Maratona Star Wars | Episódio II – Ataque dos Clones
Uma das discussões mais recorrentes na internet versa sobre a existência ou não de uma entidade divina — ou uma Força superior, como queiram.
Aqueles que defendem sua existência apontam como provas coisas como a perfeição da natureza, o surgimento da vida e Scarlett Johansson.
Por outro lado, como indício de que talvez não exista uma entidade maior que nos ama e protege, podemos citar o Episódio II de Guerras nas Estrelas e o fato de que eu fui escalado para comentá-lo na Maratona Star Wars da PO.CI.L.GA.
Episódio II: Ataque dos Clones tem péssimas atuações, direção perdida, CGI tosco e é insuportavelmente longo, ao ponto de eu finalmente ter entendido aquele planeta do buraco negro no filme Interestelar: enquanto eu assistia só se passaram duas horas e vinte para o resto do mundo, mas para mim foi no mínimo uma semana.
Mas o pior elemento de Ataque dos Clones é, sem sombra de dúvida, o roteiro confuso e mal amarrado, que por algum motivo trata como mistério a identidade do vilão que recebe do Conde Dookan (hihihi) as plantas da Estrela da Morte (que por sinal será construída pela mesma empreiteira do metrô de Salvador e demorará vinte e três anos para ficar pronta).
Sim, eu sei que é uma reviravolta inacreditável, mas o bondoso chanceler Palpatine no futuro vai se tornar o malvado Imperador Palpatine! Desculpa aí pelo spoiler.
Confusa também é a criação dos Stormtroopers. Acompanhe comigo no replay: o Conselho Jedi e o Senado tomam conhecimento de que o Conde Dookan (hihihi) está formando um exército com aqueles robôs-galinha que se desmontam só de olhar para um sabre de luz. Assim sendo, eles tomam a decisão de conceder poderes absolutos ao chanceler Palpatine, para que seja autorizada a criação e utilização de um exército de clones para combater as androides pintadinhas. Só que aparentemente ninguém estranha que os tais clones já estavam prontos antes mesmo de eles saberem da existência dos robôs-galetos.
Entendeu? Nem eu.
Vale notar também que o plano do maquiavélico e ardiloso Palpatine envolve utilizar todo o carisma, sagacidade e oratória de Jar Jar Binks para convencer 2000 senadores a suspender a democracia e lhe dar poderes absolutos. E é claro que dá certo, porque o roteiro não tem nenhum compromisso com o bom senso.
Mas Ataque dos Clones também nos mostra o começo da queda para o lado negro da Força daquele que é talvez o maior vilão de toda a história do cinema.
Difícil acreditar que o poderoso e temível Darth Vader um dia foi esse adolescente birrento que desautoriza o chefe na frente dos outros e dá piti dizendo que vai mandar suspender a morte quando virar Jedi.
Igualmente improvável é Padmé se apaixonar por essa mala sem alça, ainda mais quando o amor deles é proibido por ele ser um Jedi e ela uma… uma… peraí, qual o impedimento mesmo? Senadores não podem casar na República? Eu sou o primeiro a concordar que Jar Jar não deve se reproduzir, mas não vejo qual o problema em Amidala juntar os trapos com quem quer que seja.
Nada nesse roteiro faz sentido. Qual o critério para escolha do suplente do senador de Naboo? Por que o maior caçador de recompensas da galáxia terceiriza seus trabalhos? Por que Padmé troca de figurino como se estivesse num show de Beyoncè? Por que fizeram downgrade em R2D2 para ele deixar de voar na trilogia clássica? Por que um shapeshifter precisa usar máscara? Por que fizeram esse filme?
Mas o pior do Episódio II — de toda a trilogia prequel, na verdade — não é o que ele foi, mas o que poderia ter sido. Nós poderíamos ter tido um buddy cop da ficção científica, um Máquina Mortífera no espaço. Poderíamos ter acompanhado o nascimento e desenvolvimento da amizade entre Obi Wan e Anakin, e o lento e gradual descenso deste último para o lado negro da Força. Poderíamos ter visto as escolhas erradas que levaram um jovem e promissor padawan a se tornar um tirano genocida.
Em vez disso, tivemos Natalie Portman de roupa de couro.
Ok, talvez não tenha sido uma troca tão ruim assim. Vou até aumentar um ponto.
Natalie Portman com roupa de coro vale dois KB. E Dookan (hihihi) também vale pela piada.
Heresias… Só leio heresias… A Confederação dos Sistemas Independentes não vai deixar isso barato…
Sensacional mais uma vez Lionel, sim, pela roupa de couro da nossa Rainha aliciadora de menores pedreiros da galáxia (você parece um anjo, Ani) Amidala, vale a pena.
E não vamos falar mal de Ani, afinal ele tinha duas opções, a saber:
1 – Virar um Jedi e renegar essa roupa de couro.
2 – Ir para o Lado Sombrio e ficar com Amidala.
Acho que nem Jar Jar e sua oratória convenceria ele do contrário hahahah
Hahahahaha, é verdade, nem entrei no mérito de ela ser uma aliciadora de menores.
excelente!!!
mas eu tenho um acerto apreço por esse filme, gosto de ver o menino ‘Ani’ derrapando para o lado negro aos poucos…
ah, ver o yoda saltitante também foi surpreendentemente bom. Dou 3 KB pra ele.
mas não tem como negar, que roteiro absurdo, hein?!
Se o episódio 2 é 2 bacons, então o episódio 1 ficaria devendo bacons.
Não sei se esse lance da amizade ia dar certo pq Obi Wan sempre ficou com o pé atrás em relação a Anakin e só aceitou levar adiante por causa de Liam Neeson.
Mas parabéns pelo texto, tá sensacional. hahahahaha