Resenha de Livro | Fogo & Sangue

Eu achava que a série A Canção de Gelo e Fogo era o supra-sumo da violência e intriga dentro do gênero da fantasia até ler Fogo & Sangue. Isso revela a monstruosa e um tanto insana criatividade de George R.R. Martin.

O Volume I faz um relato com contornos épicos da dinastia Targaryen em Westeros, desde Aegon O Conquistador até os regentes de Aegon III.

É uma sucessão de batalhas épicas, traições, casamentos entre membros da mesma família, assassinatos, jogo político e tudo isso potencializado pela presença de dragões. Muitos dragões.

George Martin trabalha aqui com um estilo um pouco diferente do que vimos em A Canção de Gelo e Fogo. Em Fogo & Sangue o ritmo é mais ágil, os cortes temporais são mais constantes e muitas vezes mais de uma versão para o mesmo fato é apresentada. É que o autor informa que existem fontes diferentes que foram consultadas, resultando em momentos mais irônicos, outros viscerais e outros bem menos épicos do que se esperaria.

Fogo e Sangue em alguns momentos parece um verdadeiro livro de fofocas, cheio de ironias, humor ácido e surpresas.

A conquista de Westeros e a manutenção do poder dos Targaryen jamais se mostrou algo fácil. São muitas batalhas travadas com exércitos grandiosos e outras batalhas menores, porem também muito importantes. E tudo isso culminando na verdadeira carnificina que foi a Dança dos Dragões.

Poucas vezes estive diante de sequências tão brutais como as vistas aqui e não se trata de violência gratuita. Sempre há um motivo por trás que faz a história andar.

É muito interessante para os fãs desse universo reparar no modo de governar de cada rei. Há reis fracos, bondosos, sanguinários e justos. Particularmente, meu personagem preferido se tornou o rei Jaehaerys I, um rei forte e com bom senso, pelo menos para aquele universo.

Apesar das últimas 100 páginas serem excessivamente frenéticas e com menos brilho, no geral estou com a tendência de dizer que preferi Fogo e Sangue do que A Canção de Gelo e Fogo e isso é dizer muito.

Nos resta aguardar pelo volume II. Melhor esperar sentado, não é mesmo meu caro George Martin?