Crítica | Independence Day – O Ressurgimento (2016)

Crítica | Independence Day – O Ressurgimento (2016)

Entra em cartaz nesse fim de semana nos cinemas brasileiros Independence Day – O Ressurgimento, continuação do filme de sucesso que ajudou a capitanear a carreira do astro Will Smith. Assim como no longa anterior a direção ficou nas mãos do alemão Roland Emmerich. Ao longo dos anos, Emmerich foi se especializando em comandar filmes catástrofe e também por colecionar sucessos nas bilheterias. A ideia por trás desta continuação é mais ou menos a mesma da present na produção de 1996: criar uma atmosfera envolta na ação com algumas piadas pontuais e alicerçada em efeitos especiais de primeira qualidade.

Independence Day – O Ressurgimento se passa duas décadas após o devastador ataque alienígena ocorrido em 1996, e agora todas as nações da Terra se uniram para combater os extra-terrestres, caso eles retornassem. Para tanto são construídas bases na Lua e também em Saturno, que servem como monitoramento. Então, 20 anos depois o revide enfim acontece e uma imensa nave, bem maior que as anteriores, chega à Terra. Para enfrentá-los, uma nova geração de pilotos liderada por Jake Morrison (Liam Hemsworth) é convocada pela presidente Landford (Sela Ward). Eles ainda recebem a ajuda de veteranos da primeira batalha, como o ex-presidente Whitmore (Bill Pullman), o cientista David Levinson (Jeff Goldblum) e seu pai Julius (Judd Hirsch).

Foi com pouca expectativa que entrei na sala de cinema para conferir Independence Day – O Ressurgimento. A sensação que eu tinha é que a janela para fazer uma continuação já tinha sido perdida. Infelizmente, após as duas horas que projeção meus receios mostraram-se bem fundamentados. Comparar filmes de décadas tão distintas é bastante complicado quando pensamos que a arte é fruto do seu tempo; e produzir filmes ainda é uma arte (mesmo que esta não seja uma película tão focada no aspecto artístico). O jovem “eu” que foi conferir Independence Day em 1996 também é bem diferente do homem que sou hoje, meus gostos e exigências são outros. Tentar comparar essas duas obras sob a perspectiva de “pessoas” tão distintas pode até parecer injusto, mas é extremamente necessário para que eu possa apontar as falhas e as faltas que se fazem presentes nessa continuação.

O primeiro ponto que me incomodou é que, enquanto o filme de 1996 era bem divertido e descontraído, essa nova produção quer se levar a sério. E convenhamos, um filme de ação sobre invasão alienígena não pode se levar tão a sério. Outro ponto que é problemático é a ausência de um astro ou algum ator minimamente capaz de ser carismático no elenco. Eu até gosto e muito do Jeff Goldblum, mas ele funciona muito bem quando se torna aquele cara esquisito dentro de um grupo interessante de personagens. Não só Independence Day – O Ressurgimento perde força por não ter um ator carismático, como também não existe nenhum personagem com uma trajetória realmente interessante. Mas se eu fosse tentar sintetizar a grande questão que prejudica essa continuação é que ela é extremamente genérica, algo que é bem distante do filme de 96, que agradou boa parte do público justamente por ser uma produção de ação diferente.

Durante muito tempo, talvez nos primeiros 10 anos após o seu lançamento eu desejava uma continuação de Independence Day, mas eu queria algo que explorasse novas possibilidades e que de preferência usasse os personagens que já me foram apresentados em um contexto interessante. Infelizmente, esse novo longa passa muito longe desse meu desejo. Eu vejo nele apenas uma junção malfeita de ideias que já me foram apresentadas em outras produções recentes como No Limite do Amanhã, Enders Game e Oblivion. A diferença é que todos esses filmes tiveram algo realmente interessante ou único que foi explorado e que fugia do óbvio. Em No Limite do Amanhã é a questão das escolhas, em Enders Game é o sentido da guerra e em Oblivion o livre arbítrio. Infelizmente hoje eu estou acostumado a ter filmes de ficção “genéricos” que me entretém e inserem questões interessantes dentro de sua trama e isso faz muita falta em Independence Day – O Ressurgimento. Por não tocar o espectador, por não divertir com qualidade e principalmente por não se diferenciar dos outros, essa produção deverá ser esquecida tão logo você sair do cinema e se encaminhar para sua casa. A falta de singularidades é o que define esta produção e o que a torna muito aquém da sua antecessora e dos últimos bons filmes deste gênero.


Independence Day: O Ressurgimento (Independence Day: Ressurgence)

Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Nicolas Wright, James A. Woods
Elenco: Liam Hemsworth, Jeff Goldblum, Bill Pullman
Gênero: Ação, SCI-FI
Ano: 2016
Duração: 120 min


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