Crítica | Wish: O Poder dos Desejos

Crítica | Wish: O Poder dos Desejos

Wish: O Poder dos Desejos” provavelmente não será a melhor animação do ano, mas você vai ‘desejar’ assistir.

A Disney retorna aos cinemas trazendo um tom de frescor em sua mais nova animação Wish, combinando comédia, aventura e um pouco de drama. A narrativa se assemelha bastante aos longas já conhecidos da marca, mas é possível ver um tom mais maduro, talvez para tentar acompanhar a juventude que não se emociona mais com mágicas simplórias.

Asha é uma protagonista verossímil que traz consigo muita representatividade e a todo tempo reafirma seus ideais. Vivendo, e amando, o reino de Rosas, ela embarca em algumas aventuras junto com seu bode de estimação Valentino – alívio cômico em diversas cenas. Ela trabalha no castelo do Rei Magnífico de Rosas, que fundou e aparentemente cuida de toda a comunidade local. No entanto, ao se candidatar a aprendiz do Rei, Asha percebe que nem tudo é um ‘mar de rosas’.

O Rei tem habilidades mágicas que proporcionam às pessoas de Rosas uma forma de guardar seus desejos para que, seguros, um dia possam ser realizados por ele. Contudo, em uma conversa com nossa protagonista, é possível entender que os desejos são realizados somente se o soberano Rei quiser e achar conveniente.

Dessa forma, Asha deseja poder ajudar a todos ao seu redor, ao perceber que seus amigos, familiares e conhecidos do reino talvez nunca tenham seus desejos realizados. Neste momento aparece a estrelinha mais fofa dos cinemas, literalmente caída do céu, para ajudá-la nessa jornada.

A premissa principal do filme parece simples, mas mostra diversos vieses políticos e sociais. Para as crianças talvez a mensagem mais profunda não seja claramente percebida, mas será aprendida e internalizada de forma leve e divertida. A questão do poder do povo e para o povo é constantemente apresentada no longa. Obviamente a Disney não demonstra abertamente uma posição política, posando um pouco como isenta. No entanto, é interessante ver como os personagens jovens assumem os riscos e buscam o que for melhor para a sociedade como um todo, sendo a representação da esperança e da liberdade.

O elenco de vozes em português é eficiente e conta com Luci Salutes que dá vida a Asha, Raphael Rossatto que está muito bem como a voz ao Rei Magnífico e incorpora o seu personagem em todas as cenas musicais, assim como Marcelo Adnet, que traz ao bode Valentino a oportunidade de falar tudo o que pensa.

A animação “Wish: O Poder dos Desejos” comemora os 100 anos da Disney e traz diversos easter eggs interessantes. A presença de inúmeros personagens caricatos, a aparição de objetos ou falas que remetem aos outros filmes da marca trazem um tom de nostalgia aos adultos e comédia aos jovens. Fiquem até o final dos créditos, pois a magia acontece tanto no subir dos nomes quanto no pós créditos.

Wish: O Poder dos Desejos” é a animação da Disney que comemora os 100 anos da companhia. É uma grata surpresa para os adultos ver uma animação mais madura e que instiga as crianças a pensarem de forma diferente, e ao mesmo tempo diverte e faz rir, não deixando o encanto e a magia de lado.


Uma frase: – Rei Magnífico: “Quem está pronto para ter o desejo realizado?.”

Uma cena: Quando Asha faz o desejo de ajudar todos a seu redor e surge a estrelinha.

Uma curiosidade: O avô de Asha comemora seu centenário, uma clara referência ao centenário dos estúdios Disney, época em que o filme foi lançado.


Wish: O Poder dos Desejos (Wish)

Direção: Chris Buck e Fawn Veerasunthorn
Roteiro: Jennifer Lee e Allison Moore, história de Jennifer Lee, Chris Buck, Fawn Veerasunthorn e Allison Moore
Elenco: Luci Salutes, Raphael Rossatto, Marcelo Adnet, Shallana Costa, Carlos Campanile, Letícia Soares, Maíra Paris, Gabriel Ebling, Vagner Fagundes, Lucas Gama e Ítalo Luiz (vozes em português)
Gênero: Animação, Aventura, Comédia
Ano: 2023
Duração: 95 minutos

Tássya Macedo Queiroz

Uma porquinha radioativa mestre em energia nuclear na Rússia, que adora química, Harry Potter e Minions, além de amar escrever, se arriscando como crítica de cinema após um tempo se dedicando como band aid de um certo porcolunista da POCILGA.

Um comentário em “Crítica | Wish: O Poder dos Desejos

  1. É uma animação apenas correta, mas realmente poderia ter explorado melhor o tema, acaba se perdendo em querer fazer “homenagens” aos 100 anos da Disney.
    ps: adorei o trocadilho do início do texto. 😀

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