Crítica | Anomalisa (2015)
Charlie Kaufman conquistou o respeito e a admiração de muitos graças ao seus roteiros criativos e impactantes. Quero Ser John Malkovich, Adaptação e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças comprovam sua capacidade de criar narrativas de qualidade que fogem do óbvio.
Anomalisa é o segundo filme em que Kaufman também assina a direção, sete anos depois de ter estreado atrás das câmeras com Sinédoque, Nova York. Vou ser bem sincero com vocês: até agora ele não me convenceu como cineasta.
Indicado ao Oscar de 2016 na categoria melhor animação, Anomalisa utiliza a técnica do stop-motion para contar uma história melancólica. Michael Stone é um autor de livros para quem trabalha com telemarketing. Ele é considerado um guru quando o assunto é o relacionamento com o cliente, prometendo um substancial aumento da produtividade para quem usar suas técnicas.
Ele acaba de chegar em Cincinatti para fazer uma palestra. Para passar o tempo, resolve ligar para um antigo caso amoroso que teve na cidade. Vamos compreendendo que ele está em plena crise da meia-idade. Solitário, Michael enfrenta problemas no casamento e até no relacionamento com o filho. A alegria pode estar escondida em Lisa, uma garota ingênua que parece diferente dos outros.
Diferente mesmo. Se repararmos bem, todos os personagens – com exceção de Michael e Lisa – possuem exatamente o mesmo rosto e a mesma voz. A mensagem que Kaufman deseja transmitir fica clara. Trata-se de uma ideia promissora que não consegue ser desenvolvida a contento.
Quando o filme chegou ao fim a minha reação foi pensar “é só isso?”. Anomalisa é estranho demais e frio demais para realmente cativar o público. O único momento capaz de gerar alguma emoção é quando Lisa canta Girls Just Wanna Have Fun. Mas aí vemos Michael usufruindo de sua importante posição para conquistar a influenciável Lisa. Ou será que alguém acreditou tratar-se de um romance genuíno?
De um jeito ou de outro, estamos diante de mais um filme de Kaufman endeusado pelos críticos. Para mim, não foi mais do que uma experiência entediante.
*** Classificação ***
Acho que quem está estranho e frio demais foi você ao assistir o filme. hauhauhauhauha
achei bem meia boca, assim como Sinedoque. kaufman como diretor até agora é só decepção.
mas a crítica endeusa, eu sei.
#FreeKnott
Bruno, estou bastante curiosa por esse filme. Ainda mais por se tratar de uma obra do Charlie Kaufman!