Crítica | Game of Thrones – 6×06: Blood of My Blood
Os mortos nunca descansam…
A aliança entre a fé e a coroa sempre foi um dos pontos mais altos do poder. E talvez por isso um dos mais assustadores e também traiçoeiros. Nesse sexto episódio da sexta temporada, claramente se inicia um segundo ciclo que deve se concluir por volta do nono episódio, como de praxe.
[button-red url=”#” target=”_self” position=””]Aviso de SPOILERS[/button-red]
Os comentários a seguir falam sobre acontecimentos narrados em Blood of My Blood, o sexto episódio da sexta temporada de Game of Thrones.
#GoT (S06E06) – Blood of My Blood
O que vimos em Blood of my Blood foi na verdade um amarrar de algumas pontas e o estabelecimento de novas bases para o sangrentos embates que, segundo prometeu Cersei Lannister, virão a seguir. Mas antes de falar dos dias que virão, falemos um pouco dos dias que aqui estão, afinal, como nos lembra o fiel Sam Tarly (como sempre interpretado com bastante delicadeza pelo competente novato John Bradley), por mais que não aparente ao norte, nas terras além do rio, mais ao sul, ainda é outono.
Eu me questionava bastante qual seria a função narrativa da trama envolvendo o melhor amigo de Jon Snow. Quando Heartsbane é mostrada sobre a lareira, tudo fica claro. Sam foi conduzido até ali para reclamar uma das últimas – e enormes – espadas de aço valiriano, capaz de destruir White Walkers, dos sete reinos.
O sangue dos Tarly pode não querer reconhecer Sam, na pessoa de seu pai, mas ele sem dúvida possui um dos poucos corações bons e puros de Westeros, disposto a fazer os sacrifícios necessários, ironicamente justamente por aqueles que não são sua família de sangue, mas que são sua família de coração.
O coração de Sam Tarly é, sem dúvida, o coração de um verdadeiro herói. E isso fica claro mesmo em um pequeno gesto de transgressão como o de tomar para si Heartsbane, retirando-a de sobre a lareira da casa dos Tarly, para colocar a arma em direção a seu destino. Que função essa arma terá mais adiante, e quem a empunhará é uma pergunta que ainda carece de ser respondida. Mas tudo indica que Heartsbane exercerá importante papel nos eventos vindouros.
Em outro lugar nas terras do rio os Frey padecem perante a superioridade estratégica de Blackfish. O comandante da casa Tully e tio da falecida Catelyn Stark retomou seu castelo das mãos de Walder Frey (mais uma vez interpretado pelo sempre ótimo David Bradley). Para vencer Blackfish o nojento lorde da casa Frey pretende usar contra ele seu sobrinho Edmure Tully, aprisionado desde o nefasto casamento vermelho. Mas o destino, a intervenção dos Sete, lhe garantirá outro reforço.
Isso porque em Porto Real, os Lannister e os Tyrrell sofrem uma vergonhosa derrota nas mãos daquele que se mostrou um dos mais meticulosos, maquiavélicos e poderosos adversários políticos de toda a trama até agora. Não, não me refiro ao tordo do sinuoso Lorde Petyr Baelish, mas a outro pássaro.
O Alto Pardal mais uma vez leva a melhor sobre duas das mais poderosas casas nobres de Westeros: ele convence Tommen, através de Margaery Tyrrel, a submeter sua vontade à dos deuses e assim une os poderes da fé e da coroa, tornando-se para todos os efeitos o senhor de toda a Westeros e derrotando Jamie Lannister sem derramar uma gota de sangue sequer.
Humilhado, Jamie é deposto de seu cargo como Lorde Comandante da Guarda Real pelo sangue de seu sangue – em uma referência ao título do episódio – seu filho o Rei Tommen. Sua punição por ter desafiado a Fé Militante, numa clara demonstração de força do Alto Pardal, é ser enviado justamente para ajudar Walder Frey a vencer Brynden Tully, o Blackfish. E parece que será isso que veremos num futuro próximo. O embate entre dois poderosos exércitos que devem também ajudar a decidir o destino de Jon Snow e do poder da linhagem dos Stark sobre o Norte.
Um Stark White Walker
E já que falamos sobre essa linhagem, mais uma vez em uma referência ao título do episódio – como é bastante comum em Game of Thrones – vemos um velho e longamente desaparecido Stark retornar. Sim, Jon Snow não foi assim tão tolo ao crer na farsa de Ollie que o atraiu à sua cilada. Talvez de alguma forma ele de fato sentisse, em seu íntimo, que seu tio Benjen Stark (Joseph Mawle) estava mesmo vivo. Ou melhor dizendo, não estava completamente morto.
Afinal, após ser deixado para morrer com uma lâmina de gelo de um White Walker em suas entranhas, Benjen Stark foi encontrado pelas Crianças da Floresta e submetido ao mesmo encantamento que criou as criaturas desmortas que trazem o inverno. Com uma lâmina de gelo em suas entranhas e uma outra de vidro de dragão em seu coração, Benjen se tornou algo que muitos fãs apostaram que Jon Snow viria a se tornar: uma espécie de Meio White Walker.
Não mais um humano, mas ainda provido de consciência e servindo ao Corvo de Três Olhos. Tudo isso Benjen explica – de forma muita acelerada, é verdade, como têm sido muitos eventos importante nessa sexta temporada – ao resgatar Bran, o novo Corvo de Três Olhos, das garras dos mortos-vivos comandados pelo Rei da Noite. Bran, ele explica, deve controlar o poder do Corvo de Três Olhos e se preparar para seu embate com o poderoso Rei da Noite.
Quanto à outra Stark da história, aquela que todos adoram e para qual todos torcem, bem, sobre ela tem sido cada vez mais difícil discernir para onde os caminhos da narrativa a pretendem conduzir. Apesar do enredo reservado à Arya Stark ser carregado de grande força simbólica, e um belo arremate à sua dolorosa narrativa pessoal – afinal, de certa maneira, ela enfim alcança a liberdade do rancor que a consome ao perdoar Cersei na pessoa da atriz que ela poupa, desafiando o poder do Deus de Muitas Faces -, fica difícil compreender qual o sentido da sua jornada na trama maior.
Para cumprir algum papel, a escolha mais cômoda seria levar Arya a dar cabo do assassinato, ignorando seu coração e sua consciência, e tornando-se uma assassina sem face que provavelmente como tal, agiria mais adiante exercendo importante papel na trama. Mas agora, fica ainda mais difícil entender os rumos da história de Arya, considerando ainda que ela sobreviva à punição que a aguarda. Talvez apenas o Livro do Estranho – ou já lendário sexto livro de Martin mesmo – tenha a resposta para esse mistério.
Cerimônia de Coroação
O que segue, porém, em um caminho narrativo bastante previsível, é o arco de Daenerys, agora sendo esticado ao longo de vários episódios. O episódio encerra, afinal, com uma bela, e longamente postergada demonstração de toda a força e poder da literal majestade de Daenerys aos Dothraki. Se antes a mãe dos dragões renascera do fogo para clamar seu poder, agora ela o afirma e o sedimenta ao convocar os grandes bárbaros cavaleiros para a conquista, do dorso de seu dragão, nomeado em homenagem à Khal Drogo.
A cena, por mais que previsível, não deixa de ser espantosa e magistral, à altura de Daenerys e de seu caráter de conquistadora, muito bem lembrado por Daario Naharis. É o equivalente simbólico, podemos dizer, da coroação da primeira rainha guerreira que os Dothraki tiveram.
Há quem diga que as coisas estão muito lineares na narrativa de Daenerys. E eu concordo que sim. Mas esse parece ser mais um resultado inevitável de que a trama precisa caminhar para sua conclusão; afinal, após quase 6 anos de série, já está mais do que na hora de Daenerys enfim começar sua campanha para retomar o trono de ferro e os sete reinos, que são seus por direito. Ela, enfim, já possui um exército capaz de dar conta dessa empreitada. Falta-lhe apenas os barcos para cruzar o mar estreito e levar suas tropas à Westeros. Aguardemos então, pelos Ironborn.
Mas no jogo do poder quem se destacou mesmo, nesse episódio, foi o Alto Pardal. Tudo indica que no próximo episódio – enquanto o Kingslayer terá que encarar o perigoso adversário que é o Blackfish – ele seguirá em sua escalada de poder, se estabelecendo, sem sombra de dúvidas, como um dos grandes antagonistas da trama.
Como uma das tramas de fundo é também o embate entre os novos deuses e os deuses antigos, é bem provável que o esse embate incorporado no conflito com a fé militante seja também decisivo para o destino de Westeros, talvez unindo partes há muito separadas por antigas inimizades e ódio, em favor da defesa do mundo dos vivos contra a fúria implacável dos mortos.
Série: Game of Thrones
Temporada: 6ª
Episódio: 06
Título: Blood of My Blood
Roteiro: Bryan Cogman
Direção: Jack Bender
Elenco: Isaac Hempstead Wright, Nikolaj Coster-Waldau, Emilia Clarke, Lena Headey, Natalie Dormer, Hannah Murray, Ellie Kendrick, Faye Marsay, Tobias Menzies, Essie Davis, Tom Wlaschiha, Maisie Williams, Jonathan Pryce, Joseph Mawle, John Bradley e David Bradley.
Graus de KB: 2 – David Bradley atuou em Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005) ao lado de Gary Oldman, que esteve em Assassinato em Primeiro Grau (1995) ao lado de Kevin Bacon.
achei ótimo esse episodio, vou falar dos 4 melhores momentos do episódio que eu mais gostei: ele iniciou super tenso com a fuga de Bran e Miriam pela tempestade de gelo com os mortos-vivos em seus calcanhares, e sem contar com as visões que o bran teve e uma delas a do rei louco mandando queimar geral, e a tão chegada do tio Benjen agora como mãos frias uma das criações das filhas da Floresta, salvando o sobrinho dos zumbis, até que enfim o alto pardal teve uma cena boa sem aqueles diálogos enfadonhos num momento em que pensei que jaime iria trucidar aquela galera toda e o alto pardar consegue dar aquela reviravolta toda, e a situação da Arya agora ficaram complicadas, já que la não conseguiu completar seu teste, eu queria que ela tivesse conseguido pois a personagem iria ficar ainda mais interessante agora fica complicado saber como será que as coisas vão acontecer, provavelmente ela irá matar aquela galega vamos esperar pra ver, enquanto a Daenerys só tenho a dizer uma coisa…Westeros que se prepare porque o bicho vai pegar!