e apresentou novos elementos dentro da sua visão sobre, ele sem deixar de manter a marca registrada dos filmes anteriores. O episódio VIII consegue fazer com que o espectador se emocione, fique tenso e se divirta de forma inteligente e bem orquestrada na balança entre obra de entretenimento de uma grande franquia e o longa de um diretor com seu ponto de vista artístico.


Uma frase: – Luke Skywalker: “Está na hora de os Jedi acabarem.”

Uma cena: Kylo Ren hesitando em atirar na nave onde sua mãe, a General Leia Organa, está.

Uma curiosidade: Rian Johnson preferiu mover a cicatriz facial de Kylo Ren (Adam Driver). Em Star Wars: O Despertar da Força (2015), o personagem é atingido por um sabre de luz no nariz. Neste filme, no entanto, a cicatriz desse machucado foi parar em cima do olho direito do rapaz. O motivo? Bem, o diretor não achava certo ter uma cicatriz no nariz.


Star Wars: Os Últimos Jedi (Star Wars: The Last Jedi)

Direção: Rian Johnson
Roteiro:
Rian Johnson
Elenco: Mark Hamill, Carrie Fisher, Adam Driver, Daisy Ridley, John Boyega, Oscar Isaac, Andy Serkis, Lupita Nyong’o, Domhnall Gleeson, Anthony Daniels, Gwendoline Christie, Kelly Marie Tran, Laura Dern e Benicio del Toro
Gênero: Ação, Aventura, Fantasia
Ano: 2017
Duração: 152 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

28 comentários sobre “Crítica | Star Wars: Os Últimos Jedi (Star Wars: The Last Jedi)

  1. Excelente crítica Ramon, e você falou em pontos importantes, a sensação de “qualquer um pode morrer” foi muito bem explorada.

    Acho que The Last Jedi conseguiu passar o legado dos nossos antigos heróis para os novos, para uma nova geração de fãs da franquia de forma bem interessante. O filme tem mesmo o humor acertado e algumas cenas são de arrepiar, principalmente a batalha final.

    Para mim, foi a melhor experiência cinematográfica de 2017, o melhor filme do ano. Mas isso é meu lado fã gritando igual um Porg

  2. É um filme bom, depois da ação inicial tive alguns momentos bem cansativos e até temi que parte do filme fosse daquele jeito. Mas isso é um problema já que alguns desses momentos de diálogos não ajudou tanto no desenvolvimento de alguns personagens. Depois a coisa começou a desenrolar e o filme valeu a pena.
    Fiquei chateado pois o FIN tem um tempo de tela que só está servindo como um alívio cômico. Basicamente ele serviu pra dialogar e iniciarr um par com um personagem de minoria e introduzir outro que pode ser muito útil futuramente, se ele não existisse naquele filme não ia mudar coisa alguma na prática. Não que eu deixei de gostar do personagem por isso, mas esperava mais dele. Enfim, 4 bacons

  3. Olá aos parceiros!

    Achei o filme razoável e, apesar de entender o direcionamento da análise feita por Ramon e porque achou bom eu não concordo. É um filme ruim de Star Wars e pode até ser um filme bom como diversão. Discordo que haja manutenção de elementos clássicos e imortalizados. É justamente o contrário; a uma desconstrução de tudo que fez Star Wars ser o que é hoje e nisso ele é péssimo, pois a desconstrução não acompanha a construção de algo que substitua.

    Para ilustrar, temos todos os fundamentos do que é ser um Jedi indo por água abaixo e disso não me refiro ao embate bom x mal, mas como guerreiros. A saga mostrou que o uso da força não é algo fácil, bem como o manuseio da arma mais emblemática, os lightsabers. Vemos a protagonista rasgando toda essa lógica e substituindo pelo nada, pois agora, qualquer um que use a força pode usá-la de qualquer forma o mesmo vale para o lightsaber. A noção de esforço para ganhar algo em troca vai para o lixo.

    O arco da Aliança Rebelde é um refresh piorado de fórmulas do passado e o empoderamento feminino que o filme desnecessariamente coloca como aspecto principal não é o caminho para uma obra do gênero aventura. Star Wars é sobre batalhas espaciais, aliens estranhos, guerreiros que usam um poder fantástico na luta contra uma ameaça do mal que quer por tudo isso abaixo. Star Wars não é sobre agendas políticas e sociais. Ele pode tratar de tudo isso? Sim, sempre tratou inclusive, mas não como ponto principal e aqui é onde reside sua maior falha.

    Eu não me surpreenderei se ficar abaixo do anterior em termos de bilheteria.

    Como SW um filme de 1 ou nenhum bacon. Como aventura espacial, por todos os méritos técnicos, eu até daria 4 bacons.

        1. Ele deve ter alguma problema de raciocínio, pois não vi nada de errado no seu texto. Está muito bom e concordo com ele. Destruíram o que era Star Wars tradicional e não construíram nada consistente em cima dos escombros.

    1. Porra, man:

      “…o empoderamento feminino que o filme desnecessariamente coloca como aspecto principal não é o caminho para uma obra do gênero aventura…”

      Sério que você pensa assim?

      O caminho é continuarmos não dando espaço pra quem sempre foi negligenciado? Na realidade o caminho tanto é esse que ainda está pouco o que foi feito aqui, com pilotas aos montes e também uma maior diversificação racial.

      Quanto a tal “agenda política e social”, acho que vi o filme errado toda a minha vida, porque sempre foi sobre isso apesar das alegorias de navinhas e raios lasers.

      1. Eu não tenho problema com isso mencionado por você Márcio, meu problema é por isso como ponto central da trama.

        Star Wars não é sobre a imposição feminina sobre os homens ou sobre supremacia branca nas elites. É sobre navinha, aliens curiosos fazendo mil peripécias e guerreiros que lutam por aquilo que acham certo.

        1. Não vi isso como ponto central da trama não meu caro, foi focado muito mais em aprender com erros (e todo mundo erra muito nesse filme) e também sobre o equilibrio que existe (ou deveria existir) com a questão da Força (Luz e Escuridão) do que emponderamento feminino.

          Talvez por nós (homens) termos sido sempre representados a vida toda nos filmes e tudo mais, a gente não consiga enxergar o outro lado e, quando temos o mínimo do espaço (falta muito mais), pareça exagerado para alguns.

    2. Provavelmente eu conheço Star Wars desde antes de você nascer. (Desculpe a carteirada). Mas é que quando alguém me vem com um mimimi desse tamanho (que não cabe nem em uma frota de caminhões daqueles que caíram na cabeça de Beef Tannen) eu tenho que comentar. Li e conheço muito do universo expandido antes dele ser deletado. Joguei todos (TODOS MESMO) sistemas de Star Wars de RPG até já existiriam e mestrei na maioria deles. Sou de uma época na qual se buscava desesperadoramente qualquer informação sobre a Ordem Jedi, e sequer havia internet. A gente aprendia pesquisando e muito. Pode se dizer que eu sou mais versado em Jedi do que em muitas das minhas graduações.

      Seguinte: se tem algo que definiu bem os Jedi foi a perspectiva de Luke (sim, uma Ordem que falhou em tudo que se propôs e sucumbiu graças à hubris) e a perspectiva de Yoda. A de Yoda, mais prática, o que personifica todo o arquétipo do grande mestre oriental que dá o tom do que deveria ser um mestre Jedi, não apenas na mente de George Lucas, mas em como ele se estabeleceu no cânone clássico. Sim: esse filme é fiel a essência do que significa ser Jedi. Porque ser Jedi tem mais a ver com o caminho de Miyamoto Musashi do que com a dogmática criada na cabeça vaidosa de fandoms, no melhor estilo Yoshioka do Japão. Ser Jedi é algo que deveria ser fluido e não estático. E mudar com o tempo. Preservando seus valores essenciais de Justiça – que em momento algum o roteiro de Rian Johnson subverte, ao contrário, apenas amplia ecoando sim as demandas do mundo contemporâneo como é importante que o seja – mas mudando. A velha Ordem Jedi se manteve presa a dogmas e isso a destruiu. Talvez se não tivessem, ainda que indiretamente, proibido – baseado apenas em um dogmatismo tolo, já que no passado da Velha República era comum haver longas linhagens e famílias de Jedi – o relacionamento entre Padmé e Anakin, Darth Sidious teria pouco com o que manipular Darth Vader. Yoda percebeu isso, tarde demais, em seu refúgio em Dagobah. Nada mais justo que fosse ele – o mesmo boneco, por sinal, trazido de volta por Frank Oz, e só por isso Johnson já mereceria uma salva de palmas de pé – a trazer a lição que faltava, não apenas para Luke, mas para todos nós.

      Aliás, a principal lição do filme, com relação aos Jedi é exatamente essa. Aquele que chama para si a autoridade de afirmar categoricamente aquilo que é ou não uma coisa, já começa errando. (E aqui ressalto que nessa linha, tudo que falei no trecho acima pode ser totalmente desconsiderado pela mesma linha de argumentação, se você assim quiser; mas eu, pelo menos, reconheço que o dogmatismo, principalmente para definir os Jedi, não só é burro como reforça a razões do fim da Ordem).

      Sobre agendas políticas… pela Força… de onde tiram essas coisas?

      Esse filme tem tanta agenda política quanto a trilogia clássica tinha. Talvez até menos já que Lucas já sumiu que em Episódio IV ela tinha uma inspiração direta na Guerra do Vietnã e identificava a Aliança Rebelde com a luta dos Vietcongs. Mas isso é subtexto do subtexto, e é por isso que tem muito reaça amante capacho do imperialismo estadunidense (como é bem evidente) que inadvertidamente ama Star Wars.

      Esse filme sequer tem um subtexto político próximo do de Episódio IV nesse sentido. Que há subtexto, há, sim dúvida. Mas não na mesma proporção. E nem de longe o subtexto político que você sugere. O subtexto político do filme não é sobre pautas identitárias. O subtexto político do filme é sobre, mais uma vez, o imperialismo, que muda de nome, vira Primeira Ordem , mas não muda seus métodos. Mas o subtexto principal do filme é outro. É justamente aquilo que incomoda muita gente. Que é preciso abraçar a mudança ou se enfileirar ao lado da “Primeira Ordem”, achar que está vencendo por um tempo, para ao fim, sucumbir com ela (assim espero).

      Ou seja: o mundo mudou. Uns enxergam isso tarde demais e chafurdam em sua própria hubris (como a Ordem Jedi do passado) e outros lideram primeiro a Resistência, depois a Rebelião e em seguida estabelecem os termos da mudança.

      Há tanto empoderamento feminino nesse filme como houve em Star Wars desde o ínicio. Leia sempre foi a personagem mais importantes – talvez não para os fãs, e não de uma perspectiva metanarrativa – dentro da trama. Filha de um importante senador, líder Rebelde, e respeitada por todos. Junto com quem? Com outra moça chamada Mon Mothma. Ou seja: quem fala que há protagonismo feminino em Star Wars agora, é porquê sempre foi muito autocentrado para olhar o mundo de uma perspectiva da sua.

      Mas é aquela coisa: Narciso acha mesmo feio o que não é espelho. E hoje em dia, não basta achar feio, tem que se incomodar com o justo espaço que o diferente passa a ter, e tentar atacar isso com argumentos bem rasteiros. Como por exemplo: questionar uma pretensa imagem panfletária política, como se isso fosse ilegítimo e Hollywood já não viesse fazendo isso desde seus primórdios, com inclusive atores que viraram presidentes. Mas, como nesse caso o panfleto é do cowboy “ype-kayeh”, aí deixa de ser político, e vira só “cultura”.

      Em suma, o que se vê na tela de Star Wars hoje não é um manifesto político. É apenas um reconhecimento de um espaço que diversas outras pessoas – que não apenas o típico homem branco heterossexual estadunidense – agora efetivamente possuem na esfera pública. Não fazer isso seria simplesmente uma absoluta burrice comercial. A Disney não está preocupada tanto com pautas sociais como está com dinheiro. E ela só sabe que pode fazer dinheiro com isso, pois o espaço mencionado que eu falei já existe, a despeito da birra e insistência em contrário daqueles que não se conformam com isso. Não reconhecer, enfim, sua burrice. Muita gente se dá ao luxo de insistir em ser cega para isso nos dias de hoje; tá no direito. Mas uma empresa bilionária como a Disney não pode ser dar a esse luxo.

      E por isso mesmo que segue fazendo muito dinheiro (não adianta fazer biquinho, ele tá ganhando mais caminhão de grana do que a capacidade de muito fã inconformado de pensar e falar merda nas redes); já chegou em meio Bilhão. Não há expectativas de imediato ultrapassar TFA. Claro. Até porque TFA tinha tido um hype de retorno em torno dele que o impulsionou muito pra cima. Mais deve ultrapassar sim 1 Bilhão com certa tranquilidade.

      Acorde meu velho. Saia do século XIX (ou volte logo pra ele de uma vez). Esse filme não tem agenda política nenhuma. E criticar o filme com base nisso não só demonstra anacronismo e uma posição reacionária (além de uma pitada de delírio paranóico similar ao de alguém que foi mordido pela mosca verde fosforescente do MBL e agora vê “comunismo” e “esquerdismo” pra todo lado que olha e vê coisa diferente da sua visão mirrada de mundo); demonstra principalmente um profundo e lamentável desconhecimento de temas como política, cinema e, o que é pior, da própria saga e do UNIVERSO de Star Wars que, vou repetir, SEMPRE teve mulheres em papel de protagonismo, e sempre deu espaço às minorias.

      *P.S. – e se esse filme não tem navinhas, raios e batalhas (que, infelizmente, é o que você acha a que Star Wars se resume) eu sinceramente duvido que tenhamos visto o mesmo filme.

      1. “Provavelmente eu conheço Star Wars desde antes de você nascer. (Desculpe a carteirada).”

        Desculparia se fosse algo inocente, mas vindo de você Mário, que gosta de impor seus argumentos a todo custo, aliás, típico das pessoas que enxergam o mundo pela sua lente, eu não desculpo, mesmo sabendo que isso pouco importa.

        Eu neguei as pautas políticas do SW antigo? Não. Você cuspiu toda essa sua filosofada barata carregada de prejudicialidade travestido de liberalismo, coisa que você não é. Você é apenas mais um daqueles libertários que se vê assim e acha que discursa como libertário, mas quer apenas a imposição de uma ordem que lhe convém e a automática subjugação do que hoje te incomoda. É a lógica inversa e tão perversa quanto os que você insiste em chamar de nefastos.

        O filme realmente não tem navinhas e todo o resto e é por isso que não é SW e é por isso que vi a mesma droga que você, com a diferença que eu respeito quem pensa diferente e não tento moldar minha lógica como superior a de outros. E o fato de eu achar ruim não me faz idiota, atrasado ou contrário a nada, apenas acho a inserção inapropriada, inadequada e indevida. Se isso te abala tanto, só lamento, o mundo é assim e as pessoas, ainda bem, podem se expressar e tratar dos assuntos mesmo que os pontos divirjam. A diferença é que existem os verdadeiros tolerantes e os lobos em pele de cordeiro grupo do qual você faz parte ainda que se iluda ou se enxergue diferente, especial.

        O SW dos jogos eletrônicos, de tabuleiro, o SW diversão que foi o que alçou ao status visto hoje é o que não está presente nesse filme e é o alvo de minha restrição. Eu enxergo toda essa bosta que você fala com todo seu pretensiosismo típico, mas que já inunda toda e qualquer situação da vida. Não precisamos ser lembrados e forçados a isso numa sessão de cinema de aventura espacial. A alegoria simbolizada por Star Wars sempre foi isso; uma alegoria. Nunca foi a pauta principal.

        SW podia ter a conotação que fosse, mas no fim da sessão era sobre os raios lasers, sobre o contrabandista que se redime e vira herói por causa do amor a uma princesa birrenta. É sobre o garoto abandonado num lugar esquecível e que se descobre detentor de um poder incrível e parte de toda uma linhagem que representa um papel central no Universo. Star Wars é sobre a força e o que ela representa e todo o contexto necessário para dominá-la. Star Wars é sobre grandes feitos técnicos de efeitos especiais e uma revolução sobre a forma de fazer filmes de ficção científica.

        A agenda, a “filosofia” é para vocês arrogantes, do alto de sua pseudo importância, mas que no final não apitam nada e querem enxergar metafísica, metadidática, meta o que seja em um filme de aventura espacial. Sendo que tudo isso foi apenas a forma que um cara brilhante encontrou para fazer as pessoas se divertirem lá no final dos anos 70. Star Wars é sobre esperança, é sobre sonho.

        Agora você vai subverter minha fala e dizer que fui intolerante e impositor, sendo que no meu texto prévio eu não ofendi ninguém chamando de burro, retrógrado. Pelo contrário, comecei respeitando o ponto de vista do colega Ramon e assim respondi ao colega Márcio. Gracas a Deus existem pessoas muito diferentes de você, que enxerga a todos que não veem o universo pela sua lente quebrada, como opositores, inimigos, vilões e comedores de criancinhas.

        Eu aprendi minha lição de como me dirigir a figuras do seu tipo.

        1. Ignorando que nitidamente você não sabe bem o que significam os termos “libertário”, “liberal” ou “liberalismo” e recorre ao senso comum para tratar desses temas, perceba que foi você quem desde o princípio de auto-ungiu como aquele que sabe dizer melhor o que é ou não é Star Wars.

          Eu apenas respondi nos mesmos termos que você.

          Você segue querendo – como boa parte do fandom que anda por aí de mimimi – um Star Wars que só existe em sua cabeça. (Suas referências à importância dos games para o estabelecimento da saga são no mínimo exageradas, mas não vale a pena entrar nesse debate). O pior, você insiste em transformar em um debate político – numa nítida e sintomática paranóia de nossos tempos, no qual o senso comum impera – algo que não tem caráter eminentemente político.

          Em matéria de política, meu caro, esse filme é um dos menos políticos. As prequels são totalmente políticas, e os três originais um pouco menos. O fato de ter mulheres, negros ou asiáticos como protagonistas, não faz do filme um filme com pretensões políticos. O fato de você não compreender isso, por outro lado, revela muito sobre você. É um pena.

          Mas o ponto central é que você está absolutamente errado em todos os seus argumentos: é um filme sem pretensões políticas; sim, é um filme que não rompe com a essência da série – apesar de evidentemente subverter velhos tropes da saga, e acho isso muito bem-vindo-; e sempre, sempre, sempre houve mulheres em papel de destaque da série.

          Ah, sim, e você segue demonstrando que sua compreensão sobre os Jedi é muito própria e não acompanha nada do cânone.

          Ou seja, você está errado em tudo.

          Mas pode ficar de mimimi.

          Não espero menos.

        2. Ah sim.

          Tenho muitos amigos que não gostaram do filme.

          Mas nenhum deles usou argumentos tão equivocados ou absurdos, que só existem na cabeça deles, como você, que insiste no argumento de pauta política, que não existe.

          Mas gosto é gosto. Tem gente que não tem.

  4. O melhor desse filme é que ele é uma baita porta pra rua pra uma parte do Fandom q se acha dono da obra, que tem uma visão desse tamanhinho do que é Star Wars… Star Wars já foi Capa e Espada no episódio IV, foi aventura no V, foi infanto-juvenil no VI e no I, tentou ter uma trama noir no II, foi drama no III, foi nostálgico no VII… Mas se vc acha q uma mudança “te ofende”, e faz com q “esse Star Wars” não seja para você, vai lá, campeão. Atravessa a porta e vai ser feliz! Vai curtir outros filmes… Talvez esse Star Wars não seja pra vc, mas veio pra ficar…

  5. Não gostei do filme por motivos diferentes dos do Bill (não gostei do finn relegado a um segundo plano, humor mal inserido, excesso de criaturas exóticas, história rala, excesso de ação), mas não posso deixar de admirá-lo por botar aqui os seus argumentos e defendê-los com inteligência e respeito.

    A partir do momento que alguém desmerece o argumento do outro com uma ironia tola, a discussão torna-se quase inútil.

    1. O curioso é que você acha que tem raça exótica em excesso e Bill acha que tem muita mulher e pouca raça exótica…

      P.S. O “inteligente” fica por sua conta…

      1. Po. Teve uma porrada de seres exóticos supostamente engraçados.

        Mas o quero dizer é que uma discussão não deveria virar uma série de ataques pessoais.

        Bill chegou aqui e mandou a ideia dele numa boa.

        Prefiro uma resposta como a do Marcio,
        que foi firme, mas sem ironizar ou desmerecer.

        Mas no final das contas, cada um faz o que achar certo e segue baile.

        1. Eu também prefiro respostas como as de Márcio. Ele é uma pessoa superior.

          Porém, nem sempre consigo – principalmente quando os argumentos usados sequer podem ser chamados de argumentos, na medida em que se sustenta mais em paranóia e alucinanação do que em fatos. Dizer que “o tema central desse filme é empoderamento feminino”… pelo amor de Deus… só posso imaginar que ou a pessoa já perdeu qualquer contato com a realidade, ou entrou em uma sala de cinema errada e viu outro filme (prefiro acreditar nessa segunda).

          Mas apesar de ter sido assertivo – quando a pessoa fala bobagem demais, é preciso ser assertivo, mesmo – não frio agressivo em nenhum momento.

          Como disse, você tem todo direito de não gostar do filme. Mas usar argumentos que se sustentam em nada só pra ficar reclamando e aproveitando o discurso raso pra detonar minorias, é lamentável e inaceitável. Isso não tolero.

          Se você observar, ofensivo mesmo foi ele, recorrendo inclusive a raciocínios circulares, em nenhum momento debatendo os argumentos que eu trouxe, estes sim, sustentados objetivamente em dados que trouxe sobre a série e em uma análise objetiva – e não ilusória – do filme.

          A propósito, pra quem botou gosto ruim e ficou de mimimi, anuncio que o filme entrou na segunda semana em primeiro lugar nas bilheterias. Segue sendo um sucesso.

          Um abraço.

    2. Tem dois erros de digitação aí no teu comentário, está escrito “defendê-los com inteligência e respeito”, quando o correto seria “defendê-los com preconceito e arrogância.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *