Review | God of War (PS4)
God of War é uma das franquias mais importantes da Sony, um daqueles jogos exclusivos que fazem os jogadores optarem por comprar um Playstation ao invés de algum concorrente. Finalmente um game original dele chega ao PS4, trazendo consigo uma enorme carga de expectativa. Como reinventar um jogo, adicionando novos elementos na jogabilidade, mas sem deixar de perder a sua essência? Esse foi o principal desafio do novo trabalho do estúdio Santa Monica.
O jogo começa em ritmo mais lento e introspectivo, e aumenta sua intensidade de forma gradativa. Encontramos Kratos em companhia do seu filho Atreus com uma tarefa bastante emocional: levar as cinzas da esposa/mãe até o topo mais alto para poder espalhá-la. Nos games anteriores o protagonista sempre estava sozinho e sua jornada envolvia basicamente vingança, então é interessante notar essa mudança na narrativa.
O jogador irá acompanhar a evolução da relação entre pai e filho durante a partida. No início Kratos tem um tom mais sério e ríspido com o filho, sendo que o garoto não sabe sobre o passado do pai, isto é, que ele é um deus. A dupla irá enfrentar diversos desafios atravessando o universo, agora inspirado na mitologia nórdica, diferente dos outros que utilizava apenas a grega. A mecânica de jogo entre os dois lembra bastante outros games como “Last of Us” e “Uncharted”.
É interessante como a história funciona como uma mistura de remake com continuação dos games anteriores. No entanto, os desenvolvedores do jogo foram inteligentes em usar essa mistura de forma que o jogo fizesse sentido tanto para novos jogadores, como para aqueles que já acompanham a franquia desde o início. Contudo, a maneira como referências à franquia surgem e se conectam a essa nova história são muito bem construídos. Por exemplo, Kratos começa utilizando apenas um machado como arma, então quando as correntes duplas de fogo são desbloqueadas, é como se o jogador finalmente se reencontrasse com o personagem que ele conhecia.
Além da mudança no estilo da narrativa, a principal diferença desse novo game é a forma de jogar. A mecânica dos comandos é diferente, a começar pelos botões diferentes para executar ataque, agora utilizando os botões R1, R2, L1 e L2. Isso causa um estranhamento inicial, mas após se acostumar fica tranquilo jogar.
Outra alteração é no ponto de vista do personagem, já que agora o jogador consegue controlar a câmera. Isso também causa uma dificuldade de começo, mas que logo é superada. Mas talvez a mudança mais “chocante” é que agora não existe mais um botão de pulo, e isso muda bastante a forma de jogar em relação aos outros jogos da franquia. Porém, isso apresenta um novo desafio e isso é bom na reinvenção do game.
O game também adiciona novos elementos a sua jogabilidade muito interessantes, como por exemplo a nova arma de Kratos: um machado. Ele pode ser arremessado nos inimigos, então o jogador precisa mirar para acertar, como se fosse um jogo de tiro. Isso abre novas formas de jogar e de como derrotar os adversários, já que é possível partir para cima no combate corpo a corpo, ou então optar por um combate à distância.
Uma mudança significativa também é observada no menu das opções do perfil do personagens, que estão muito mais complexas que nos jogos anteriores. Isso pode assustar aqueles que não gostam muito do estilo RPG, já que a ficha de Kratos lembra muito um jogo do estilo com atributos como força, defesa e vitalidade. Felizmente a evolução é muito intuitiva e o próprio jogo ajuda o jogador a realizar as alterações.
Os puzzles, ou quebra-cabeças, continuam presentes na franquia, mantendo o mesmo estilo dos games anteriores. Por outro lado, os quick time events, que foram utilizados à exaustão nos outros God of War, não são mais utilizados nos combates, aparecendo em alguns poucos momentos durante a exploração.
God of War também impressiona em seu visual com uma riqueza de detalhes impressionantes e que surpreende a cada novo cenário explorado. A trilha sonora também mantém o tom épico com lindos corais de vozes. A forma de explorar o novo mundo segue uma linha de mundo aberto e o jogador tem um mapa e uma bússola para se guiar, assim ele pode escolher seguir um caminho mais linear focando na história principal, decidindo se quer ou não realizar as missões secundárias.
Em síntese, God of War é um jogo que apresenta uma nova visão a franquia, mas sem deixar o seu passado de lado. O game explora novos elementos mantendo a sua essência, garantindo uma experiência muito divertida durante toda a sua jornada. O jogo segue sua linha de ação e aventura, além de apresentar uma história muito emocional, explorando muito bem a relação entre pai e filho.
Classificação:
God of War
Plataformas: PlayStation 4
Produtora: Sony Interactive Entertainment
Desenvolvedora: SIE Santa Monica Studio
Diretor: Cory Barlog
Ano: 2018
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