Crítica | O Telefone Preto

Crítica | O Telefone Preto

Ethan Hawke assume seu papel mais assustador em O Telefone Preto. O longa de terror estreia no próximo dia 21 de julho nos cinemas de todo o país. Baseado no conto homônimo de Joe Hill – que é filho do escritor Stephen King, diga-se de passagem – , o filme já ultrapassa a marca de US$100 milhões nas bilheterias do mundo inteiro e entrega boas doses de suspense, sobrenatural e a excelente performance de Hawke.

Dirigido por Scott Derrickson (O Exorcismo de Emily Rose e A Entidade), o filme se passa em 1978 e narra uma série de desaparecimentos de crianças, na cidade de Denver. Finney Shaw (Mason Thames), um estudante de 13 anos, vê colegas e amigos desaparecerem, no bairro onde mora. Mesmo assim, nem mesmo a irmã sensitiva Gwen (Madeleine McGraw) impede que Finn seja a próxima vítima. 

Preso em um porão escuro e à prova de som, o garoto passa a receber ligações de um telefone preto desligado. As vozes do outro lado da linha são de outras vítimas do Sequestrador e buscam ajudar Finn a fazer o que elas não conseguiram: escapar. A mistura de vozes do além e o crescente suspense a cada vez que Hawke aparece em tela fazem de O Telefone Preto um suspense de tirar o fôlego. 

Com uma performance ótima, Ethan Hawke (Sequestrador) usa máscaras assustadoras para gerar impacto no público e a expressão de seus olhos torna tudo muito mais bizarro. Com outros recursos como voz e expressão corporal, Hawke aparece como um tiozão apavorante de meia idade que resgata um padrão abusivo para sequestrar e matar crianças da região.

E por falar em crianças, elas não deixam a desejar na atuação. Finn (Mason Thames) performa tão bem que, ironicamente, chega a ser a única real incoerência no filme: como um adolescente de 13 anos conseguiu manter a calma em um momento tão traumatizante e assustador como um sequestro. E Gwen (Madeleine MacGraw), a irmã vidente que tem sonhos que dão pistas sobre os desaparecimentos e cuja valentia é vibrante e ao mesmo tempo reconfortante.


Uma frase: – “Jesus?! Jesus, o que diabos está errado com você?!”

Uma cena: O Sequestrador cochilando com o cinto na mão.

Uma curiosidade: O Sequestrador (The Grabber) usa várias máscaras assustadoras ao longo do filme, cada uma expondo diferentes partes de seu rosto. A máscara foi desenhada pelo lendário maquiador protético Tom Savini. A primeira vez que Mason Thames viu a máscara icônica, ele disse que era aterrorizante, juntamente com a performance arrepiante de Ethan Hawke como O Sequestrador.


O Telefone Preto (The Black Phone)

Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Scott Derrickson e C. Robert Cargill
Elenco: Mason Thames, Madeleine McGraw, Jeremy Davies, James Ransone e Ethan Hawke
Gênero: Terror, Suspense
Ano: 2022
Duração: 103 minutos

Elaine Fonseca

Jornalista, servidora pública e nerd.

Um comentário em “Crítica | O Telefone Preto

  1. Assisti o filme e não gostei muito, principalmente do desfecho. Acho que o final pode ter uma interpretação ruim em relação a punitivismo ou de que “bandido bom é bandido morto”. A violência de algumas cenas também me incomodou, como naquele momento em que o jovem de origem mexicana espanca outro rapaz. Ah, e a “redenção” do pai no final também achei bizarra.

    Mas concordo com você em alguns pontos, como na construção do suspense e na ideia de explorar o lado das vítimas, ao invés do assassino.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *