Crítica | Beavis e Butt-Head: Detonam o Universo

Crítica | Beavis e Butt-Head: Detonam o Universo

Os personagens Beavis e Butt-Head criados por Mike Judge fizeram enorme sucesso nos anos 1990 com sua série animada em que faziam coisas imbecis e comentavam sobre clipes musicais que eram exibidos na MTV. Eles tiveram um longa-metragem em 1996 e o seriado teve uma nova temporada em 2011. Como a nostalgia sempre ajuda a ressuscitar franquias, chegou a vez de eles terem uma nova chance. Assim a Paramount e a MTV fizeram o longa de animação “Beavis e Butt-Head: Detonam o Universo” que tem objetivos claros: apresentar a dupla para uma nova geração enquanto relembra a memória dos saudosistas, além de criar uma forma de introduzi-los na atualidade.

O criador da dupla Mike Judge deixou a direção a cargo de John Rice e Albert Calleros, mas escreveu o roteiro junto com Lew Morton e obviamente dublou Beavis e Butt-Head. O talento de Judge é fantástico e o que ele faz com a voz é impressionante. Sem ele os personagens não existem!

O filme começa em 1998 quando após um acidente durante a feira de ciências a dupla Beavis e Butt-Head é convidada para participar de um acampamento espacial. Como tudo no universo deles é absurdo, os jovens se destacam no uso de uma máquina por enxergarem uma conotação sexual e são convocados para uma missão espacial. Um novo acidente acontece, afinal eles são extremamente idiotas, e eles caem em um buraco negro indo parando em 2022.

A chefe da missão espacial era Serena e na atualidade se tornou governadora, então ao descobrir que a dupla está viva resolve ir atrás deles e matá-los, pois a descoberta da sobrevivência deles pode alterar a forma como ela é vista pela opinião pública. Enquanto isso, o serviço secreto dos EUA também vai atrás de Beavis e Butt-Head por não saber se eles são humanos ou alienígenas e se são uma ameaça ou não.

No meio de toda essa confusão absurda, Beavis e Butt-Head só querem mesmo é cumprir seu objetivo de vida: transar. Afinal, o que mais jovens de 16 anos querem da vida? Assim eles vão em busca de Serena, pois acreditam que a mulher tinha deixado claro o interesse em fazer sexo com eles. Enquanto isso eles se adaptam ao mundo atual, como com o uso de celulares, e é a partir disso que a animação cria situações hilárias e sem noção na jornada da dupla.

A trama segue uma fórmula similar à de “Beavis e Butt-Head Detonam a América” de 1996 ao colocar os personagens em diversas situações absurdas enquanto tentam alcançar o seu objetivo que é transar. A diferença da animação de 2022 é justamente encaixar o estilo de humor da dupla nos tempos atuais e eles acertam nesse sentido. A cena na qual a dupla entra em uma aula numa universidade e descobre sobre o privilégio branco é hilária.

Contudo, a animação parece mais interessada em justificar a presença de Beavis e Butt-Head em 2022 e assim fazer sentido uma nova série animada da dupla, que estreia um pouco depois do filme chegar à plataforma de streaming da Paramout.

Dessa forma, podemos dizer que “Beavis e Butt-Head: Detonam o Universo” é um filme divertido, principalmente para os fãs dos personagens. Isso é suficiente para justificar uma nova série animada da dupla? Talvez não, mas o seriado pode explorar melhor o humor da dupla, principalmente ao colocar os personagens comentando vídeos do YouTube, Instagram, Tik Tok ou qualquer outra rede social. Como longa-metragem, sem dúvidas os diretores John Rice e Albert Calleros ficam no básico, sem fugir muito da fórmula, entregando um trabalho apenas correto.


Uma frase: – Beavis: “Eu sou o Cornholio!”

Uma cena: Quando Beavis e Butt-Head descobrem sobre privilégio branco.

Uma curiosidade: Primeira vez na franquia de Beavis & Butt-Head onde fica implícito que a cidade fictícia de Highland está localizada no estado do Texas.


Beavis e Butt-Head: Detonam o Universo (Beavis and Butt-Head Do the Universe)

Direção: John Rice e Albert Calleros
Roteiro: Mike Judge e Lew Morton, história de Mike Judge, Lew Morton, Guy Maxtone-Graham e Ian Maxtone-Graham
Elenco: Mike Judge, Gary Cole, Nat Faxon, Chi McBride e Andrea Savage
Gênero: Animação, Comédia
Ano: 2022
Duração: 86 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *