Review | Horizon Forbidden West

Review | Horizon Forbidden West

No mundo dos games, assim como em Hollywood, as continuações normalmente seguem a tendência de serem maiores que as anteriores. Em “Horizon Forbidden West” essa regra é seguida, mas felizmente o jogo da Guerrilla Games também apresenta uma evolução que justifica esse aumento de tamanho. É visível a diferença em comparação com “Horizon Zero Dawn” de 2017, contudo a essência continua a mesma.

A primeira coisa que chama a atenção é a evolução na parte gráfica e isso rodando o jogo no PS4, pois no PS5 deve ficar ainda mais evidente. Os cenários são lindos e a riqueza de detalhes impressionam, assim como as imagens das cutscenes que mostram as particularidades dos personagens, onde notamos um pouco sobre suas personalidades através do seu comportamento e das roupas. Como em “Horizon Forbidden West” conhecemos diversos povos e figuras diferentes, isso é essencial para a imersão dentro do universo do game.

A trama segue os acontecimentos vistos no game de 2017 e agora Aloy é conhecida como a salvadora de Meridiana e a jovem tem que lidar com a “fama” e com as novas responsabilidades. Se em Zero Dawn acompanhamos o “desabrochar” da protagonista da infância até a vida adulta, agora é a vez de seguirmos o seu amadurecimento. Outra diferença é que anteriormente ela seguiu sua jornada praticamente sozinha, tendo apenas a companhia inicial de Rost, mas agora em Horizon Forbidden West ela aprende a necessidade de criar um círculo de amigos que será essencial para o sucesso da sua nova missão.

Em resumo, 6 meses após Aloy derrotar HADES seu novo objetivo é procurar um backup do programa GAIA para reverter os problemas apresentados na biosfera do planeta que está sendo atacado por algum tipo de vírus. Mas obviamente que isso é apenas o ponto de partida.

O roteiro dessa sequência não segue tanto uma linha narrativa cinematográfica e isso representa mais benefícios do que problemas para o jogo. O lado “negativo” é que não temos tantas reviravoltas ou surpresas, mas por outro lado a história não parece “enrolar” o jogador em relação aos seus objetivos. A trama principal é dividida por objetivos bem claros e a resolução de cada um deles contribui para concluir a missão. Dessa forma Horizon Forbidden West funciona mais como um game e não como um “filme interativo”.

O mundo aberto apresenta uma quantidade enorme de coisas para se fazer além da missão principal e um dos trunfos do jogo é que tanto as missões como os objetivos secundários são muito interessantes e divertidas, muitas vezes até mais do que a história central. Isso faz com que a jornada dentro do universo de Horizon Forbidden West se torne extremamente prazerosa, mesmo com muita coisa para se fazer. O único lado “negativo” disso é que mesmo para realizar apenas o escopo fundamental serão necessárias muitas horas, o que pode afastar um pouco os jogadores mais casuais. Pelo menos a quantidade de coisas diferentes para realizar faz com que a jogatina não se torne uma experiência repetitiva.

Inclusive, as missões são separadas em partes, cada uma com um pequeno objetivo, e dessa forma elas ficam mais interessantes e fazem mais sentido tanto da maneira da mecânica do jogo, quanto do ponto de vista narrativo, já que a trama evolui de maneira mais fluída. E caso você precise parar no meio de alguma delas, fica mais fácil retomar depois sem ficar perdido.

É interessante notar também como a medida em que o jogador “desbrava” o mundo fica cada vez maior a sensação da grandiosidade de Horizon Forbidden West. Se no game de 2017 ficamos apenas no Leste, no jogo de 2022 além dele temos também o Oeste do título. Quando Aloy passa pela muralha que separa as duas regiões parece que o jogo “começa novamente”, já que temos ainda mais espaço para exploração. E mesmo com 20 ou 30 horas de jogo, muitas vezes essa sensação de estar apenas no começo permanece, o que pode ser bom para uns, mas talvez “desesperador” para outros.

A evolução na jogabilidade também impressiona e a quantidade de armas, roupas e melhorias é enorme, podendo causar inclusive um pouco de dificuldade em jogadores mais casuais. Felizmente o game é o mais didático possível em relação à classificação dos equipamentos, como na divisão do tipo de dano que cada uma pode causar. A questão é que na evolução, principalmente no uso de bobinas, a combinação é tão grande, que pode ser até difícil conseguir definir qual a maneira mais eficaz de extrair o mais proveitoso de cada item.

Essa diversidade de itens faz com que cada jogador defina à sua maneira favorita de jogar, tanto que algumas armas como armadilhas podem ficar sem serventia a depender do seu estilo. Ao usar o foco nos inimigos é possível descobrir alguns pontos fracos e os tipos de equipamentos que causam mais dano, mas aí cada pessoa define se prefere usar um arco ou uma lança, por exemplo, a depender da distância ou pela forma de achar mais divertido encarar o desafio.

Para saber mais sobre a jogabilidade você pode conferir o vídeo abaixo. Fiz um Mico Review onde mostro um pouco de Horizon Forbidden West:

Uma novidade em relação ao game de 2017 são as armas/itens que surgem durante determinados pontos da história e que são essenciais para prosseguir em pontos chaves do cenário. Isso faz com que Horizon Forbidden West tenha um pouco de metroidvania em sua mecânica de jogo, que deixa o game ainda mais interessante.

A parte do controle das máquinas continua presente e é um dos diferenciais do jogo. Dessa vez é necessário explorar fases chamadas de caldeirão, onde após conseguir chegar até o final delas em um esquema meio labirinto/puzzle é necessário derrotar uma máquina e assim obter o conhecimento para controlá-la. No entanto, após alcançar esse objetivo ainda é obrigatório retornar para base e aí sim conseguir desbloquear a habilidade de controlar a máquina. É um processo que em alguns momentos é um pouco cansativo, mas a recompensa é gratificante. Durante a missão principal aparece a obrigatoriedade de cumprir alguns caldeirões, enquanto a grande maioria é opcional.

Em síntese, Horizon Forbidden West é um jogo extremamente divertido e que oferece um enorme mundo aberto para ser explorado, com diversas missões secundárias divertidas e interessantes que fazem com que a jogatina se torne uma experiencia grandiosa e que depende de muitas horas para se chegar ao objetivo principal final. Se o jogador resolver então fazer tudo disponível, aí pode separar ainda mais horas porque é BASTANTE coisa. Fica clara a evolução em relação ao game de 2017, mas o mais importante é que a essência continua a mesma, só que com a jogabilidade melhorada, garantindo uma experiência ainda melhor para o jogador.


Classificação:


Horizon Forbidden West

Plataformas: PlayStation 4 e PlayStation 5
Desenvolvedora: Guerrilla Games
Produtora: Sony Interactive Entertainment
Diretor: Mathijs de Jonge
Gênero: Luta, RPG de ação, aventura, tiro e plataforma
Ano: 2022

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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