Crítica | Ghostbusters: Apocalipse de Gelo

Crítica | Ghostbusters: Apocalipse de Gelo

Em “Ghostbusters: Mais Além” o diretor Jason Reitman apresentou novos personagens ao universo criado por Dan Aykroyd e Harold Ramis, seguindo os passos do pai, Ivan Reitman, que dirigiu os dois primeiros filmes da franquia. No final do longa-metragem de 2021 a família Spengler e Gary Grooberson (Paul Rudd) recebem de herança de Egon (Ramis) a sede dos Caça-Fantasmas. Assim em “Ghostbusters: Apocalipse de Gelo” o diretor Gil Kenan assume o comando e já coloca os personagens nas ruas de Nova York para perseguir fantasmas.

Sem ter a necessidade de apresentar os protagonistas, o roteiro de Gil Kenan e Jason Reitman explora como a família se comporta diante do trabalho como caçadores de fantasmas. Ao situar a história novamente em Nova York, “Apocalipse de Gelo” inclui a cidade mais uma vez como um dos personagens. E sem dúvidas ela é fundamental para entrar no clima de nostalgia e concluir a inclusão da família Spengler no universo de Ghostbusters.

Quem assume o protagonismo novamente é Mckenna Grace, mostrando o amadurecimento de Phoebe Spengler e suas questões adolescentes diante do fato de ser impedida de atuar como caçadora de fantasmas por ser jovem demais, além da descoberta de sentimentos românticos. É interessante a abordagem criada na personagem Melody, interpretada por Emily Alyn Lind. Ela é uma fantasma com formato de humana e se comunica com Phoebe, criando uma mistura de amizade com amor. Essa relação é um dos trunfos de “Apocalipse de Gelo” e o seu principal diferencial em comparação com os longas anteriores.

O restante da construção da história segue bem o formato já visto especialmente nos dois filmes dirigidos por Ivan Reitman. Começa quando Nadeem (Kumail Nanjiani) vende uma misteriosa esfera para Dr. Ray (Dan Aykroyd). O ex-ghostbuster se dedica a estudar objetos que tenham uma carga emocional de pessoas que já faleceram. Obviamente que a peça desperta uma antiga criatura que tem como objetivo congelar a cidade de Nova York. Assim os novos e antigos Ghostbusters se reúnem para impedir que isso aconteça.

É claro que basta colocar em cena Ernie Hudson, Annie Potts, Bill Murray e Dan Aykroyd que o ingresso já está pago para os fãs da franquia. Contudo, “Apocalipse de Gelo” faz questão de garantir que a presença deles não seja apenas fan service e que tenha alguma justificativa dentro da narrativa. Além disso, o novo grupo formado por Paul Rudd, Carrie Coon, Finn Wolfhard e Mckenna Grace mostra seu carisma e talento, garantindo que seus personagens sejam relevantes e importantes na história.

Apesar do vilão ser um pouco genérico, os efeitos especiais são convincentes e misturam bem o CGI com efeitos práticos. É curioso ver como fantasmas clássicos como o Geléia surgem na tela quase da mesma forma como visto nos filmes dos anos 1980. Outro elemento importante é a trilha sonora de Dario Marianelli, que usa muito bem os clássicos temas compostos por Elmer Bernstein misturando bem o clima de nostalgia com novidade.

Dessa forma, sem dúvidas “Ghostbusters: Apocalipse de Gelo” é um filme que funciona melhor para os fãs da franquia. O longa-metragem de Gil Kenan não apresenta grandes novidades, mas equilibra bem a nostalgia com o frescor da novidade, consolidando os novos personagens no universo. E com certeza eles são interessantes o suficiente para seguir adiante, especialmente Phoebe Spengler de Mckenna Grace.


Uma frase: – Gary: “Nós somos os Ghostbusters. Vamos ficar e lutar pela cidade.”

Uma cena: O início do filme mostrando a família Spengler perseguindo fantasmas pelas ruas de Nova York no Ecto-1.

Uma curiosidade: O filme é dedicado ao falecido Ivan Reitman, o diretor original dos dois primeiros filmes que faleceu em 12 de fevereiro de 2022.


Ghostbusters: Apocalipse de Gelo (Ghostbusters: Frozen Empire)

Direção: Gil Kenan
Roteiro: Gil Kenan e Jason Reitman
Elenco: Paul Rudd, Carrie Coon, Finn Wolfhard, Mckenna Grace, Kumail Nanjiani, Patton Oswalt, Ernie Hudson, Annie Potts, Logan Kim, Emily Alyn Lind, William Atherton, Bill Murray e Dan Aykroyd
Gênero: Aventura, Comédia, Fantasia
Ano: 2024
Duração: 115 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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