Crítica | Vingança & Castigo (2021)

Personagens afrodescendentes sempre foram colocados em segundo plano no gênero western, com poucas exceções. O diretor Jeymes Samuel escolheu a dedo um elenco afiado para dar vida a pessoas que realmente existiram na época do Velho Oeste e criou uma história protagonizada por eles.

Vingança & Castigo é um prato cheio para os fãs do gênero que buscam algo um pouco diferente, muito pelo seu visual único. Há muito de Sergio Leone, Tarantino e Blaxploitation, mas sem soar como uma mera cópia. Jeymes Samuel investe em sequências de grande apuro estético, temperadas com uma violência por vezes brutal e situações de muita tensão.

A trilha sonora com elementos moderninhos de reggae, hip-hop e R&B complementa com perfeição o que vemos, tornando a experiência ainda mais chamativa. As introduções dos personagens de Rufus Buck, Cherokee Bill e Trudy Smith exemplificam todas essas qualidades estilísticas do filme.

Em termos de enredo é oferecido apenas o básico: um conto de vingança que atravessa os anos e culmina em um antecipado embate final. Um tanto clichê, é verdade.

Vingança & Castigo se mostra um tanto frágil no desenvolvimento dos personagens e seus conflitos, mas a narrativa consegue envolver e entrega momentos marcantes pelo caminho. É uma opção do catálogo da Netflix que não merece cair no esquecimento.

Uma frase: – Esse é um homem procurado. Entregue-o e você irá ganhar 5 mil para a sua igreja.
– Por que você mesmo não o entrega?
– Por que eu valho 10 mil.”

Uma cena: Introdução do personagem Cherokee Bill. 

Uma curiosidade: Nat Love, Mary Fields, Rufus Buck, Cherokee Bill, Bill Pickett, Jim Beckworth e Bass Reeves são todas figuras históricas do velho oeste.

Vingança & Castigo (The Harder They Fall)

Direção: Jeymes Samuel
Roteiro: Jeymes Samuel
Elenco: Jonathan Majors, Regina King, Idris Elba, Zazie Beetz
Duração: 139 min
Ano: 2021