Crítica | Encontros e Desencontros (Lost in Translation)

Crítica | Encontros e Desencontros (Lost in Translation)

Encontros e Desencontros consolidou o talento de Sofia Coppola como diretora, lançou Scarlett Johanson para o estrelato e reviveu a carreira de Bill Murray. Quando terminamos de assistir ao filme percebemos que nada disso pode ser considerado como surpresa. Estamos diante uma pequena obra-prima repleta de sensibilidade.

Bob Harris é um renomado ator em decadência que está em Tóquio para gravar um comercial de uísque. No hotel em que está hospedado ele encontra Charlotte, uma jovem adulta acompanhando o marido fotógrafo. Ambos estão sofrendo com a insônia e passam boa parte do tempo no bar. Logo, eles se conhecem e desenvolvem um relacionamento especial. Ele está com 50 e poucos anos e é um pouco amargo quando pensa sobre a vida, apesar de ter sempre algum tipo de tirada engraçada em seus comentários. Charlotte é recém-casada e acaba de se formar em filosofia, mas ela não tem a menor ideia do que irá fazer no futuro.

Acompanhamos os dois conversando sobre os mais variados assuntos em meio a uma cidade fascinante, mas diferente. Se Bob Harris em uma sequência fala sobre as dificuldades do casamento, em outra os dois se divertem em um karaokê. Encontros e Desencontros discute de maneira mais leve certos aspectos das relações humanas e nos fascina a cada cena. O humor está presente em vários momentos, principalmente quando os personagens sentem na pele as peculiaridades do Japão. Se alguém falar que o humor é ofensivo com a cultura do país, desconfie. Trata-se provavelmente de algum problematizador de plantão.

O roteiro inteligente se transforma em algo a mais com a direção segura de Coppola e com as brilhantes atuações de Murray e Johansson. Ficamos tão investidos na trama que simplesmente não vemos o tempo passar, mesmo considerando o ritmo um pouco mais lento do filme. Lento, mas nunca cansativo. Aliás, eu bem que poderia passar mais alguns minutos testemunhando o desenrolar desta relação.

Tudo culmina em um final mais do que digno e que nos deixa com um inevitável sorriso no rosto. O que Bob sussurrou no ouvido de Charlotte? Isso é algo que não precisa ser compartilhado com o público. E aplaudo Sofia Coppola de pé por essa escolha.


5 Kevin Bacons

Uma frase: “For relaxing times maket it suntory time”

Uma cena: Toda a sequência no karaokê. 

Uma curiosidade: Este é o filme favorito de Bill Murray dentre aqueles em que ele atuou. 

 

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Encontros e Desencontros, pôsterEncontros e Desencontros (Lost in Translation)

Direção: Sofia Coppola
Roteiro: Sofia Coppola
Elenco: Bill Murray, Scarlett Johansson
Gênero: Drama
Ano: 2003
Duração: 102 minutos
Info: IMDb

Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

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