Crítica | Truque de Mestre: o 2º Ato (Now You See Mee 2)

Crítica | Truque de Mestre: o 2º Ato (Now You See Mee 2)

Truque de Mestre: o 2º Ato (Now You See Mee 2), comete a maioria dos erros que uma sequência não deveria cometer. O resultado é um filme que não ilude ninguém, nem com um passe de mágica.

Apesar de não ter sido sucesso de crítica, Truque de Mestre (Now You Ser Me, 2013), dirigido por Louis Leterrier, agradou boa parte do público – agradou a mim, a propósito – pelo entrosamento entre os atores, e por apresentar com relativo sucesso uma inusitada mistura de filmes de golpe, aventura, truques de ilusionismo e sociedades secretas. Mais importante, Truque de Mestre tinha um bom trabalho de criação de cenário que, com inteligência e competência, poderia ser muito bem desenvolvido. A bem da verdade todo o enredo envolvendo o Olho, enquanto uma organização secular que secretamente, através de ilusionistas, luta contra os verdadeiros criminosos do mundo – que se escondem por trás das cortinas pesadas do poder -, poderia valer mesmo uma ótima série de TV.

Assim, não foi surpresa ao ouvir sobre a produção de uma continuação. Havia muita história a ser contada ainda, e muitas aventuras, envolvendo os heroicos e intrépidos Horsemen, mistura de ilusionistas e Robin Hood do mundo contemporâneo. Todavia, faltou inteligência aos roteiristas e competência ao novo diretor (Jon M. Chu) para desenvolver uma continuação que não passasse de mais um caça-níquel fracassado.

Se o primeiro filme usava de maneira divertida diversos clichés, e contava com a capacidade de Louis Leterrier para movimentar sua câmera e contar uma trama de ilusionismo e trapaça da maneira que se exige, nessa segunda parte a direção é confusa e não é capaz de envolver ou empolgar. Em alguns poucos momentos a trama até que parece que irá engatar, mais no seguinte logo volta e se tornar insípida e desinteressante. Muito por incapacidade do diretor, que não é capaz de imprimir sua marca na fita, mas também por conta do roteiro que faz péssimas opções narrativas, desenvolve mal personagens estabelecidos (que já haviam sido melhor desenvolvidos mesmo no primeiro filme), e não consegue apresentar com sucesso mínimo novos personagens.

Truque de Mestre: 2º Ato

Mas o mais lamentável mesmo é que o roteiro se resume a contar a mesma história do primeiro filme, com os mesmos antagonistas e com uma tentativa malfadada de plot twist ao final, que apenas serve para estragar uma das poucas coisas boas do primeiro filme. Melhor seria se tivessem se desprendido totalmente da primeira trama e investido em uma nova incursão dos Horseman contra novos antagonistas, em novas situações e se aprofundando e explorando mais o cenário rico insinuado no primeiro filme.

É uma pena ver uma boa ideia, e o talento de Mark Ruffalo serem desperdiçados assim. Quando Isla Fisher negou retornar para a sequência, eu bem que deveria ter suspeitado…


Uma curiosidade: Esta é a sexta vez que os atores Morgan Freeman e Sir Michael Caine atuam juntos no cinema..

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Truque de Mestre: 2º AtoTruque de Mestre: o 2º Ato (Now You See Mee 2)

Direção: John M. Chu
Roteiro: Ed Solomon
Elenco: Mark Rufallo, Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Daniel Radcliffe, Morgan Freeman, Dave Franco, Lizzy Caplan e Michael Caine
Gênero: Thriller, Suspense.
Ano: 2016
Duração: 115 min.
Graus de KB: Não vamos envolver Kevin Bacon nisso…

Mário Bastos

Quadrinista e escritor frustrado (como vocês bem sabem esses são os "melhores" críticos). Amante de histórias de ficção histórica, ficção científica e fantasia, gostaria de escrever como Neil Gaiman, Grant Morrison, Bernard Cornwell ou Alan Moore, mas tudo que consegue fazer mesmo é mestrar RPG para seus amigos nerds há mais de vinte anos. Nas horas vagas é filósofo e professor.

3 comentários sobre “Crítica | Truque de Mestre: o 2º Ato (Now You See Mee 2)

  1. Dessa vez meus sentidos não me enganaram quando senti cheiro de merda no ar. Já não tinha gostado do primeiro cheio de forçaçao de barra e buracos no plot. Triste. Nota cinco Michael’s bays em termos de caça níquel

  2. A recusa foi dela mesmo então curioso porque ela não tem feito coisas melhores que esse filme. Não acho que é para um bacon, mas realmente está abaixo do primeiro filme que eu considero bem bom.

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