Crítica | Morte no Nilo (2022)
![Crítica | Morte no Nilo (2022)](https://i0.wp.com/pocilga.com.br/wp-content/uploads/2022/04/morte-no-nilo-destaque.jpg?fit=900%2C520&ssl=1)
Kenneth Branagh interpreta mais uma vez o detetive Hercule Poirot e comanda novamente uma nova adaptação de uma obra de Agatha Christie. Em “Morte no Nilo”, conhecemos um pouco mais sobre a história do protagonista, onde sua relação com o amor o torna mais humano. Esse sentimento é a força motriz da narrativa que gira em torno de ambição e interesse em uma pessoa com muito dinheiro.
Nessa nova adaptação não sobra muito espaço para Kenneth Branagh inovar em torno da direção e o roteiro de Michael Green segue uma estrutura narrativa bem similar ao que foi visto em Assassinato no Expresso do Oriente. Assim, na primeira metade temos a apresentação do novo grupo de personagens até ocorrer o crime e na segunda temos a investigação de Poirot em torno do ocorrido. A diferença é que ao invés de um trem, a maior parte da história de “Morte no Nilo” se passa dentro de um barco.
A primeira parte é irregular, em grande parte por causa do novo grupo de personagens que não é tão interessante. A trama gira em torno de Linnet (Gal Gadot), uma mulher rica que “rouba” o namorado (Armie Hammer) da melhor amiga (Emma Mackey) e a moça agora persegue o casal durante a lua de mel deles. Ou seja, uma história clichê que envolve ganância e ciúmes. No entanto, o roteiro Michael Green desenvolve a narrativa de maneira minimamente interessante.
O principal destaque fica por conta de Sophie Okonedo, que interpreta a cantora de jazz Salome Otterbourne e que mesmo com pouco tempo em tela, sempre rouba a cena quando aparece. Branagh continua bem como Poirot, mas nessa continuação ele não consegue desenvolver o personagem muito além do que já foi visto em Assassinato no Expresso do Oriente, ainda que a trama o apresente de forma um pouco mais humana.
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A parte técnica também é inconsistente e o principal problema são os efeitos visuais, que apresentam o Egito de forma artificial e não consegue aproveitar bem a beleza do lugar. A partir da segunda metade de do filme, após o crime acontecer, a fotografia apresenta mais uma vez movimentos ágeis para captar a mobilidade dos atores e da ação. Os outros elementos são competentes, como design de produção e figurino, ajudando a representar a época em que a trama se passa nos anos 1930.
Em síntese, Kenneth Branagh mantém a qualidade em “Morte no Nilo”, ainda que inferior ao longa anterior. O diretor e ator apresenta um filme divertido e interessante, que se destaca principalmente durante a segunda metade da narrativa quando mostra o detetive Hercule Poirot em ação durante a investigação do crime.
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Uma frase: – Hercule Poirot: “Quantas grandes histórias são tragédias?”
Uma cena: A dança entre Simon e Linnet.
Uma curiosidade: Os únicos dois personagens que aparecem neste filme e em seu antecessor são o próprio Poirot e seu amigo Bouc (Tom Bateman). Na verdade, Bouc não aparece no romance ‘Morte no Nilo’, mas foi adicionado no lugar de um personagem semelhante do livro.
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Morte no Nilo (Death on the Nile)
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Michael Green
Elenco: Tom Bateman, Annette Bening, Kenneth Branagh, Russell Brand, Ali Fazal, Dawn French, Gal Gadot, Armie Hammer, Rose Leslie, Emma Mackey, Sophie Okonedo, Jennifer Saunders e Letitia Wright
Gênero: Policial, Drama, Mistério
Ano: 2022
Duração: 127 minutos