Crítica | Arremessando Alto (Hustle, 2022)

Crítica | Arremessando Alto (Hustle, 2022)

Mesmo sem almejar ser original, Arremessando Alto é um filme de esporte capaz de entreter e eventualmente até emocionar. Ele segue a fórmula já conhecida do gênero, mas o faz com bastante qualidade em termos de direção e atuações e ainda conta com alguns diferenciais.

Stanley Sugerman trabalha há anos como olheiro do Philadelphia 76ers da NBA. Sua vida é sair pelo mundo em busca de um novo talento do basquete. Em uma viagem a Espanha ele acredita ter encontrado uma estrela em potencial, só que a nova diretoria do time não está de acordo e não quer que ele leve o rapaz até os Estados Unidos. Apesar de tudo, Stanley vai seguir seus instintos e tentar colocá-lo na liga.

Obviamente, o caminho será cheio de percalços e de reviravoltas. Algumas reviravoltas são esperadas, mas a questão é que Arremessando Alto transmite um alto nível de verossimilhança por ser feito por quem entende de basquete. São inúmeras as referências e homenagens a NBA, tanto nos diálogos como na presença de jogadores de verdade.

E as coisas ficam ainda melhores dentro das quadras. Como estamos vendo profissionais fazendo o que sabem, tudo fica mais intenso e realista. O próprio Bo Cruz (a nova descoberta de Stankey) é interpretado por Juancho Hernangomez da NBA.

Se facilmente podemos destacar a habilidade dele nas cenas dos jogos e nas empolgantes sequências de treinamento, foi até uma surpresa constatar que sua atuação está longe de comprometer. O fato é que isso foi possível muito pelo Adam Sandler, que basicamente contracena com Juancho em todos os momentos e dita o ritmo. A química entre os dois é um dos pontos mais fortes de toda a experiência. Adam Sandler mais uma vez mostra ser um ator capaz de elevar o nível em filmes mais sérios.

Arremessando Alto investe na boa e velha história de superação dentro do esporte. Na maioria das vezes o talento não basta para alcançar os objetivos. É preciso de mais. É preciso ser obsessivo. Stanley cita o exemplo de Kobe Bryant para motivar Bo Cruz ainda mais. Kobe costumava acordar às 4 da manhã para treinar antes do treino. Pode parecer tudo muito excruciante física e mentalmente, mas é quase impossível chegar no topo sem sacrifícios.

O filme não se esquece também do lado mental do basquete. Stanley trabalha com Bo essa parte do jogo que envolve provocações de adversários e a capacidade de esquecer o último arremesso errado e partir para o próximo. Talvez seja a parte mais complicada de todas, principalmente para o suscetível Bo.

Na hora do teste final já estamos totalmente do lado de Bo e Stanley. Compreendemos como tudo aquilo é importante para ambos e ficamos na torcida para que tudo dê certo.

Arremessando Alto erra ao buscar soluções um tanto fáceis para certos conflitos, mas no geral o filme caminha com segurança dentro da fórmula. A ótima atuação de Adam Sandler, os momentos de humor eficientes e o realismo incomum dentro do gênero fazem tudo valer a pena.


Uma frase: “Homens de 50 anos não tem sonhos, eles tem pesadelos… e eczema.”

Uma cena: A preparação de Bo Cruz para o ‘combine’.

Uma curiosidade: Na descrição do enredo original o personagem de Adam Sandler encontraria um jogador na China, mas por pressão da Netflix o país foi mudado para a Espanha.


Arremessando Alto (Hustle)

Direção: Jeremiah Zagar
Roteiro: Taylor Materne, Will Fetters
Elenco: Adam Sandler, Queen Latifah, Juancho Hernangomez
Gênero: Esportes, Drama, Comédia
Ano: 2022
Duração: 117 minutos

Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

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