Review | The Messenger

Review | The Messenger

Os jogos indie são definitivamente a salvação do mundo dos videogames. As desenvolvedores independentes têm apresentado novidades em games que pegam o estilo retrô e apresentam novas ideias, transformando uma experiência nostálgica em algo atual e extremamente divertido. Esse é o caso de “The Messenger”, desenvolvido pela Sabotage Studio, lançado em 2018 para PC e Nintendo Switch, chegando ao PS4 em 2019. Ele é basicamente um game de plataforma em 2D com bastante influência da franquia Ninja Gaiden. Contudo, o jogo apresenta diversas surpresas e reviravoltas, transformando a experiência de jogá-lo em algo muito prazeroso.

O protagonista de The Messenger é um ninja que é convocado para entregar um pergaminho misterioso no topo de uma montanha. O game inicialmente é uma aventura em 2D onde o jogador tem que levar o personagem até o final da cada fase, enfrentando inimigos e também um chefão no final de cada uma delas. Durante o jogo existem entradas para uma loja, onde um vendedor misterioso conversa com o protagonista e vende melhorias para seu personagem, além de presentear também com itens que dão novas habilidades.

A jogabilidade é interessante ao manter o básico de aventuras em 2D com um botão de pulo, outro de ataque e um terceiro para arremesso de estrelas ninja. A novidade inicial é que ao acertar uma espadada no ar em algum objeto ou inimigo, é possível dar um novo pulo. Esse recurso será essencial para alcançar lugares mais altos ou até mesmo atravessar partes de uma determinada fase. Depois surgem novas habilidades como escalar paredes e planar. Dessa forma o game ganha um frescor ao apresentar melhorias na forma tradicional de se jogar nesse tipo de jogo.

Os gráficos e a trilha sonora são retrôs com influência dos jogos de 8 bits. Nesse quesito vem uma das principais surpresas de The Messenger, então caso:

[button-red url=”#” target=”_self” position=””]Aviso de SPOILERS[/button-red]

Os comentários a seguir falam sobre surpresas do game The Messenger

Uma das reviravoltas do jogo é uma espécie de viagem no tempo, então The Messenger evolui de um game de 8 bits para um de 16 bits. Dessa forma os gráficos ficam mais bonitos e ocorre também uma pequena melhora na qualidade do som da trilha sonora. Esse saltos temporais surgem inicialmente como uma “brincadeira” com a história e evolução do mundo dos games, mas depois se torna essencial para a narrativa e a jogabilidade, já que é necessário pular de um estilo para o outro com o objetivo de avançar na fase, pois somente em cada determinado “tempo” o nível se apresenta de uma forma diferente.

Então vamos para a segunda reviravolta e que dá a The Messenger um outro grau de profundidade em sua jogabilidade. A partir de determinado ponto do jogo ele se transforma em um Metroidvania. Com isso o mapa das fases é liberado e o jogador precisar retornar a algumas delas em busca de notas musicais necessárias para quebrar o “feitiço do tempo”.

Agora o lojista além de vender melhorias e dar novas habilidades ao jogador, ele também apresenta dicas para se descobrir onde achar as notas musicais. E os diálogos com ele e os outros personagens são outras surpresas de The Messenger, já que o tom das conversas é bem divertido, mostrando que a narrativa é mesmo bem absurda e engraçada para se levar a sério.

É curioso, por exemplo, que após derrotar alguns chefões de fase eles conversem com você e digam que estavam de boa e na deles, aí você veio e começou uma briga sem necessidade. No entanto depois te agradecem e até mesmo te ajudam a continuar com sua aventura. Essa brincadeira define bem o tom de comédia do game deixando a narrativa ainda mais divertida de se acompanhar.

Outro ponto importante é como a Sabotage Studio se preocupou até com pequenos detalhes, como por exemplo ao se entrar na água o som da trilha sonora fica um pouco abafado. É o tipo de coisa que aumenta o grau de imersão do jogador dentro da narrativa e do universo do game.

Em síntese, The Messenger é mais um excelente game indie que pega uma premissa simples e um gênero, no caso plataforma 2D, e cria uma nova e surpreendente forma de jogar. O jogo apresenta ótimas reviravoltas que irão proporcionar algumas boas horas de diversão para o jogador.

Para completar, ainda foi lançado um conteúdo DLC gratuito com uma história paralela que pode ser jogada de preferência após terminar o game, com mais algumas horas de alegria para quem não tiver cansado de The Messenger.


Classificação:


The Messenger

Plataformas: Microsoft Windows, Nintendo Switch e PlayStation 4
Produtora: Devolver Digital
Desenvolvedora: Sabotage Studio
Desenvolvedora: Thierry Boulanger
Ano: 2018

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

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