Crítica | David Contra os Bancos

Crítica | David Contra os Bancos

David Contra os Bancos” conta uma história bem interessante sobre um homem do interior da Inglaterra que decidiu abrir um banco para ajudar a comunidade local. O filme de Chris Foggin faz uma crítica ao capitalismo, só que de maneira mais emocional, ao focar no drama dos personagens. O protagonista do longa-metragem é o advogado Hugh (Joel Fry), que trabalha em um grande escritório em Londres e é contratado por Dave (Rory Kinnear) para ajudar nessa empreitada.

A história se passa no início da década de 2010, pouco tempo depois da grande crise financeira ocorrida nos EUA que afetou o mundo todo e que foi explorada muito bem no filme “A Grande Aposta”. Na Inglaterra o impacto também foi grande e o governo ajudou os bancos a não quebrar, deixando a população em segundo plano. Assim, a cidade de Burnley, localizada no norte do país, foi muito afetada. Dave foi um dos poucos pequenos empresários que prosperaram. Então ele decidiu ajudar a comunidade realizando empréstimos para os cidadãos do município, aqueles que os bancos não faziam, porque as pessoas não tinham garantias.

A ideia de criar um banco era algo que não ocorria há 150 anos na Inglaterra, graças ao lobby dos banqueiros. Assim objetivo de Dave é visto como algo praticamente impossível. Ele tem consciência disso, mas ele quer fazer mesmo assim para chamar a atenção para sua causa e mostrar a injustiça da política dos bancos.

O filme acerta ao focar na história do ponto de vista do advogado Hugh, que assume o protagonismo de “David Contra os Bancos”. Dessa forma, o personagem funciona como um avatar do espectador que chega na cidade de Burnley e aos poucos se familiariza com as pessoas e seus costumes. O carisma de Dave e seu senso de comunidade são cativantes, então não demora para ele convencer o advogado sobre a importância da sua luta.

O longa-metragem de Chris Foggin é competente na sua parte técnica, então o diretor sabe da importância da história, então não coloca nenhum elemento que roube a atenção da narrativa. Ainda assim, é possível notar alguns pequenos detalhes, como na cenografia e fotografia. Um bom exemplo é a parede vermelha do escritório de Dave, que mostra de forma visual a sua paixão pela causa.

O roteiro de Piers Ashworth explora muito bem a mudança de perspectiva de Hugh, incluindo também a exploração do interesse romântico dele com Alexandra (Phoebe Dynevor), que é uma pessoa importante na comunidade e fundamental no desenvolvimento da transformação do protagonista. Dessa forma, “David Contra os Bancos” utiliza elementos dramáticos básicos para dar um tom mais emocional e cativante para a história. Assim o filme equilibra bem drama e comédia na dose certa.


Uma frase: “Todos odeiam os banqueiros.”

Uma cena: Quando o advogado Hugh canta “Losing My Religion” do R.E.M. no karaokê.

Uma curiosidade: Dave Fishwick aparece na cena da reunião do conselho no início do filme.


David Contra os Bancos (Bank of Dave)

Direção: Chris Foggin
Roteiro: Piers Ashworth
Elenco: Joel Fry, Phoebe Dynevor, Rory Kinnear, Hugh Bonneville, Paul Kaye, Jo Hartley e Cathy Tyson
Gênero: Biografia, Drama, Comédia
Ano: 2023
Duração: 107 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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