Review | Homeland 5×03: Super Powers

Review | Homeland 5×03: Super Powers

No terceiro episódio da quinta temporada de Homeland, Carrie decide pagar um alto custo para voltar a usar seus “super-poderes”.

Algo que sempre destacou Homeland dentre outras séries são as peculiaridades de sua protagonista. Carrie Mathison (Claire Danes), no início da série foi apresentada como uma brilhante analista da CIA, amante de jazz todavia atormentada pela sua condição de bipolar. Esses elementos são inclusive incorporados à abertura da série, comprovando a intenção dos produtores de fazer daqueles não apenas detalhes da personalidade da protagonista, mas algo se seria parte constitutiva do tom do seriado.

A partir da quarta temporada, contudo, jazz e transtorno bipolar foram um tanto quanto esquecidos. Quanto ao jazz não há muita justificativa que não talvez um certo desleixo dos produtores. O jazz é importante pois além de dar um clima sofisticado à série simboliza o cérebro genial e fora dos padrões normais da personagem principal. Já o afastamento da questão do transtorno bipolar fazia sentido dentro do arco de amadurecimento da mesma e assim desde a quarta temporada acompanhamos uma Carrie mais absorta pelo trabalho tendo encontrado nele mais equilíbrio. Equilíbrio, claro, que só lhe era fisiologicamente possível pelo Lithium tomado para controlar sua doença, e que a permitia viver uma vida o mais normal que lhe fosse possível ao lado de sua filha.

Assim, era preciso de fato que a sua vida e a e sua própria filha fossem colocadas em risco direto para que ela tomasse a drástica decisão de mandar sua filha de volta para os EUA, aos cuidados de sua irmã, e abandonar o Lithium. Para descobrir quem estaria por trás de um plano para matá-la ela precisará de toda a sua capacidade analítica e genialidade que vêm junto com a mania. Ela precisará de seus super-poderes.

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Esse terceiro episódio quebra o ritmo mais intenso imprimido nos dois primeiros episódios. E isso é importante. Como uma boa melodia de jazz a narrativa precisa quebrar o compasso por vezes para seguir envolvente. E foi importante retornar a mergulhar no mundo atormentado da Carrie maníaca. Sua doença, como dito, sempre fora um elemento importante tanto para a trama quanto para a personagem, além de proporcionar situações de dramatização que costumam tender ao excepcional. É bom ver mais uma vez as nuances a maneirismos da personagem e os comportamentos que a fazem ser tão amada e odiada por nós e pelos outros personagens da série.

De fato o episódio gira mesmo em torno de Carrie e de sua dança na beira do abismo para conseguir respostas. Além disso vemos que de fato há um plano oculto que vem sendo urdido cuidadosamente por Saul (Mandy Patinkin) e Dar Adal (F. Murray Abraham), envolvendo a Síria. Se há participação de Carrie nesse plano, isso não fica esclarecido. Numan, o hacker ativista, por sua vez, entrega o restante dos documentos sigilosos que ele vazou à jornalista Laura Sutton (Sarah Sokolovic), e isso irrita o seu comparsa Korzenik (Sven Schelker), que por sua vez decide finalmente lucrar com a informação e passa a tentar vender os documentos aos russos. Isso deve abrir a trama em direção a mais uma linha narrativa que apenas deve tornar a temporada ainda mais intensa e que com certeza irá trazer repercussões diretas no plano de Saul e de uma forma ou de outra na vida de Carrie Mathison.

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Quanto a Quinn (Rupert Friend), bem, era bem evidente que o nome Mathison extraído da mensagem codificada deixada para ele não significava que ele iria assassiná-la. Durante todo o episódio somos conduzidos a acreditar que na verdade sua linha de ação mudou. Mas como nada é o que parece logo percebemos que os planos de Quinn talvez não tenham mudado tanto assim. E que talvez Carrie ainda seja de alguma forma sim, seu alvo. Mas é preciso que Quinn esteja atento, afinal agora Carrie tem seus super-poderes de volta que com certeza se prova uma motherfucker muito difícil de se pegar.



hOMELANDPostersSérie: Homeland
Temporada:
Episódio: 03
Título: Super Powers
Roteiro: Alex Gansa e Meredith Stiehm
Direção: Keith Gordon
Elenco: Claire Danes, Rupert Friend, Mandy Patinkin, Miranda Otto e F. Murray Abraham.
Exibição original: 18 de Outubro de 2015 – Showtime
Graus de KB: 2² (Claire Daines esteve em Mod Squad: O Filme (1999) com Josh Brolin que esteve em O Homem Sem Sombra (2000) com Kevin Bacon e Mandy Patinkin trabalhou em Metido em Encrenca (2002) junto com David Koechner que esteve em Tudo por Você (2009) junto com Kevin Bacon).

 


Mário Bastos

Quadrinista e escritor frustrado (como vocês bem sabem esses são os "melhores" críticos). Amante de histórias de ficção histórica, ficção científica e fantasia, gostaria de escrever como Neil Gaiman, Grant Morrison, Bernard Cornwell ou Alan Moore, mas tudo que consegue fazer mesmo é mestrar RPG para seus amigos nerds há mais de vinte anos. Nas horas vagas é filósofo e professor.

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