Crítica | Moonlight: Sob a Luz do Luar
Dividido em três capítulos, Moonlight investe com maestria nas agruras de seu personagem principal. Acompanhamos o garoto negro Chiron na infância, na adolescência e como adulto. São três atores diferentes que fazem este trabalho, todos excelentes.
Sofrendo com bullying, sem pai, com uma mãe usuária de drogas, Chiron prefere se isolar e manter sempre a cabeça baixa. Ele encontra uma figura paterna em Juan, um traficante local. O garoto está descobrindo a dura realidade à sua volta e também se descobrindo como pessoa. Não é fácil ser Chiron.
Moonlight aborda vários temas, sempre com naturalidade e em alguns momentos até com um ar poético. Movimentos de câmera fluídos e um exímio trabalho de edição nos deixam imersos na sofrida história de Chiron. Simplesmente, não há uma cena que poderia ser descartada. Também não vemos mecanismos de roteiro que tentam adicionar mais drama. Nada soa falso aqui.
Por ser uma experiência inquietante, forte e atemporal, Moonlight tem tudo para ganhar admiradores e envelhecer bem com o tempo. A comparação com Boyhood é válida, mas só pelo fato de mostrar o mesmo personagem ao longo de uma faixa de tempo. O filme dirigido por Barry Jenkins é muito mais completo e tem algo a dizer. E ele diz de uma maneira tão sincera e humana que faz com que assisti-lo com passividade seja quase impossível.
Gostei muito de La La Land, mas meu voto para o Oscar seria Moonlight. Pelo menos, até agora. Ainda preciso conferir mais alguns dos indicados.
Uma frase: “- Eu sou uma bicha?
– Não. Você não é uma bicha. Você pode ser gay, mas você não deve permitir que alguém te chame de bicha.”Uma curiosidade: Assim como o personagem principal Chiron, o diretor Barry Jenkins também teve uma mãe viciada.
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Moonlight
Direção: Barry Jenkins
Roteiro: Barry Jenkins
Elenco: Mahershala Ali, Trevante Rhodes, André Holland, Duan Sanderson, Alex Hibbert, Janelle Monáe, Naomie Harris e Ashton Sanders
Gênero: Drama
Ano: 2016
Duração: 111 minutos.
Info: IMDb
Grande obra, para mim é por enquanto a melhor das que assisti, gostei mais do que La la Land até, mas se formos pensar em chances de levar a estatueta acho que são poucas
Nota 5 também, mas rapaz! Esse eu vou esperar pra ver no cinema.
O filme é realmente excelente!