Crítica | Morte no Nilo (2022)

Crítica | Morte no Nilo (2022)

Kenneth Branagh interpreta mais uma vez o detetive Hercule Poirot e comanda novamente uma nova adaptação de uma obra de Agatha Christie. Em “Morte no Nilo”, conhecemos um pouco mais sobre a história do protagonista, onde sua relação com o amor o torna mais humano. Esse sentimento é a força motriz da narrativa que gira em torno de ambição e interesse em uma pessoa com muito dinheiro.

Nessa nova adaptação não sobra muito espaço para Kenneth Branagh inovar em torno da direção e o roteiro de Michael Green segue uma estrutura narrativa bem similar ao que foi visto em Assassinato no Expresso do Oriente. Assim, na primeira metade temos a apresentação do novo grupo de personagens até ocorrer o crime e na segunda temos a investigação de Poirot em torno do ocorrido. A diferença é que ao invés de um trem, a maior parte da história de “Morte no Nilo” se passa dentro de um barco.

A primeira parte é irregular, em grande parte por causa do novo grupo de personagens que não é tão interessante. A trama gira em torno de Linnet (Gal Gadot), uma mulher rica que “rouba” o namorado (Armie Hammer) da melhor amiga (Emma Mackey) e a moça agora persegue o casal durante a lua de mel deles. Ou seja, uma história clichê que envolve ganância e ciúmes. No entanto, o roteiro Michael Green desenvolve a narrativa de maneira minimamente interessante.

O principal destaque fica por conta de Sophie Okonedo, que interpreta a cantora de jazz Salome Otterbourne e que mesmo com pouco tempo em tela, sempre rouba a cena quando aparece. Branagh continua bem como Poirot, mas nessa continuação ele não consegue desenvolver o personagem muito além do que já foi visto em Assassinato no Expresso do Oriente, ainda que a trama o apresente de forma um pouco mais humana.

A parte técnica também é inconsistente e o principal problema são os efeitos visuais, que apresentam o Egito de forma artificial e não consegue aproveitar bem a beleza do lugar. A partir da segunda metade de do filme, após o crime acontecer, a fotografia apresenta mais uma vez movimentos ágeis para captar a mobilidade dos atores e da ação. Os outros elementos são competentes, como design de produção e figurino, ajudando a representar a época em que a trama se passa nos anos 1930.

Em síntese, Kenneth Branagh mantém a qualidade em “Morte no Nilo”, ainda que inferior ao longa anterior. O diretor e ator apresenta um filme divertido e interessante, que se destaca principalmente durante a segunda metade da narrativa quando mostra o detetive Hercule Poirot em ação durante a investigação do crime. 


Uma frase: – Hercule Poirot: “Quantas grandes histórias são tragédias?” 

Uma cena: A dança entre Simon e Linnet. 

Uma curiosidade: Os únicos dois personagens que aparecem neste filme e em seu antecessor são o próprio Poirot e seu amigo Bouc (Tom Bateman). Na verdade, Bouc não aparece no romance ‘Morte no Nilo’, mas foi adicionado no lugar de um personagem semelhante do livro. 


Morte no Nilo (Death on the Nile)

Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Michael Green
Elenco: Tom Bateman, Annette Bening, Kenneth Branagh, Russell Brand, Ali Fazal, Dawn French, Gal Gadot, Armie Hammer, Rose Leslie, Emma Mackey, Sophie Okonedo, Jennifer Saunders e Letitia Wright
Gênero: Policial, Drama, Mistério
Ano: 2022
Duração: 127 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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