Review | Heroes of Hammerwatch – Ultimate Edition

Continuação do dungeon crawler Hammerwatch, lançado para computadores em 2013, esta sequência de 2018 foi lançada em 2020 para os consoles (em Julho no Switch e no Xbox One, e agora, em Dezembro, no PS4), porém vêm em sua versão “ultimate” – com todos os DLCs lançados até o momento.
Para quem não sabe, no gênero dungeon crawler o jogador vai aprofundando-se cada vez mais em masmorras, enfrentando hordas de inimigos em busca de “loot” e de aumentar a experiência. Embora existam diversos tipos de dungeon crawlers (inclusive em primeira pessoa), um expoente dos gêneros e um dos mais famosos títulos é Diablo.
Heroes of Hammerwatch tem um setting inicial que lembra bastante este clássico – você começa em uma cidade, que está com um problema com monstros que invadiram a mina e causaram problema aos trabalhadores e moradores. O herói (que pode ser de uma de quatro classes bastante distintas – Paladino, Ranger, Feiticeiro ou Warlock/”Bruxo”) deve descer esta mina, em níveis cada vez mais fundos, eliminando os monstros e recolhendo os tesouros.
O que diferencia essa sequência, contudo, são os elementos roguelike que ela traz. Além das masmorras procedurais, cujo leiaute muda a cada morte, o jogador tem a opção de enviar minério que encontra durante suas runs para a cidade, que ficam protegidas no caso dele ser abatido. Como todo bom roguelike, quando o player revive, todos os inimigos derrotados bem como cestas abertas e itens coletados também voltam e novos mapas são gerados – porém, os recursos poupados podem ser investidos em upgrades permanentes – seja em armas, habilidades, ou ajudando a expandir a própria cidade.
O combate é bem interessante e é inspirado em jogos do tipo “twin sticker shooter” (pense em clássicos como SmashTV ou outro roguelike, The Binding of Isaac), especialmente se você estiver investido em classes cujo foco é a longa distância – como o Ranger ou o Feiticeiro. É também bastante desafiador, e até você desbloquear os upgrades corretos, pode demorar algum tempo para alcançar os níveis mais baixos.
Outro destaque são os chefes, com dinâmicas bem diferentes entre si e que requerem certo planejamento prévio para o enfrentamento.
Uma coisa importante de dizer sobre Heroes of Hammerwatch é que o jogo não “pega na sua mão” – no sentido de que pouca coisa sobre os sistemas e mecânicas é ensinado in game. Para quem gosta de um desafio e de aprender e entender o funcionamento do jogo por si só pode ser interessante, mas muitos podem se frustrar (ou apelar para guias na internet).
Com belos gráficos em pixel art, é um jogo divertido, com opção de co-op, e que vai agradar em cheio fãs de jogos no estilo Diablo e do roguelikes desafiadores – desde que estejam dispostos a lidar com e entender os diversos sistemas e possibilidades que o jogo oferece.
Classificação:
Heroes of Hammerwatch – Ultimate Edition
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One
Produtora: BlitWorks
Desenvolvedora: CrackShell
Ano: 2020