Crítica | Minha irmã e Eu
Tatá Werneck e Ingrid Guimarães estreiam nos telões em Dezembro para alegrar o seu final de ano no filme “Minha irmã e Eu”. Uma comédia leve, perspicaz, que explora bem os pontos fortes de duas comediantes de destaque deste país.
“Minha irmã e Eu” aparece após dois grandes sucessos da cineasta Susana Garcia, também conhecida pelos filmes “Minha mãe é uma peça” e “Minha Vida em Marte”. Este novo trabalho mantém a essência da comédia nacional que conhecemos, desenvolvendo temas como relacionamentos familiares, de forma leve porém intensa.
Tatá Werneck e Ingrid Guimarães são, respectivamente, as irmãs Mirelly e Mirian. Duas irmãs nascidas e criadas no interior de Goiás que desde cedo já apresentavam personalidades bem distintas, ponto de divergência que gera inúmeras cenas divertidas no longa. Mirelly é a mais nova, aventureira e que se muda para o Rio de Janeiro em busca de tudo que sempre sonhou. Mirian, por outro lado, finca raízes no interior onde nasceu e dedica sua vida a cuidar da família.
As confusões começam quando a matriarca da família, Dona Márcia, interpretada pela incrível Arlete Salles, está prestes a completar 75 anos de vida e, mesmo sem querer fazer uma grande festa, sua filha Mirian insiste em comemorar em grande estilo. Assim, ao convidar sua irmã Mirelly, reacende o sentimento de implicância, quem tem irmã vai entender (e rir bastante). Durante a festa as aparências da vida “perfeita” das duas irmãs acabam se desfazendo e durante uma briga entre elas a mãe escuta que nenhuma das duas quer morar com ela.
A partir deste momento, o enredo passa a se concentrar na relação entre irmãs, de forma externa à bolha que ambas criaram para si. Fora de sua zona de conforto as irmãs se veem obrigadas (e compelidos emocionalmente) a viajar em busca da mãe que desaparece logo após escutar a briga durante a festa.
O filme mostra não somente uma jornada em busca da Dona Márcia, mas também em busca de cada uma das irmãs. A redescoberta da amizade, do apoio entre elas, do real significado de família.
Não é possível falar sobre um filme em que Tatá Werneck atua sem citar sua incomparável forma de falar. No filme, a rapidez dos diálogos são explorados de maneira astuta, para que crie confusões e ao mesmo tempo as ajude a solucionar os problemas. Ingrid Guimarães tem uma química ótima com sua parceira de cena, a atuação é boa a ponto de acreditarmos que de fato são irmãs e, a sua comédia física é ótima – feito difícil ao lado de Tatá.
“Minha irmã e Eu” além da atuação da dupla Tatá Werneck e Ingrid Guimarães, que atuam em equilíbrio entre si, também nos presenteia com a presença de atores incríveis como Lázaro Ramos, Thaís Araújo, Arlete Salles, Márcio Vito, além da aparição da cantora Iza.
O novo filme de Tatá Werneck e Ingrid Guimarães é uma ótima oportunidade de dar umas risadas neste final de ano. “Minha irmã e Eu” explora de forma divertida e consciente a relação entre irmãs numa jornada maior do que parece ser.
Uma frase: “Noh, eu nem sei quanto foi a última vez que eu fecundei”.
Uma cena: A cena em que Lázaro Ramos chega em casa e presencia as irmãs dormindo em sua cama.
Uma curiosidade: Ingrid Guimarães e Tatá Werneck retomam a parceria após De Pernas pro Ar 2 (2012), Loucas pra Casar (2015) e TOC – Transtornada Obsessiva Compulsiva (2017).
Minha irmã e Eu
Direção: Susana Garcia
Roteiro: Ingrid Guimarães, Susana Garcia, Célio Porto, Veronica Debom, Leandro Muniz e Fil Braz
Elenco: Ingrid Guimarães, Tatá Werneck, Arlete Salles, George Sauma e Leandro Lima
Gênero: Comédia
Ano: 2023
Duração: 112 minutos