Crítica | John Wick 4: Baba Yaga
Keanu Reeves retorna à ação de tirar o fôlego no quarto e, talvez, mais impactante filme da franquia de um dos mais icônicos personagens de sua carreira. John Wick 4: Baba Yaga reproduz a fórmula de sucesso das produções anteriores, investindo em sequências criativas de luta e perseguição, referenciando cada vez mais a estética dos games e mixando tudo com o balé hipnotizante das artes marciais.
Banido e caçado pela organização da Alta Cúpula, John parte em mais uma jornada desafiadora de sobrevivência, dessa vez, para alcançar a liberdade definitiva. Nada e nem ninguém é capaz de parar o impulso assassino e obstinado de Wick, mas o tempo se impõe como seu mais cruel inimigo. E essa é a temática filosófica que perpassa toda a narrativa do novo longa da franquia.
O Marquês – interpretado com maestria por Bill Skarsgård – é o nome da Alta Cúpula responsável por mobilizar toda a rede de assassinos para matar John Wick. O principal nome contratado para a tarefa é Cane, um antigo parceiro de John, que precisa cumprir a missão para que sua filha seja mantida viva. Outro personagem que se voluntaria para o trabalho é um mercenário sem nome, o Ninguém, um andarilho com passado desconhecido acompanhado de uma fiel cachorra.
Cane protagoniza com Wick as melhores cenas de luta do longa. Com Ninguém, John atua em uma das sequências mais inovadoras do cinema de ação dos últimos anos. Já com o Marquês, John Wick demonstra eficiência na brilhante construção de tensão por meio de diálogos e expressões faciais e corporais. Os cenários e as paisagens do filme parecem também compor o elenco da produção tamanha a vivacidade, o dinamismo e a química obtida com o roteiro, os efeitos visuais e a trilha sonora.
John Wick 4: Baba Yaga é um filme contemplativo, divertido, imponente e marcante, que constata o sucesso da expansão do universo da franquia e consolida sua capacidade de surpreender o público e se manter como uma das melhores sequências de ação de todos os tempos. Outro grande mérito da produção e entregar tudo isso num longa de quase três horas de duração sem ser entediante, pelo contrário, é tão bom que o espectador embarca na urgência das resoluções da narrativa sem sentir pressa de assistir ao desfecho.
Uma frase: “A única maneira de John Wick ter liberdade e paz é na morte”
Uma cena: John Wick subindo os degraus do bairro de Monte Martre para chegar na Basílica de Sacré Cœur, localizada no ponto mais alto de Paris.
Uma curiosidade: A história de John Wick era para ser contada em uma trilogia mas com o sucesso crescente, os diretores decidiram que seria interessante expandir o universo.
John Wick 4: Baba Yaga (John Wick: Chapter 4)
Direção: Chad Stahelski
Roteiro: Shay Hatten, Michael Finch e Derek Kolstad
Elenco: Keanu Reeves, Donnie Yen, Bill Skargard, Laurence Fishburne, Hiroyuki Sanada, Shamier Anderson, Lance Reddick, Rina Sawayama, Scott Adkins e Ian McShane
Gênero: Ação, policial, suspense
Ano: 2023
Duração: 169 minutos