Review | Down for Love

Review | Down for Love

O amor é um direito universal, e a busca por um relacionamento é algo natural dos seres humanos. Neste sentido, alguns reality shows vêm mostrando um pouco dessa incrível jornada do conhecimento não só do amor à dois, mas também do amor próprio de pessoas no Espectro do Autismo e portadoras de Síndrome de Down.

As indústrias de streaming estão tentando aos poucos adicionar uma maior diversidade em suas programações. Obviamente, levando em consideração a necessidade de constante atualização por parte dos grandes produtores, seria ingenuidade acreditar que essa mudança é puramente por bondade. É claro que o fator visibilidade e monetarização estão envolvidos, mas é algo a se valorizar quando pensamos no aspecto da representatividade.

Dois reality que estão tendo bastante repercussão ultimamente são possíveis de se encontrar na Netflix e se chamam “Down for Love” (Pronto para o amor, 2022) e “Love on the Spectrum” (Amor no Espectro, 2019), que trazem a história de diversos jovens e adultos em busca do amor, mostrando suas decepções, suas alegrias e descobertas ao longo de curtos, porém adoráveis, episódios. 

A desmistificação é um fator essencial nesses programas. Em Amor no Espectro é possível entender melhor a dinâmica e a rotina de pessoas nos diversos níveis do Espectro do Autismo. O amor pode ser algo desafiador e complicado para qualquer um, mas ver cada ‘personagem’ se desenvolver e criar um sentimento de carinho e cuidado com seu parceiro é algo que aquece o coração.

Em Down for Love a dinâmica é similar. No entanto, é possível ver diversos depoimentos das pessoas com Síndrome de Down enfatizando a vontade de ter um relacionamento e de constituir família. A questão da sexualidade é também abordada de fato a quebrar alguns paradigmas que hoje a sociedade tem. 

Maria Júlia(Maju) é modelo internacional, está na Forber under 30 e possui um perfil no Instagram (@majudearaujo) onde mostra um pouco do seu dia a dia, lutando contra o preconceito e reforçando a igualdade de direitos. Em uma publicação recente, ela postou:

” ‘Pessoas com Síndrome de Down não deveriam namorar’: Essa é uma frase que a gente ouve muito por aí. Mesmo com 30,40,50 anos de idade as pessoas insistem em nos infantilizar, ou até mesmo nos anular. Mas pessoas com deficiência merecem ser amadas. Todos nós precisamos do amor, todos nós merecemos dividir nossas vidas com alguém que amamos, todos nós merecemos viver essa experiência!”

A indústria cinematográfica e de streaming vem evoluindo ao longo dos tempos mostrando uma maior diversidade e representatividade. É excelente ver realitys como “Down for love” e “Love on the Spectrum” que mostram a busca pelo amor por parte das pessoas com deficiência. Apesar da monetização dessas situações, é gratificante e emocionante ver que alguns paradigmas estão sendo quebrados.



Down For Love

Dirigido e Narrado por: Candida Beveridge
Emissora: Netflix
Ano: 2022

Tássya Macedo Queiroz

Uma porquinha radioativa mestre em energia nuclear na Rússia, que adora química, Harry Potter e Minions, além de amar escrever, se arriscando como crítica de cinema após um tempo se dedicando como band aid de um certo porcolunista da POCILGA.

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