Crítica | Ser James Bond
O documentário “Ser James Bond”, um média-metragem de 45 minutos, parecia ser apenas uma peça publicitária feita para promover “007 – Sem Tempo para Morrer”. No entanto, o filme de Baillie Walsh surpreende ao apresentar um retrato emocionante da carreira do ator Daniel Craig atuando como James Bond.
“Ser James Bond” é basicamente uma conversa entre o ator Daniel Craig e os produtores Michael G. Wilson e Barbara Broccoli, enquanto apresenta imagens de bastidores e da produção dos 5 filmes protagonizados por Craig. A surpresa fica por conta de como eles se abrem em relação a suas declarações, em um tom muito emotivo e revelador, especialmente por parte de Daniel.
Na época em que foi anunciado que Daniel Craig seria o novo James Bond, houve uma grande repercussão negativa por parte dos fãs e também da imprensa. Os motivos, obviamente, eram bastante simplórios, como o fato do ator ser loiro. Craig conta que inicialmente não tinha interesse em assumir o papel de 007, mas os produtores Michael e Barbara insistiram e o resto é história.
A presença de Craig ajudou a apresentar o personagem para uma nova geração, além de introduzir um novo tom para a franquia, assumindo uma visão mais realista e verossímil, aproveitando a influência de filmes como “Identidade Bourne”, já que as aventuras de James Bond passaram por uma fase muito “fantasiosa” e “fantástica”.
O filme de Baillie Walsh também funciona como uma reflexão por parte de Daniel Craig, que conta das dificuldades que teve ao assumir um papel tão icônico, como isso impactou sua vida e de como ele fez para lidar com a fama. Os produtores também falam das dificuldades enfrentadas nessa nova fase, principalmente os problemas envolvendo a produção de “007 – Quantum of Solace”, realizada durante a greve dos roteiristas. É interessante ouvir a sinceridade deles em narrar como enfrentaram a situação, com direito a um pouco de autocrítica.
Além desses depoimentos, o documentário também apresenta cenas inéditas dos bastidores dos 5 filmes estrelados por Daniel Craig, o que é um prato cheio para os fãs da franquia. Apesar das dúvidas iniciais, é impressionante como logo no 1º filme, “Cassino Royale”, o ator já apresentou uma atuação marcante, sem deixar dúvidas de que ele era a melhor escolha para o personagem de 007.
Em síntese, “Ser James Bond” segue um formato básico e eficiente de documentário para retratar a passagem de Daniel Craig no papel de James Bond. O filme serve como divulgação da nova aventura de 007, mas também para marcar o fim de uma era, já que teoricamente essa será a última vez que o ator dará vida ao icônico personagem. O diretor Baillie Walsh surpreende ao captar um tom sincero e emocionante tanto de Craig, quanto dos produtores da franquia.
O documentário especial Ser James Bond, da Metro Goldwyn Mayer (MGM), estará disponível para locação gratuita, exclusivamente no aplicativo da Apple TV, em mais de 30 países e regiões ao redor do mundo, de 7 de setembro a 7 de outubro de 2021, antes do lançamento nos cinemas de Sem Tempo Para Morrer, o 25º filme da franquia James Bond.
Uma frase: – Barbara Broccoli: “… Daniel acaba de levar isso, o personagem, a série, tudo para um lugar que é tão … extraordinário. E tão emocionalmente satisfatório.”
Uma cena: A coletiva de imprensa do anúncio que o ator Daniel Craig seria o novo James Bond.
Uma curiosidade: O título deste documentário, “Being James Bond”, também empresta seu nome a ser o nome de um dos numerosos fansites de James Bond.
Ser James Bond (Being James Bond: The Daniel Craig Story)
Direção: Baillie Walsh
Elenco: Daniel Craig, Michael G. Wilson e Barbara Broccoli
Gênero: Documentário
Ano: 2021
Duração: 45 minutos