Review | Contos do Loop (Tales from the Loop)

Review | Contos do Loop (Tales from the Loop)

Baseado nas artes do autor e ilustrador sueco Simon Stålenhag, a série da Amazon “Contos do Loop” é uma pequena jóia deslocada no espaço/tempo. O seu formato remete a alguns seriados do passado, num ritmo bem mais cadenciado e sem pressa de solucionar os conflitos e mistérios, mas também insere elementos futuristas como viagens no tempo, robôs e também fantasia. 

Assim também são as obras artísticas de Simon Stålenhag, passado e futuro se unem de maneira ímpar. Uma das mais famosas é um livro de fotografias no qual ele adiciona elementos futuristas e que remetem a outras obras de ficção científicas em fotos ‘comuns’. As artes dele chegaram a alguns livros como Things From The Flood ou The Electric State e até mesmo serviu de inspiração para o game “No Man’s Sky”.

Com toda essa inspiração, o artista sueco foi convidado para contribuir com o roteiro e também a produção executiva do seriado que foi lançado, sem muito alarde, no serviço de streaming da Amazon.

O que é o Loop?

A série Contos do Loop conta a história de uma bucólica e pequena cidade que fica acima de um centro de pesquisa chamado “O Loop”. Situados no subsolo, cientistas e outros trabalhadores, pesquisam diversos mistérios do universo, alguns dele envolvendo viagens temporais. 

Esse local e os trabalhos feitos por lá, acabam afetando a vida dos moradores da cidade. Alguns dele começam a experienciar e vivenciar coisas que desafiam as leis da física e até interferem no fluxo do tempo. Uma variedade de coisas que remetem a tantos contos e histórias que já foram contadas em diversas obras de ficção científica.

Em meio a isso somos apresentados a uma família que enfrenta seus próprios problemas pessoais e tentam aprender não só com eles, mas também com toda a sorte de eventos ‘anormais’ que acontecem por ali.

O time de atores conta com alguns rostos conhecidos como o de Rebecca Hall (O Presente), Jonathan Price (Dois Papas) e Paul Schneider (A Garota Ideal). O elenco em geral atua muito bem e conta com uma direção bastante acertada e que sabe deixar a história fluir sem pressa. E claro, um dos pontos fortes da série é a fotografia (como não podia deixar de ser) e todo o trabalho no design de produção. Acompanhando tudo isso temos uma trilha sonora que casa muito bem com o ritmo e os temas apresentados na série (quem usa o Spotify pode ouvir aqui).

Vou entrar aqui, vai dar em nada

A 1º Temporada possui 10 episódios – o último deles dirigido por ninguém menos que Jodie Foster –  e, ao contrário do que vem acontecendo com outros seriados atuais, definitivamente esta não é uma produção para se maratonar. O famoso binge-watching pode até ser feito, mas assistir os episódios com calma e paciência, aproveitando sem pressa toda a ambientação que a série traz, é muito mais recompensador do que sair correndo para saber como tudo termina. Até porque, isso é o que menos importa em Tales From the Loop.

Vale a pena?

Para todos aqueles que adoram obras de ficção científica “Contos do Loop” é uma excelente pedida. Mistura mistério, fantasia e dramas pessoais e familiares como poucas obras atuais conseguem fazer.

Para as mentes mais ansiosas e inquietas, que ficam correndo atrás de ganchos, reviravoltas mirabolantes e tensão e frenesi, talvez não seja uma boa pedida. Seu ritmo mais cadenciado pode parecer entediante para aqueles que procuram algo para maratonar e ver numa “sentada só”.

Para mim, foi uma das melhores séries que assisti nessa quarentena e também neste ano, que ainda acho que seja 2020. Se você está no futuro lendo isso e sabe que dia é hoje, é sinal que, no fim, tudo deu certo.


Contos do Loop (Tales from the Loop)

Roteiro: Nathaniel Halpern e Simon Stålenhag
Elenco: Daniel Zolghadri, Rebecca Hall,  Paul Schneider, Robert Nahum Allen, Ato Essandoh, Duncan Joiner, Jonathan, Nicole Law e Lauren Weedman.
Temporada: 1
Episódios: 10
Distribuição: Amazon Prime

marciomelo

Baiano, natural de Conceição do Almeida, sou engenheiro de software em horário comercial e escritor nas horas vagas. Sobrevivi à queda de um carro em movimento, tenho o crânio fissurado por conta de uma aposta com skate e torço por um time COLOSSAL.

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