A Nostalgia Era Melhor Antigamente: Superamigos – Como Era Verde a Minha Gotham!
Seja bem vindo à coluna A Nostalgia era Melhor Antigamente, na qual eu covardemente analiso histórias escritas em outro contexto e aponto incongruências inaceitáveis em gibis sobre heroínas brasileiras com mucosas nasais flamejantes.
No episódio de hoje veremos que a progressão funcional nas indústrias Wayne está diretamente ligada à beleza física e descobriremos que a melhor maneira de extinguir fumaça é com chamas.
Superamigos – Como Era Verde a Minha Gotham
História: E. Nelson Bridwell
Desenhos: Romeo Tanghal
Arte-final: Vince Coletta
Cores: Jerry Serpa
Publicado no Brasil em Superamigos 37 (2ª série), Editora Ebal
Nota: dedico este texto ao querido Guilherme Kroll, que me indicou essa maravilhosa pérola quadrinística no Twitter.
Nossa história começa com o milionário Bruce Wayne dando boas vindas a estagiários de diversas partes do mundo, que vieram conhecer a sede das empresas Wayne graças a um agressivo plano de cargos e salários que lhes permite saltar de estagiários direto para gerentes.
Dentre as estagiárias/futuras gerentes está a brasileira Beatriz da Costa, para quem Bruce prevê um grande futuro como executiva pela frente, graças à sua competência, inteligência e visão de negócios.
Machismo e iminente processo de assédio sexual à parte, vale notar que Beatriz também não colabora no quesito sagacidade, eis que acredita que o herdeiro da fortuna Wayne tem um império industrial por ser muito inteligente e não por ser, bem, o herdeiro da fortuna Wayne.
No trajeto para o hotel após se despedir do bilionário assediador, Beatriz se depara com um outro malfeitor: o Polegar Verde. Usando sua habilidade de gerar instantaneamente os mais diversos tipos de plantas a partir de sementes especiais, o vilão cria uma imensa árvore que lhe permite alcançar um apartamento cheio de obras valiosas.
Depois de gerar uma árvore de mais de vinte metros à vista de todos no meio da cidade, o Polegar Verde decide entrar no apartamento de forma discreta, utilizando uma fruta especial capaz de silenciosamente cortar o vidro da janela.
Mas não há o que temer, afinal Beatriz da Costa é secretamente Fúria Verde, a heroína brasileira com habilidades especiais como alterar as próprias roupas, projetar alucinações e escarrar um jato verde do nariz.
Com a ajuda da sua poderosa coriza, Fúria Verde voa até a janela para flagrar o Polegar Verde em pleno furto. Dentro do apartamento, no entanto, um outro herói já aguarda a entrada da dupla, o que causa profunda estranheza ao vilão.
O curioso é que a história não dá qualquer explicação para isso. Será que o Batman estava lá dentro também para furtar as obras de arte? Será esse o segredo da fortuna Wayne?[1]
Para escapar da dupla de heróis, o Polegar Verde utiliza uma fruta capaz de gerar uma cortina de fumaça, que a brasileira rapidamente extingue com seu sopro de chamas.
Enquanto nossa heroína faz sua parte para aumentar o aquecimento global, o vilão consegue fugir e imediatamente passa a planejar o próximo roubo, que será no Salão da Justiça.
Só para enfatizar, caso não tenha ficado claro: o vilão que optou por fugir para não ter que encarar o Batman e a Fúria Verde decidiu que um bom lugar para assaltar em seguida é a sede da equipe dos Superamigos, local onde se encontram os heróis mais poderosos da Terra.
Simultaneamente, Batman e Fúria Verde decidem ir ao Salão de Justiça perguntar aos demais heróis se eles têm informações sobre o Polegar Verde. Só que apenas o Super Homem e os Super Gêmeos estão na casa, de modo que eles decidem convocar também Mulher Maravilha, Aquaman e Robin para virem pessoalmente responder a uma pergunta que poderia muito bem ser feita em uma ligação.
Enquanto isso, o Polegar Verde dá início à execução do seu plano, mas suas ações são descobertas graças à super audição do Super Homem e à presença de espírito do Batman, que prontamente lembrou ao Super Homem que ele tem visão de raios X.
Surpreendido pela chegada dos Superamigos, o vilão cria plantas-canhão que disparam balas-sementes facilmente suportadas pelo Super Homem, defletidas pela Mulher Maravilha e derretidas pela Fúria Verde.
A luta prossegue com o Polegar plantando suas sementes em terra do planeta Krypton que por acaso ocorre de estar ali em um bucólico jarrinho, criando cipós que prendem os Super Amigos.
O Polegar Verde é finalmente derrotado quando a heroína brasileira usa seu poder de criar alucinações para fazê-lo acreditar que venceu a luta. Não fica realmente claro por que heróis tão poderosos precisam primeiro enganar o vilão para só então detê-lo, então me parece que o propósito era só acrescentar humilhação à derrota mesmo.
Fúria Verde então retoma à sua identidade de Beatriz da Costa e é convidada para dar seguimento ao futuro processo de assédio sexual em um almoço a dois com Bruce Wayne. A ironia é que a dupla se reencontra em suas identidades secretas, sem sequer desconfiar que acabaram de ter uma aventura juntos.
Quero dizer, Beatriz não sabe de Bruce Wayne, mas e o inverso? Certamente não fugiu ao olhar observador do Batman o fato de que Beatriz e Fúria Verde são brasileiras, chegaram ao mesmo tempo em Gotham, têm a mesma altura, são fisicamente idênticas e questões como cor do cabelo e dos olhos não são nada para uma heroína cujos poderes envolvem causar alucinações.
Senhoras e senhores, o maior detetive do mundo.
E essa Fúria Verde começou a atuar como super heroína na mesma cidade que Batman sem que ele resolvesse investigar? Ela também atuou junto com os Super Amigos, entrou na base deles, e ninguém se deu eu trabalho de verificar se ela realmente era aliada?
Que várzea
Essas hqs o povo devia olhar o trabalho de ciências dos filhos com um feijão no algodão e pensar, tá aí, vou criar um vilao agora.
Hahahaha
Fúria verde solta chamas pela boca e impurezas pelo nariz em um combate contra um cara q claramente representa o meio ambiente… Deve ser parente de Salles