Crítica | Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa

Crítica | Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa

O trabalho do diretor(a) é – quase sempre – o responsável pela maneira como o filme é visto e apresentado ao público, já que este/esta influenciam, decidem e dão sugestões em todas as partes formadoras da película, desde a atuação do elenco até o estilo da trilha sonora. Dessa forma, é ele/ela responsável pela tarefa de expor ao público um roteiro fechado e uma boa história de uma maneira bastante divertida e que capte a atenção do telespectador durante todo o filme. E é justamente isso que o público pode degustar no novo filme da editora DC Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fabulosa. Na direção de Cathy Yan, o filme retrata um simples roteiro de uma maneira bastante rica e complexa, com um tom divertido e com várias cenas de representatividade e empoderamento.

Na nova película do DCEU (Universo Estendido DC), uma das características mais fortes – além do belo e preciso trabalho da direção – é o trabalho desempenhado pelo elenco. Tanto as atrizes quanto os atores fazem um excelente papel de atuação, passando para o público a sensação de que a personalidade dos personagens foi absorvida e encarnada de uma maneira não trabalhosa, resultando em personagens muito divertidos e ricos em suas características presentes em várias cenas do filme. Duas atuações que mais exemplificam isso são as entregues por Margot Robbie e Ewan McGregor. No papel de Arlequina, Margot traz uma personagem bastante divertida e empoderada tentando lidar da maneira mais “louca” e otimista possível com as consequências do fim de seu relacionamento e de suas aventuras já vividas. E já como Máscara Negra, Ewan traz uma leveza tão forte ao interpretar um personagem com grande peso de personalidade que é passado através da telona a sensação de que ele se divertia muito ao fazer a atuação deste. As outras atrizes, como Jurnee Smollett-Bell (Canário Negro), Ella Jay Basco (Cassandra Cain), Rosie Perez (Renee Montoya) e Mary Elizabeth Winstead (Caçadora), também trazem versões de suas personagens muito divertidas, empoderadas e prazerosas de se degustar – principalmente nas cenas de ação – juntamente a Robbie.

Outro ponto fortíssimo são as cenas de ação presentes na maior parte do filme. Mesmo com a utilização pequena de CGI, essas cenas não deixam de retratar lutas bastante desafiadoras com as personagens presentes no momento. A trilha sonora, juntamente com o cenário do local da cena e com a belo trabalho das atrizes do filme – já que elas protagonizam a maioria das cenas desse tipo – trouxe para o público cenas épicas e divertidas de combate ora solo – com somente uma lutando – ora em conjunto – que, em particular, são as melhores cenas -.

Além dos pontos apresentados acima, outro forte elemento que compõe o filme – responsável também por trazer um tom mais descontraído a história – é a trilha sonora. Gravada pela Atlantic Records, o “soundtrack” do filme se destaca por ser bastante diversificado, uma vez que este trouxe não apenas músicas elaboradas e feitas exclusivamente para o filme como também trouxe músicas famosas e animadas – como Joke’s On You, Lonely Gun e Smile – para fazer parte da película. O “estilo” musical presente no filme, na maior parte das cenas, é muito parecido com o estilo das músicas presentes nos dois trailers principais do filme. E é por ter músicas com tons e letras animadores, fortes e empoderados que as cenas da película puderam dar continuidade ao tom descontraído e divertido presente e apresentado nos trailer. Além das cenas, a trilha sonora também combina com a personalidade dos personagens na cena em que tanto a trilha junto a personalidades está presente. Por isso, a presença de músicas com tons mais graves e músicas com tons mais leves e animados é uma mistura comum em algumas cenas do filme.

Um recurso muito utilizado pelos filmes, séries e peças teatrais atuais é a famosa quebra da quarta parede, isto é: quando o personagem na tela interage com o público que o assiste. Nos trailers de Aves de Rapina, nota-se a presença forte dessa técnica para descrever a história e um pouco das cenas. No filme, além de ser mantido o tom musical dos trailer, essa técnica foi mantida e muita usada na película dirigida por Cathy Yan. Desde o início ao fim do filme, o roteiro fechado e a história simples foram expostos com a utilização muito forte dessa técnica atual, não atrapalhando em cena alguma a continuidade dos fatos ao longo do filme. Essa forte utilização, inclusive, é um dos elementos que mais traz o tom descontraído e divertido para a obra já que, assim como nos trailer, a Arlequina traz sua versão de como aconteceu a história de maneira única e divertida.

Em resumo, a mais nova obra da editora DC é rica em cenas divertidas, com personagens muito bem interpretadas, bem humoradas e bastante empoderadas mergulhadas em cenários bastante coloridos e roupas nem um pouco sexualizadas, contando também com a presença ilustres de uma incrível e animada trilha sonora. Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fabulosa é um filme que todos fãs de obras baseadas em quadrinhos e de personagens fortes devem ter o prazer de degustar na telinha do cinema.


Uma frase: – Arlequina: “É de mim que deveriam ter medo. Não de você. Não do Sr. C. Porque eu sou a Arlequina”

Uma cena: O combate com todas as personagens no Parque dos Horrores.

Uma curiosidade: A atriz Margot Robbie, que dá vida a personagem da Arlequina, foi uma das produtoras do filme.


Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn)

Direção: Cathy Yan
Roteiro:
Christina Hodson
Elenco: Margot Robbie, Rosie Perez, Mary Elizabeth Winstead, Jurnee Smollett-Bell, Ella Jay Basco, Ewan McGregor, Ali Wong e Chris Messina
Gênero: Ação, Aventura, Comédia
Ano: 2020
Duração: 109 minutos

Pérola Lordello

Sou a jovem e empoderada mascote desse site maravilhoso. Moro em Salvador e sou uma estudante bem nerd, amante de tudo relacionado à cultura Geek que há nesse mundão. Também tenho mais duas paixões eternas (além da melhor e mais forte e maravilhosa heroína de todos os tempos): o futebol e os dinossauros.

2 comentários sobre “Crítica | Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa

  1. O filme tem muitas cenas incríveis de luta, muito bem coreografadas! Mulherada porradeira total! Gostei também da quebra da quarta parede, da atuação de Margot e me surpreendi com a Canário. Só achei o final um pouco breguinha kkkkk

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