Crítica | Minha Mãe é uma Peça 2

Crítica | Minha Mãe é uma Peça 2

Minha Mãe é uma Peça 2 se sustenta totalmente no carisma de Paulo Gustavo. A personagem principal interpretada pelo ator, dona Hermínia, garante momentos bem engraçados. Mas nessa continuação o roteiro deixa bastante a desejar.

O filme segue a mesma fórmula do anterior ao mostrar os infortúnios de uma mãe superprotetora que não tem papas na língua. Só que o arco dramático da personagem não é bem estabelecido. A trama parece uma série de esquetes de um programa de televisão. Só que num ritmo mais frenético, parecido com o da própria dona Hermínia. O problema é que uma cena nem sempre parece se encaixar muito bem com a seguinte.

O roteiro, escrito pelo próprio Paulo Gustavo junto com Fil Braz, está mais preocupado com as piadas e frases absurdas ditas por dona Hermínia, do que em criar uma história coesa com início, meio e fim. Isso fica ainda mais claro com o desperdício de alguns personagens secundários. A irmã mais velha interpretada por Patricya Travassos, por exemplo, aparece e some da história sem nunca ter seu potencial explorado.

Já as cenas em que dona Hermínia está tocando o terror na vida dos filhos continuam sendo as mais divertidas. Uma das melhores piadas é o fato da mãe se chocar com o fato do filho gay ter se tornado hétero. Uma boa tirada, já que o normal seria o contrário.

Na parte técnica é possível ver uma evolução. A fotografia e o design de produção fazem o filme ter mais cara de cinema do que de televisão. Mas a trilha sonora deixa um pouco a desejar, principalmente nos momentos mais dramáticos, ao forçar um clima artificial a cena.

Só que o problema não é apenas da trilha. No meio de tantas risadas e cenas cômicas, a parte dramática soa bastante forçada. Como se fosse obrigatório ter um momento mais emocionante. Inclusive repetindo o mesmo recurso do primeiro filme ao mostrar a despedida de um personagem que morre. Só que o resultado não é o esperado.

Mãe é um tema que pode render bastante, como diz a própria protagonista no início do filme. Só que Minha Mãe é uma Peça 2 já começa a mostrar sinais de cansaço da franquia. O formato do humor dá a impressão de que funciona melhor no teatro ou na televisão. Mas o talento de Paulo Gustavo é inquestionável e ele continua sendo o grande destaque.


Uma frase: Dona Hermínia: – “Lúcia Helena tá péssima em Nova York, você tá péssima em Niterói. Quem é que está mais péssima, Iesa? Você!”

Uma cena: Dona Hermínia na boate em São Paulo junto com os filhos.

Uma curiosidade: O primeiro filme superou a marca de quatro milhões de espectadores e foi o filme brasileiro mais visto em 2013..


Minha Mãe é uma Peça 2

Direção: César Rodrigues
Roteiro: Paulo Gustavo e Fil Braz
Elenco: Paulo Gustavo, Mariana Xavier, Rodrigo Pandolfo, Herson Capri, Alexandra Richter, Samantha Schmütz, Suely Franco e Patrícya Travassos
Gênero: Comédia
Ano: 2016
Duração: 96 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

Um comentário em “Crítica | Minha Mãe é uma Peça 2

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *