Clássicos | A Montanha dos 7 Abutres (1951)

Clássicos | A Montanha dos 7 Abutres (1951)

Se eu elaborasse uma lista dos meus 10 diretores preferidos é certo que Billy Wilder faria parte dela. O austríaco naturalizado americano é dono de uma rica filmografia. Ele possui tantos sucessos estrondosos que às vezes alguns filmes excelentes podem ficar um tanto esquecidos. É o caso desta obra-prima chamada A Montanha dos 7 Abutres.

Kirk Douglas interpreta Charles Tatum, um jornalista que passou a viver em uma cidade pequena e que está sedento por um furo de reportagem. Quando dirigia o seu carro rumo a um evento não muito promissor, Tatum para em uma cidadezinha para abastecer o carro. Lá ele fica sabendo que um homem está preso em uma mina e aí ele vê uma grande oportunidade.

As declarações de Tatum já nos faziam suspeitar de que ele poderia fazer de tudo para se destacar como jornalista. Suas atitudes nos dão certeza disso. Tatum manipula a situação e os outros habitantes da cidade de uma forma imoral. Ao invés de tentar o resgate da maneira mais fácil, ele faz os outros acreditarem que o melhor é perfurar a montanha desde o topo. Quanto mais demora o resgate, mais tempo ele tem para noticiar o fato e ficar em evidência. Desumano.

Um grande circo se arma na cidadezinha. E é impressionante notar como todos tentam usar a desgraça alheia para lucrar de alguma forma. O xerife quer ser reeleito, o restaurante vende como nunca, agora cobra-se para entrar na região da mina, um compositor faz uma balada para registrar o momento e por aí vai. São poucos os que se salvam.

O teor crítico do filme é muito forte. A Montanha dos 7 Abutres é pesado. Daquelas experiências difíceis de esquecer. O filme transcorre em um ritmo invejável. Não há cena inútil. Os diálogos beiram a perfeição.

O jornalismo sensacionalista e a fascinação do público pelo desastre são os grandes assuntos trabalhados aqui, mas a carga emocional também é destaque. As conversas do homem preso na mina com Tatum são angustiantes.

A Montanha dos 7 Abutres é um clássico atemporal. Um filme de qualidade rara que confirma a genialidade de Billy Wilder e de Kirk Douglas.

 

 

Bruno Brauns

Fã de sci-fi que gosta de expor suas opiniões por aí! Oinc!

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