Crítica | O Festival do Amor

Crítica | O Festival do Amor

Ainda que Festival do Amor possua elementos típicos do cinema de Woody Allen e consiga divertir na maior parte do tempo, é notório que estamos diante de um trabalho menos inspirado do diretor. Em alguns momentos tive a sensação de que faltou criatividade e talvez empenho para que algo marcante fosse criado.

Mort Rifkin é um ex-professor de cinema que acompanha a esposa Sue no festival de cinema de San Sebastián na Espanha. Ela está bem envolvida com o festival, afinal é responsável por promover um jovem e pretensioso diretor. Quando Morty percebe a aproximação da esposa com o diretor, enciumado, busca desenvolver uma relação com uma médica bem mais jovem que ele consultou graças a sua hipocondria.

Morty é como um alter ego de Woody Allen e passa o filme inteiro ironizando o universo do cinema atual, fazendo comentários sarcásticos sobre o tal jovem diretor e mostrando preocupação com as grandes perguntas.

Mas se há algo que acalenta o coração de Morty é o cinema europeu. Um dos pontos fortes de O Festival do Amor é a oportunidade de degustar as referências a clássicos do velho continente como Acossado, O Sétimo Selo, O Anjo Exterminador e outros. A forma como essas referências são inseridas é um tanto preguiçosa, mas confesso que me deixei levar pela experiência de contemplar cenas desses filmes recriadas nos dias de hoje.

E o que dizer de San Sebastián? Várias sequências apenas exploram as belezas dessa simpática cidade litorânea espanhola. É quase como um vídeo turístico bem produzido que nos deixa com uma enorme vontade de viajar.

Festival do Amor não estará presente nas listas dos melhores do ano e nem será lembrado em um top 10 do Woody Allen, mas por 90 minutos oferece um agradável entretenimento, principalmente para os admiradores do diretor.


Uma frase: “Honestamente eu preferia não morrer de nada. E isso inclui doença, velhice ou engasgado com um bagel.”

Uma cena: Christoph Waltz interpretando a morte.

Uma curiosidade: O dia que Christoph Waltz fez a cena vestindo um pesado robe preto foi o mais quente dos últimos 50 anos na região. 40 graus.


Festival do Amor (Rifkin’s Festival)

Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Elena Anaya, Louis Garrel, Gina Gershon, Sergi López, Wallace Shawn, Christoph Waltz
Gênero: Comédia, Romance
Ano: 2020
Duração: 92 minutos
IMDb

Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

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