Crítica | Titane (2021)

Crítica | Titane (2021)

Coragem e ousadia não são virtudes suficientes para um filme se tornar bom. Titane merece elogios por sua premissa bizarramente intrigante, pela estética refinada e por investir em um body horror aflitivo. E só. Infelizmente, o que começou interessante transforma-se em algo entediante e esquecível. Talvez o pior problema seja a falta de um desenvolvimento minimamente decente para a personagem principal.

Sabemos que ela era uma criança que sofreu um grave acidente e ganhou um implante de titânio na cabeça para ser salva. Quando adulta, ela possui uma incontrolável tara por veículos motorizados que descamba em relações sexuais com os mesmos. Pois é, só vendo para compreender. E para completar, ela é basicamente uma serial killer. Insano, né? Só que suas motivações são incompreensíveis e cada vez nos afastamos mais dela. Chega o ponto que contemplamos de forma blasé qualquer coisa que ela faça. O distanciamento é total e a empatia é zero.

O filme dá pinceladas em temas como fluidez de gênero, sexualidade e traumas, mas de forma rasa e às vezes forçosamente chocante. Foi absolutamente impossível sentir qualquer emoção genuína ao presenciar mortes e um improvável nascimento.

Gosto de ser confrontado com o bizarro, o inesperado e o visceral, mas quando são acompanhados por algo que tenha significado. Não foi o caso desse desagradável teste de paciência chamado Titane.


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Uma frase: “Eu não me importo com quem você é. Você é meu filho. Você sempre será meu filho. Quem quer que você seja. Está claro?”

Uma cena: Os bombeiros dançando ao som de Future Islands.

Uma curiosidade: Julia Ducournau se tornou com esse filme a segunda diretora mulher a vencer a Palma de Ouro de Cannes.


Titane

Direção: Julia Ducournau
Roteiro: Julia Ducournau
Elenco: Vincent Lindon, Agathe Rousselle, Garance Marillier, Bertrand Bonello
Gênero: Drama, Terror, Sci-Fi
Ano: 2021
Duração: 108 minutos
IMDb

Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

Um comentário em “Crítica | Titane (2021)

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