Crítica | John Wick: Um Novo Dia Para Matar (John Wick: Chapter Two)

Crítica | John Wick: Um Novo Dia Para Matar (John Wick: Chapter Two)

John Wick: Um Novo Dia Para Matar faz exatamente o que se espera de um filme de ação: aumenta a dose de ação desenfreada  em cada cena. Esses foram os elementos que fizeram o longa anterior,  “De Volta ao Jogo”, ser tão divertido.

Com um roteiro minimamente interessante e um protagonista carismático, o filme não precisa de muita coisa para justificar as cenas de ação. Keanu Reeves revive o personagem e ninguém melhor do que ele para interpretar John Wick. Ele fala somente o necessário e concentra-se em colocar a mão na massa. Uma vez mais, ele comprova seu potencial para protagonizar filmes de ação.

No filme anterior, depois de largar a profissão de assassino profissional para viver um grande amor, ele volta à ativa. A amada faleceu e ele teve o cachorro de estimação morto por um bandido russo. Não bastasse tudo isso, o cara ainda roubou o carro dele. Precisa de mais algum motivo para se vingar?

Nas primeiras cenas de “John Wick: Um Novo Dia Para Matar” , o roteiro fecha o ciclo do filme anterior quando Wick recupera o carro. Agora, ele tem um novo cachorro que fica sem nome até o final. Mas, ao retornar à casa, ele recebe a visita de Santino D’Antonio (Riccardo Scamarcio), um lorde do crime italiano. O sujeito exige que John assassine a irmã, para que ele possa assumir o controle da organização. Sem poder recusar, já que Santino tem um “marcardor” – um símbolo de dívida de sangue entre eles – John volta com tudo. Por trás da “missão impossível” designada ao protagonista se escondem outras intenções, trazendo a temática da vingança à história. Mas, para John Wick, trata-se de justiça.

Para quem achava que a organização dos assassinos profissionais a qual John era vinculado era coisa local, enganou-se. Trata-se de uma treta internacional, com funcionamento para além dos Estados Unidos, incluindo a Itália, onde parte da ação se concentra.

E se estamos falando de filmes de ação e de assassinos, então é de se esperar que haja violência. O filme abraça esse conceito quando mostra várias cenas de tiros na cabeça, algumas delas com detalhes e direito a closes. Trata-se de uma violência muito além da explícita, mas também uma violência gráfica. O legal é mostrar a versatilidade de John Wick que, mesmo quando não está armado, arranja um jeito de transformar algo inusitado em um objeto mortal. Em determinado momento do filme é dito que existe uma lenda sobre o protagonista ter assassinado alguém com um lápis. Exagero? Bom, Wick mostra que é viável.

Como o diretor Chad Stahelski já trabalhou como dublê, é grande a preocupação em criar e executar as cenas de ação de forma detalhada e eficiente, cuidando para que os movimentos de luta sejam entendidos pelo espectador. A cena entre Reeves e Common é tão intensa que o diretor a dividiu em duas partes, com direito a uma “pausa” entre elas para que o público e os personagens possam recuperar o fôlego.

A montagem de Evan Schiff é muito boa porque não exagera nos cortes, assim as cenas de ação ficam mais fluidas e fáceis de acompanhar. Outro recurso interessante feito por Schiff é mostrar eventos acontecendo em paralelo, quando, de fato, eles ocorreram em sequência, como as etapas da preparação de Wick para sua primeira missão. Dessa forma as cenas tornam-se mais ágeis e menos burocráticas, dando um bom ritmo ao filme.

No final há uma “deixa” bem interessante para uma continuação. De acordo com o diretor, a história foi pensada para ser uma trilogia. E se seguirem essa fórmula, não vai ser difícil criar uma aventura final para John Wick. Chad Stahelski mostrou competência ao criar mais um filme de ação com bastante hiper-violência e extremamente divertido. Uma boa oportunidade para Keanu Reeves deixar mais um personagem icônico para história do cinema.

* Texto revisado por Elaine Andrade


Uma frase: – Winston: “Você apunhalou o diabo pelas costas. Para ele isso não é vingança, isso é justiça.”

Uma cena: A batalha final na exposição de arte moderna.

Uma curiosidade: Essa é a primeira vez que Laurence Fishburne e Keanu Reeves trabalham juntos desde “Matrix Revolutions” (2003).

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John Wick: Um Novo Dia Para Matar (John Wick: Chapter Two)

Direção: Chad Stahelski
Roteiro: Derek Kolstad
Elenco: Keanu Reeves, Common, Laurence Fishburne, Riccardo Scamarcio, Ruby Rose, John Leguizamo e Ian McShane
Gênero: Ação, Crime, Thriller
Ano: 2017
Duração: 122 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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