Review | The White Lotus (1ª Temporada)
Sei que estou atrasado, mas após assistir a primeira temporada de The White Lotus senti que não podia deixar de escrever alguns comentários sobre essa fantástica minissérie.
Já adianto que essa não é uma série perfeita e abordarei seus problemas no texto, mas os seus acertos me conquistaram totalmente e me embalaram nesse universo de uma forma basicamente viciante.
White Lotus é o nome de um hotel em uma ilha do Havaí frequentado pelos ricos. Quer dizer, pelos podres de ricos. E coitados dos funcionários do hotel que precisam satisfazer todos os caprichos deles e também aguentar inúmeros tipos de perturbação.
É aí que reside a beleza e genialidade do texto de The White Lotus. As personalidades dos personagens são reveladas a medida que eles interagem entre si. Criar empatia é quase impossível, mas vamos aproveitar ao testemunhar suas peculiaridades. Os diálogos geralmente constrangedores refletem o mundo particular deles e inevitavelmente nos fazem rir. Às vezes é uma risada mais de canto de boca, às vezes é uma boa gargalhada.
Temos aqui um cliente que reclama obsessivamente que foi colocado no quarto errado, um homem extremamente ansioso que acha que está com câncer, duas amigas que mais parecem competir do que ter uma amizade sincera, uma jovem que está descobrindo que o seu marido não é exatamente um príncipe encantado, uma mulher de meia idade que quer jogar as cinzas da mãe no mar e um gerente de hotel que precisa fazer o impossível para dar conta de tudo e todos.
O roteiro também se mostra hábil em construir situações que rumam para um desfecho inesperado e geralmente com um humor ácido. Como exemplos, cito as cenas da funcionária gestante e de Tanya consultando Belinda pela primeira vez.
Equilibrando de forma eficiente a sátira com a crítica social, percebemos como os funcionários do hotel fazem de tudo para agradar os clientes, mesmo os mais pentelhos e sempre com um sorriso no rosto. A vida pode estar uma desgraça, mas eles precisam fingir que está tudo bem e que a prioridade é o cliente.
Os pontos fortes de The White Lotus são os diálogos, os personagens e seus dramas pessoais e a fotografia que explora de forma arrebatadora a beleza do Havaí. Com várias cenas embasbacantes durante o nascer e o pôr do sol e com direito a presenças de ilustres membros da fauna do Havai, não há como não se encantar com esse visual requintado. E não posso deixar de mencionar a fabulosa trilha sonora, que com um ritmo bem local adiciona intensidade em cada sequência.
Mas… e quanto aos problemas?
A história se inicia com um caixão em um avião e uma mulher falando que alguém morreu no White Lotus. E aí voltamos no tempo uma semana.
Durante toda a primeira temporada fiquei imaginando quem poderia estar naquele caixão e se algum outro personagem teria sido responsável por isso. Minhas teorias mudavam episódio a episódio e umas eram bem interessantes. Tudo isso para chegar numa resolução anticlimática.
Infelizmente, as piadas e os diálogos perdem um pouco da força ao longo da série. Chega um momento que percebemos que as melhores ideias já foram usadas e as coisas não ficam tão divertidas e inspiradas. Particularmente, considero os 3 episódios iniciais perfeitos e o restante irregular.
Apesar de ser difícil se conectar com esses personagens, me importei e gostei bastante do arco de Quinn. Ele é um verdadeiro piá de prédio que fica com a cara enfiada no seu Nintendo Switch até que descobre que existe um mundo cheio de beleza e oportunidades lá fora.
The White Lotus já está na segunda temporada e ela já recebeu muitos elogios. Dizem até que é melhor do que a primeira. Minhas expectativas estão lá em cima.
O que vocês acharam da série?
The White Lotus
Criado por: Mike White
Emissora: HBO Max
Elenco: Jennifer Coolide, Connie Britton, Murray Barlett, Alexandra Daddario, Jake Lacy, Fred Hechinger, Sydney Sweeney, Natasha Rothwell, Steve Zahn
Ano: 2021
