Review | Dear Esther

Review | Dear Esther

É impossível não entrar na discussão do que é ou não um jogo ao falar de Dear Esther. Lançado em 2012 pela The Chinese Room, ele pode ser definido como um adventure game em primeira pessoa de exploração, mas por possuir mecânicas de jogo minimalistas, é muito comum ver produções como esta sendo classificadas como “walking simulator”.

A missão do jogador é explorar uma ilha inabitada. Sem nenhuma pista sobre o que fazer ou o que procurar, sem números, metas ou troféus para conquistar e, principalmente, sem nenhuma arma para atirar. No papel do personagem principal o jogador, por si só, vai precisar caminhar entre casas abandonadas, navios naufragados e misteriosas cavernas enquanto ouve um homem ler uma série de fragmentos de cartas para a sua esposa, a querida Esther.

De longe uma luz vermelha numa torre chama a atenção, mas os caminhos que se abrem levam a diferentes locais, alguns bem estranhos. Para quem jogar no PC tudo o que você terá à disposição são as teclas W,A,S,D para caminhar e o mouse para apontar sua visão para alguma direção e, quando necessário, aproximar para ver melhor aquelas foto em cima da mesa ou qualquer outra coisa que chame sua atenção.

Um pouco do visual gráfico

Um protótipo ou primeira versão do jogo foi criada na engine da Valve a Source ainda em 2008. Depois de alguns testes a versão remasterizada e chamada de Landmark Edition é a que foi lançada em 2012 e recebeu diversos prêmios e, claro, alguns ‘hates’ por aqueles que parecem querer definir o que é um game de verdade.

É um jogo (sim, vou chamar de jogo) em que a história fala mais alto do que qualquer mecânica. Existe um cuidado na trilha sonora que é um dos pontos altos do game. Cada música foi escolhida com bastante cuidado e são elas que ajudam a criar o clima necessário para trazer essa imersão necessária em obras como esta. É um dos alicerces que ajuda o jogador a “entrar na onda” e seguir do início ao fim interessado na história. 

E o melhor, Dear Esther deixa algumas coisas abertas a interpretações. A medida que vai se avançando na história, algumas mistérios são revelados de forma bem direta e clara, mas exostem outros que estão lá para cada um pensar o que eles representam e fazer suas interpretações particulares.

Existem mensagens e outras coisas mais ‘sinistras’ para quem quiser encontrar

História interativa em forma de jogo, jogo que não é jogo na definição “gamer topzera”, tanto faz, seja lá o que você achar de produções como esta, o fato é que Dear Esther tem o necessário para prender a sua atenção numa aula de como se contar histórias, criar suspense e apresentar belos mistérios.

É um jogo curto, pode ser jogado numa “sentada só”, mas é uma experiência bastante válida para aqueles que curtem narrativas bem construídas ou simplesmente querem descansar de ficar fazendo contagem de números, bater metas e atender a exigências ou passar raiva enquanto deveria estar se divertindo.


Classificação

Lançamento: 2012 (Landmark Edition)
Compositora: Jessica Curry
Engine: Source, Unity (Landmark Edition)
Desenvolvedores: The Chinese Room, Robert Briscoe
Plataformas: PlayStation 4, Microsoft Windows, Classic Mac OS
Gênero: Adventure game, Art game

 

marciomelo

Baiano, natural de Conceição do Almeida, sou engenheiro de software em horário comercial e escritor nas horas vagas. Sobrevivi à queda de um carro em movimento, tenho o crânio fissurado por conta de uma aposta com skate e torço por um time COLOSSAL.

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