Crítica | Viagem ao Topo da Terra

Crítica | Viagem ao Topo da Terra
Será que George Mallory foi o primeiro a conquistar o Evereste?

Viagem ao Topo da Terra é um anime que fez sucesso em Cannes no ano passado e é uma ótima opção para quem deseja assistir a algo diferenciado na Netflix.

Fukamachi é um fotojornalista que investiga o que realmente aconteceu com o alpinista George Mallory. Há quem acredite que ele chegou ao cume do Evereste em 1924, o que faria dele o primeiro a alcançar tal feito. Infelizmente, ele morreu nessa empreitada e seu corpo ficou desaparecido por décadas. Encontrar a câmera dele poderia trazer respostas definitivas. Em sua busca, Fukamachi encontra-se com Habu, um arredio alpinista que parece saber alguma coisa importante sobre tudo isso.

Viagem ao Topo da Terra nos revela de maneira intensa o quão grande pode ser a obsessão de um alpinista. Quando eles alcançam o topo de uma montanha logo já pensam em outro desafio maior: chegar mais rápido, subir sozinho, não usar oxigênio, escalar uma rota que ninguém escalou e assim por diante. Essa animação dirigida por Patrick Imbert também transmite as enormes dificuldades encontradas pelo caminho. Com um design de som muito bem empregado e uma arte espetacular, nos sentimos junto com os alpinistas que precisam encarar a altitude, a neve, o vento e alguma eventual falha humana. É um processo exaustivo e por vezes brutal.

Usando poucos diálogos e muitos silêncios, Viagem ao Topo da Terra transforma-se em uma experiência contemplativa e melancólica. Quando digo melancólica refiro-me também à história do personagem Habu, um talentoso alpinista cujo passado é recheado de decepções e acontecimentos trágicos.

Ainda que a trama eventualmente se torne irregular, é difícil encontrar alguma coisa para criticar nos aspectos visuais. As sequências de escalada são simplesmente arrebatadoras. Ao mesmo tempo em que em nos deleitamos com as exuberantes imagens das montanhas imponentes, ficamos simplesmente agoniados de ver uma representação tão realista desse muitas vezes injusto “embate” entre o homem e a natureza.

Essa é uma das animações elegíveis para concorrer ao Oscar de 2022 e uma eventual indicação seria mais do que merecida.


Uma frase: “O cara sumiu anos atrás e de repente reaparece com a câmera de Mallory?”

Uma cena: Habu preso nos Alpes esperando um resgate. 

Uma curiosidade: Viagem ao Topo da Terra é uma adaptação de um mangá escrito por Jiro Taniguchi


Viagem ao Topo da Terra (Le sommet des dieux)

Direção: Patrick Imbert
Roteiro: Magali Pouzol, Patrick Imbert
Elenco: Eric Herson-Macarel (voz), Damien Boisseau (voz), Marc Arnaud (voz)
Gênero: Animação, Drama
Ano: 2021
Duração: 90 minutos
IMDb

Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

Um comentário em “Crítica | Viagem ao Topo da Terra

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *