Crítica | Pokémon: Detetive Pikachu
Pokémon: Detetive Pikachu pode ser definido como uma mistura de “Uma Cilada Para Roger Rabbit” com “Dr. Dolittle”. Do primeiro, temos a convivência entre homens e criaturas animadas, no caso pokémons, enquanto do segundo, temos a habilidade do protagonista Tim Goodman (Justice Smith) em falar com animais. No entanto, o filme de Rob Letterman é também uma adaptação de um jogo de video game de mesmo nome, lançado em 2016 para Nintendo 3DS.
Fazer um filme live-action dentro do universo pokémon não parece uma idéia muito interessante, principalmente considerando o visual cartunesco das criaturas na série animada e nos jogos de videogame. Entretanto, basta ao ouvir por um instante o ator Ryan Reynolds dublando o Pikachu para comprar a idéia “absurda” de Pokémon: Detetive Pikachu.
O protagonista do filme é Tim Goodman, um jovem que não tem interesse em ter um pokémon em sua vida e que não tem uma boa relação com seu pai. Porém ele tem que ir para Ryme City, cidade onde seres humanos e pokémons vivem em harmonia – e em duplas -, porque seu pai foi dado como morto. Ao chegar na casa de sua figura paterna, Tim encontra com um Pikachu e descobre que consegue se comunicar com ele por voz, mas somente ele consegue entender o pokémon. Os 2 formam uma dupla a contragosto e juntos investigam sobre o que aconteceu com o senhor Goodman.
O filme mistura bem elementos de comédia, aventura e ação. A química entre Tim e Pikachu é muito boa e o roteiro desenvolve bem a relação entre os personagens, que aos poucos evolui para uma grande amizade. O timing cômico de Ryan Reynolds é muito bom, graças ao carisma de sua voz junto com a performance animada do seu pokémon, enquanto Justice Smith funciona como “escada” para as piadas. O elenco também conta com bons atores como Ken Watanabe e Bill Nighy.
O roteiro do filme é correto e desenvolve uma narrativa que funciona tanto para o público mais jovem, quanto o adulto, assim como para fãs da franquia pokémon ou para quem nunca ouviu falar das criaturas. A história explora bens clichês como amizades e relação entre pais e filhos.
Outro ponto positivo do filme são os efeitos visuais, já que sem eles Detetive Pikachu não funcionaria. O visual dos pokémons dentro do “mundo real” é interessante e bem apresentado, de forma que não parecem “desenhos”, mas sim criaturas “de verdade”, sem deixar de manter as características visuais das criaturas.
Pokémon: Detetive Pikachu apresenta boas reviravoltas e uma trama que funciona de forma eficaz, no entanto peca em não explorar melhor a cidade de Ryme City. O universo do local é bem interessante, então é uma pena que o longa não revele mais sobre o funcionamento do lugar, principalmente a relação entre humanos e pokémons. Apesar disso, o filme de Rob Letterman é uma aventura muito divertida e que consegue fazer com que sua premissa absurda funcione muito bem, principalmente graças à voz de Ryan Reynolds como Pikachu.
Uma frase: – Pikachu (para Tim): “Eu sei que você não consegue me entender. Mas abaixe esse grampeador aí, senão eu vou eletrocutar você.”
Uma cena: Quando Tim e Pikachu interrogam Mr. Mime, um pokémon mímico.
Uma curiosidade: Primeiro filme baseado em um videogame a ter cotação positiva no Rotten Tomatoes, com 66% de aprovação.
Pokémon: Detetive Pikachu (Pokémon Detective Pikachu)
Direção: Rob Letterman
Roteiro: Dan Hernandez, Benji Samit, Rob Letterman e Derek Connolly; história de Dan Hernandez, Benji Samit e Nicole Perlman
Elenco: Ryan Reynolds, Justice Smith, Kathryn Newton, Suki Waterhouse, Omar Chaparro, Chris Geere, Ken Watanabe e Bill Nighy
Gênero: Ação, Aventura, Comédia
Ano: 2019
Duração: 104 minutos
Um comentário em “Crítica | Pokémon: Detetive Pikachu”