Lista | 10 Ótimos álbuns de 2023

Para fazer esse post tomei o devido cuidado de não colocar no título “os melhores álbuns de 2023“. Fiz isso porque não escutei a quantidade necessária de álbuns para tal e também pelo fato de que essa lista é uma opinião pessoal e não um consenso da Pocilga.

Basicamente, são 10 trabalhos de qualidade que ouvi bastante em 2023 e que podem ser boas dicas para você.

Ordem aleatória.

Lana Del Rey: Did You Know That There´s a Tunnel Under Ocean Blvd

Certa vez Bruce Springsteen disse que Lana Del Rey é uma das grandes compositoras da atualidade e Did You Know that there’s a tunnel under Ocean Blvd é mais uma evidência disso. Aqui ela trabalha com temas profundos, autobiográficos e religiosos com arranjos cuidadosos e muita sofisticação. Ela cria uma atmosfera melancólica e de rara beleza, utilizando para isso piano, violão, coro gospel e até aproximações com o hip-hop. Ainda considero Norman Fucking Rockwell a obra-prima da Lana Del Rey, mas este álbum não fica muito atrás.

Ouça:
A&W
Margaret
Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean Blvd.

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Él Mató a Un Polícia Motorizado: Súper Terror

Os argentinos do El Mató estão se consolidando cada vez mais no cenário alternativo latino e Super Terror colaborou muito para isso. Gravado no Texas, o álbum mostra que a banda não perdeu sua essência indie/alternativa, mas que não tem medo de inovar com elementos dos anos 1980 mesclando bem guitarras com sintetizadores. As letras de Santiago Motorizado retratam um sofrido mundo pós-pandêmico, mas não abandonam a esperança de dias melhores. Como de costume, há refrãos que chamam a atenção logo de cara pelo seu caráter emotivo e que ganham ainda mais força ao vivo, como:”Quiero saber a quien seguir, todo lo que me importa no existe más, quiero saber por quién morrir“.

Ouça:
Segundo Plan
Diamante Roto
El Profeta de Fuego

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Gorillaz: Cracker Island

Desde as primeiras notas de Cracker Island já fui fisgado para o universo particular do Gorillaz, o que para mim é inusitado, já que nunca gostei muito da banda. Damon Albarn convidou vários artistas para cada um colocar o seu estilo em uma determinada música e o resultado não poderia ser melhor. Temos aqui Bad Bunny, Tame Impala, Thundercart, Beck e também o brasileiro Mc Bin Laden na versão deluxe. Essa diversidade adiciona camadas que tornam a audição sempre fascinante e tudo é feito de uma forma coesa, sem fugir da ideia original. Com sintetizadores, dub, uma pegada disco aqui e um hip-hop ali, Cracker Island passeia por vários gêneros e investe na temática do mundo atual digitalizado onde as relações pessoais verdadeiras são cada vez mais escassas.

Ouça:
Silent Running
New Gold
Cracker Island

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The National: First Two Pages of Frankenstein

A depressão de Matt Berninger e o livro Frankenstein de Mary Shelley de alguma forma serviram de inspiração para First Two Pages of Frankenstein. O The National não busca ousar e apresenta exatamente o que se espera deles: melodias essencialmente tristes com arranjos que as tornam atraentes. Mais do mesmo? Pode ser, mas sempre com alto nível e dessa vez com as participações mais que especiais de Phoebe Bridgers e Taylor Swift.

Ouça:
Tropic Morning News
New Order T-Shirt
This Isn’t Helping

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Kali Uchis: Red Moon in Venus

A colombiana/americana Kali Uchis canta sobre o amor, fé e a nostalgia em uma mistura de pop, neo soul e R&B que é absolutamente envolvente. É um trabalho refinado que mostra uma artista em plena evolução. Há quem prefira a estreia Isolation, mas considero Red Moon in Venus mais redondo. Ano que vem ela já vai lançar um álbum novo, comprovando que a criatividade está lá em cima.

Ouça:
I Wish You Roses
Endlessly
Moonlight

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The Hives: The Death of Randy Fitzsimmons

Se compararmos The Death of Randy Fitzsimmons com os primeiros álbuns da banda, percebemos que o The Hives conseguiu lapidar o som e deixá-lo um pouco mais moderno. Mas isso não quer dizer que eles perderam os elementos que os fizeram entrar com tudo na cena alternativa no começo dos anos 2000. Os suecos seguem enérgicos, divertidos, um tanto desleixados e criando hits para fazer o público pular nos shows, como a porrada Bogus Operandi que abre o disco.

Ouça:
Bogus Operandi
Smoke & Mirrors
Countdown To Shutdown

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Yves Tumor: Praise a Lord Who Chews but Does Not Consume (Or Simply, Hot Between Worlds)

Yves Tumor é conhecido por investir em uma sonoridade mais experimental, mas aqui ele nos oferece algo bem acessível. Ele se aproxima do pop utilizando teclado, guitarras e criando momentos um tanto dançantes. Tematicamente, ele investe nas relações humanas em um tom confessional que soa sincero.

Ouça:
Lovely Sewer
Echolalia
Fear Evil Like Fire

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FBC: O AMOR, O PERDÃO E A TECNOLOGIA LOGIA IRÃO NOS LEVAR PARA OUTRO PLANETA

Não poderia elaborar uma lista sem um álbum nacional e sem dúvida o meu preferido foi o último do mineiro FBC. Temos aqui uma incursão vibrante na dance music. Várias faixas tem uma vibe bem disco com direito a teclados, trompete e trombone com batidas que pedem para o corpo balançar. São claras influências como Jorge Ben Jor e Tim Maia. Nas letras, as agruras do nosso mundo contemporâneo cheio de textões, instagram, zolpidem e conexões efêmeras.

Ouça:
MADRUGADA MALDITA
ESTANTE DE LIVROS
QUÍMICO AMOR

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Slowdive: everything is alive

Fazia tempo que o shoegaze não estava tão em alta como em 2024. Em apenas 8 músicas o Slowdive nos convida a fazer uma viagem melódica e poética em seu universo particular. Uma palavra usada em muitos textos para descrever esse álbum é “etéreo” e ela indica com perfeição o que esperar dele. Delicado, agridoce e melancólico na medida certa, é um som perfeito para um dia chuvoso e reflexivo. Talvez na companhia de um Pinot Noir.

Ouça:
shanty
kisses
skin in the game

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Iggy Pop: Every Loser

Esse foi o primeiro álbum de 2023 que ouvi e ele permaneceu nas minhas playlists por um bom tempo. É ótimo constatar como Iggy Pop continua vibrante, feroz e sagaz. Capaz de alternar porradas punk com baladas, o ex-Stooges mostra que ainda tem muito a oferecer. Detalhe para as participações de nomes como Chad Smith (Red Hot Chili Peppers), Travis Barker (Blink-182) e do já saudoso Taylor Hawnkins.

Ouça:
Frenzy
New Atlantis
Morning Show

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