Crítica | Top Gun: Maverick (2022)

Crítica | Top Gun: Maverick (2022)

Tom Cruise está de volta à “zona de perigo” após 36 anos, com o muito aguardado Top Gun: Maverick (2022), a continuação do célebre filme lançado em 1986.

A surpreendente sequência estava programada para ser lançada em 2020, mas foi adiada por muitas vezes por conta da pandemia de COVID-19, que até a data desta publicação ainda está causando prejuízo ao mundo.

No filme, Cruise, de 59 anos, reprisa seu papel como Pete Mitchell, o arrogante piloto da Marinha que nunca subiu na hierarquia por causa de sua propensão a desafiar a autoridade. Mitchell, cujo codinome é Maverick, é convidado a treinar um grupo de jovens pilotos de caça para uma missão muito arriscada, obviamente.

O novo Top Gun é um excelente exemplo daquilo que considero uma boa continuidade: Conseguir se manter leal ao passado, entendendo do que se tratava o primeiro, e, ainda assim, se mantém por conta própria trazendo novos elementos à trama. Além das cenas de voos emocionantes, uma história com atuações fortes do elenco de apoio, incluindo Miles Teller, que interpreta o filho de Goose, parceiro de Maverick que morreu no filme original.

Top Gun: Maverick rendeu uma grande homenagem ao antecessor desde o início, primeiro com a trilha sonora, alimentando os momentos icônicos que se transformavam em verdadeiros videoclipes dentro do filme, e depois, trazendo à tona alguns grandes personagens que estão imortalizados na cultura popular do cinema como a participação de Val Kilmer, o lendário Iceman, que adiciona seus problemas de saúde da vida real ao personagem. 

Sabe o que eu acho?

Tom Cruise é a verdadeira estrela do longa-metragem, como deveria ser. A última estrela de ação dos anos 80 tem sido tão importante, ou mais, que seus últimos filmes. Em Top Gun: Maverick não é diferente, o vovô-garoto tem tirado proveito da genética – ou de algum segredo pseudocientífico, e conseguiu manter a essência do personagem que fez quando tinha apenas 23 anos, com uma energia radiante e a forma física de um garoto, que não parece ter ficado para trás de todos os jovens atores que dão uma nova cara à franquia.

As cenas aéreas continuam cumprindo muito bem o seu papel, por muitas vezes geram alguma confusão, mas em determinados momentos são surpreendentes. Os recursos narrativos onde os pilotos precisam descrever cada ação ou o que está acontecendo ao redor, junto com as expressões faciais (algumas vezes influenciadas pelo peso da Força G) dentro das cabines são os principais elementos para imaginar o que está acontecendo nas batalhas.

No mais, Top Gun: Maverick é um filme fazendo propaganda militarista para os Estados Unidos, se disfarçando como salvador do mundo e evangelizador da democracia. Um longa-metragem divertido, onde Tom Cruise é a principal estrela, e talvez a única, brilhando no céu de Hollywood por tanto tempo.


Uma frase: ”Não é a máquina, mas sim o piloto”

Uma cena: A visão panorâmica mostrando as manobras de evasão contra os mísseis.

Uma curiosidade: Por insistência de Tom Cruise, não há tela verde ou tomadas aéreas CGI no filme, e até mesmo as fotos de close-up do cockpit são tiradas durante sequências reais de voo. Isso significava que grande parte do elenco teve que passar por extensas sessões de treinamento da força G, para suportar as demandas físicas das pressões da força G durante os voos.


Top Gun: Maverick

Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Ehren Kruger, Eric Warren Singer e Christopher McQuarrie, história de Peter Craig e Justin Marks
Elenco: Tom Cruise, Miles Teller, Jennifer Connelly, Jon Hamm, Glen Powell, Jay Elis, Bashim Salahuddin, Charles Parnell, Monica Barbaro, Lewis Pullman, Ed Harris e Val Kilmer
Gênero: Ação, Drama
Ano: 2022
Duração: 131 minutos

Junio Queiroz

Sou bonito, sou gostoso, jogo bola e danço. Psicólogo humanista. As vezes edito algum podcast da casa.

Um comentário em “Crítica | Top Gun: Maverick (2022)

  1. Não poderia concordar mais com seu último paragrafo, resumiu bem o filme e sua resenha faz jus ao que também vi.

    Uma produção divertida, mas com aquela sensação de coisas que, no século passado, me pareciam mais legais do que realmente são.

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