Review | Oxenfree
Oxenfree é mais uma surpresa na onda de games indie que tem surgido nos últimos anos. O jogo desenvolvido pela Night School Studio apresenta uma narrativa interessante que mistura elementos de interatividade com o gênero point-and-click graphic adventure, como nos trabalhos da Telltale. O seu diferencial é sua pegada mais “alternativa”, além de um incrível trabalho de som: tanto a trilha sonora, quanto os efeitos sonoros e a dublagem.
Em Oxenfree o jogador assume o papel da jovem Alex durante uma viagem para uma ilha junto com seu melhor amigo Ren e Jonas, seu recente meio-irmão. Durante o passeio eles presenciam estranhos fenômenos sobrenaturais e precisam investigar o que está acontecendo e desvendar os segredos do local.
O jogo começa com Alex conversando com Ren e Jonas, e o jogador precisa escolher o que a personagem vai responder. É necessário dominar o inglês, já que infelizmente não existe dublagem para o português. Os diálogos são rápidos, inicialmente, então leva um pouco para se acostumar com a dinâmica. Não demora muito para a imersão estar completa dentro da narrativa.
O fato de poder escolher o que responder faz com que o jogador determine a personalidade de Alex. Dessa forma é possível escolher como agir com seu melhor amigo e com o novo meio-irmão. Aos poucos Oxenfree apresenta sua história, que envolve muito drama do passado dos personagens.
A trama é um dos destaques do game que tem um tom bastante emocional. Alex e seus amigos precisam lidar com o presente e o passado, e Oxenfree oferece ao jogador uma jornada intensa dentro desses sentimentos. Quanto menos você souber sobre a trama, melhor será sua experiência em descobrir os mistérios que a história apresenta.
Além da história, como foi citado no início do texto, um dos principais destaques de Oxenfree é o som. É recomendado jogá-lo com um bom sistema de áudio ou então utilizando fones de ouvido, para aumentar a imersão dentro da narrativa. A trilha sonora de Andrew Rohrmann é maravilhosa e explora bem elementos de música eletrônica, com muitas texturas e misturas com sons orgânicos e retrôs – já que a narrativa tem um pouco da pegada vintage-futurista, lembrando levemente a franquia Bioshock.
A dublagem também é fantástica através de um trabalho incrível dos dubladores. Ao escolher um tipo de resposta de Alex, fica clara a mudança do tom de voz da personagem, seja algo mais alegre ou mais ríspida, por exemplo. Sem dúvidas o principal destaque é de Erin Yvette, que dubla a protagonista. A forma como Oxenfree mantém os diálogos fluidos, não importando a escolha das respostas, também merece elogios.
O desenho de som também é maravilhoso. Os sons criados para o game contribuem bastante para a imersão dentro da história. E assim como a trilha sonora, também utiliza uma mistura de ruídos e sons orgânicos para criar uma estética retrô para Oxenfree.
O visual do jogo também é muito bonito, ao misturar um estilo mais simples e único, com cenários lindos, e que surpreendem com efeitos visuais bem interessantes usando cores piscando e coisas do tipo. Falar mais sobre isso pode estragar as surpresas que o game apresenta.
A interatividade é o principal elemento de Oxenfree, proporcionando ao jogador uma experiência emocional e interessante através da jornada de Alex. É um jogo “curto” para os padrões atuais – algo em torno de 3 a 4 horas de jogo -, mas que é totalmente envolvente. Impossível não se emocionar com a história da protagonista, com uma narrativa densa e emocionante, abordando temas como família, amizade e sentimento de culpa. E o toque sobrenatural ajuda a deixar a história mais interessante, com boas metáforas e simbolismos.
Classificação:
Oxenfree
Plataformas: Microsoft Windows, OS X, Xbox One, PlayStation 4, Nintendo Switch, Linux, iOS e Android
Produtora e Desenvolvedora: Night School Studio
Diretor: Adam Hines e Sean Krankel
Ano: 2016
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