Review | Break Point (Netflix)

Como um entusiasta do tênis eu aguardava com ansiedade por Break Point da Netflix. Um dos motivos que me animava era o fato da equipe responsável pela elogiada série F1: Dirigir para Viver também estar por trás de Break Point.

Até o momento 5 episódios foram lançados e acredito já ser seguro dizer que se trata de uma verdadeira decepção.

O primeiro episódio mostra o título da dupla Kyrgios e Kokinakkis no Australian Open 2022, o segundo foca no casal tenístico Matteo Berretini e Alja Tomlkanovic e suas aspirações, o terceiro – e possivelmente o melhorzinho – mostra a participação de Taylor Fritz e Maria Sakkari em Indian Wells, o quarto investe no feito de Ons Jabeur em ser a primeira mulher africana campeã de um Masters e o quinto é sobre Ruud e Aliassime tentando destronar Rafael Nadal em Roland Garros.

Em um ano cheio de acontecimentos no circuito do tênis é de se surpreender que não tenham escolhido narrativas mais interessantes para abordar. E quando escolheram as boas – como Ons Jabeur e suas vitórias e a questão da saúde mental de Paula Badosa – pouco tempo foi dedicado para realmente entrarmos nas histórias e nos importarmos.

A série é incapaz de focar em algo e de chegar em algum tipo de clímax. A falta de originalidade no estilo documental empregado também atrapalha. Quem não acompanha tênis simplesmente não vai conseguir sentir a emoção que o esporte proporciona. Na verdade, mesmo quem gosta vai achar que está vendo uma mera reprise de alguns momentos relevantes de 2022 com a adição de entrevistas dos jogadores.

Caramba, quase não há também destaque para lances grandiosos dos jogos em si.

Nos diálogos muito se fala sobre a pressão de conquistar títulos relevantes e a responsabilidade de tentar ser o novo número 1, mas pouco é mostrado para de fato entendermos pelo o que eles passam.

Se Break Point pretendia conquistar novos fãs para o tênis pode esquecer. Dificilmente alguém alheio ao esporte terá vontade de assistir algum torneio depois desses 5 insossos episódios.