Crítica | Halloween Kills: O Terror Continua

“Halloween Kills: O Terror Continua” de 2021 apresenta o dia seguinte após os eventos ocorridos em Halloween de 2018. A diferença é que agora além de mostrar as consequências dos atos de Michael Myers na família Strode, vemos também o impacto em outras pessoas que estavam no filme original de 1978. Outra alteração é no tom da narrativa. Nessa continuação o diretor David Gordon Green assume mais o lado slasher,  apostando em mortes e no caos.

Logo no início Halloween Kills apresenta um flashback para introduzir os novos personagens que também tem uma conexão com os atos de Michael Myers em 1978. Depois os encontramos em um bar onde eles celebram os 40 anos da prisão de Michael. Enquanto isso, a família Strode vai para o hospital e os bombeiros chegam na residência de Laurie para conter as chamas. Lembrando que o filme de 2018 termina com elas colocando fogo na casa para assim queimar Myers de uma vez por todas.

É a partir desse ponto que Halloween Kills mostra sua diferença de abordagem. Agora a figura de Michael Myers assume não mais como um ser humano, mas sim uma “entidade”, algo como a encarnação do mal. Dessa forma, ele não morre nas chamas e segue vivo para espalhar o caos na cidade. E não é somente a família Strode que sofre as consequências.

É interessante como David Gordon Green desenvolve o pânico na cidade, começando no bar e em seguida indo para o hospital. É justamente no pronto-socorro que se instaura o pânico coletivo onde a população descontrolada causa mais caos e destruição que o próprio Michael Myers. É uma abordagem interessante, já que mostra que muitas vezes a figura do assassino é capaz de assustar mais do que ele próprio.

A questão é que ao colocar novos personagens e elementos dentro da narrativa, as três figuras femininas da família Strode perdem espaço dentro do filme. É interessante ver novos pontos de vista das consequências dos atos de Myers, mas isso tira um pouco da força das personagens principais do filme anterior. Principalmente Laurie, interpretada por Jamie Lee Curtis, que é a pessoa mais importante dentro do universo de Halloween.

No mais, o diretor mantém a qualidade técnica apresentada no filme de 2018. Um dos principais destaques é a trilha sonora, que vai além do tema original composto por John Carpenter — que também é o diretor do filme de 1978. Outro ponto é a abordagem da violência, que explora mais a brutalidade de Michael Myers.

No final temos uma deixa para a continuação Halloween Ends, que estreia agora em 2022 e promete encerrar essa nova trilogia. O gancho para a sequência não é tão interessante, mas promete dar mais espaço novamente para Laurie. E é justamente com seu protagonismo que se espera que a história se encerre em definitivo (ou até alguém pensar em um novo argumento para uma continuação).

Uma frase: – Laurie Strode: “Não, não, não!  Deixem queimar!”

Uma cena: Quando os bombeiros chegam na casa de Laurie Strode para apagar o incêndio.

Uma curiosidade: Jamie Lee Curtis, Charles Cyphers, Kyle Richards, Nancy Stephens e Nick Castle estavam no Halloween original: A Noite do Terror (1978) e todos retornaram para esta sequência. Os personagens de Tommy Doyle e Lonnie Elam do original também retornaram, mas foram reformulados com Anthony Michael Hall e Robert Longstreet, porque Andrews está aposentado da atuação desde 2015 e Le Page nunca mais atuou após o Halloween original.

Halloween Kills: O Terror Continua (Halloween Kills)

Direção: David Gordon Green
Roteiro: Scott Teems, Danny McBride e David Gordon Green
Elenco: Jamie Lee Curtis, Judy Greer, Andi Matichak, Will Patton, Thomas Mann e Anthony Michael Hall
Gênero: Terror, Suspense
Ano: 2021
Duração: 105 minutos