Crítica | Game of Thrones – 6×07: The Broken Man
Quando tudo do que um homem é feito é dor, sofrimento e violência, é preciso às vezes que ele seja despedaçado, e reconstruído, apenas para que possa ele mesmo vir a se tornar uma força de destruição pura e inclemente.
The Broken Man, o sétimo episódio da sexta temporada de Game of Thrones, segue desenvolvendo as linhas narrativas apresentadas no episódio anterior. As peças para a grande batalha pelo Norte continuam a se mover e os Stark seguem tentando, a duras penas, arregimentar tropas e lealdade dos nortistas para enfrentar os Bolton, na luta que pode decidir o destino dos homens vivos.
O Norte, afinal, é parte fundamental da luta contra o Rei da Noite – eu sinceramente me pergunto quantas vezes Sor Davos Seaworth recorrerá a esse argumento com sucesso – e contra os exércitos dos mortos. Mas mais do que um episódio de desenvolvimentos e preparações, esse episódio é marcado por motivações e por homens destruídos, em uma medida ou outra, que buscam, dolorosamente, reencontrar seu rumo.
[button-red url=”#” target=”_self” position=””]Aviso de SPOILERS[/button-red]
Os comentários a seguir falam sobre acontecimentos narrados em The Broken Man, o sétimo episódio da sexta temporada de Game of Thrones.
#GoT (S06E07) – The Broken Man
Não é exagero afirmar que Game of Thrones tem mais do que sua cota justa de homens quebrados. Ao ler o título do sétimo episódio a primeira imagem que me veio a mente não poderia ser outra que não a de Theon Greyjoy. Devastado por tudo que perdeu e sofreu, e por todo sofrimento que causou, Theon ainda sente dificuldade em encontrar o equilíbrio necessário para ser útil à sua irmã.
Mas Yara não está disposta e permitir que o irmão se afunde mais e mais em autopiedade. Em uma terapia de taverna digna de piratas, tenta fazer ao menos uma imagem do velho Theon retornar. Afinal, ela precisa dele para que juntos naveguem até Mereen e façam um acordo com Daenerys Targaryen.
Mas também seria possível pensar que o homem quebrado que dá nome ao episódio não seria outro que não o Regicida, Jamie Lannister. Enviado para auxiliar os Frey a retomar Correrio do lendário Brynden ‘”Blackfish” Tully, o único sucesso que ele obtém é de ser lembrado que o epíteto de Regicida talvez não seja o que mais lhe cause vergonha. Ele também é um Oathbreaker, um homem sem palavra, e Blackfish dolorosamente o faz lembrar disso ao responder à proposta de rendição de Jamie: onde estão Sansa e Arya, ele pergunta, e o que foi feito da promessa que ele fizera a sua sobrinha, Catelyn Stark.
Brynden ‘”Blackfish” Tully também é, sem dúvida, um homem quebrado. Mas aquilo que se partiu dentro dele após o casamento vermelho é justamente aquilo que o mantém em movimento, e o transforma em uma força implacável e inflexível, capaz de se tornar no maior pesadelo de Jamie Lannister. Para Blackfish, como ele muito bem afirma, a guerra jamais terminou.
Nem mesmo as ameaças a seu sobrinho Edmure Tully são capazes de dissuadi-lo. Blackfish não está disposto a entregar Correrio e, mais que isso, parece ter entre seus principais objetivos garantir que os Frey e os Lannister sofram amargamente tanto quanto possível. Talvez, não tivesse ele perdido suas sobrinhas netas, ou soubesse do destino delas e de sua segurança, a história fosse outra.
Sansa vai muito bem, e prova que, pelo menos em personalidade, a personagem só faz crescer na série. Sansa é aquela que parece dar todas as cartas, abertamente, e mantendo-as algumas outras na manga, enquanto se põe ao lado de outro homem quebrado: seu meio-irmão, Jon Snow, claramente deslocado de seu ambiente, perdido em meio às negociações com os nobres que prestaram juramentos ao estandarte dos Stark, mas que não estariam dispostos a seguir um bastardo Snow.
Em contrapartida, é a Snow que os homens livres juram suas vidas e sua lealdade, e é entre eles que o bastardo sente-se mais à vontade e confortável. Jon, de fato, ainda se mostra bastante abalado por tudo que lhe aconteceu; mas é na batalha, lutando ao lado daqueles que acreditam nele, contra as chances mais desesperadoras, que ele provavelmente reencontrará seu caminho.
Quanto a Sansa, mais uma vez, eu apostaria minhas fichas que, diante do fracasso em amealhar tropas, o corvo que ela mandará tem o endereço certo de Lorde Baelish.
As mulheres, a propósito, parecem ser aquelas que cada vez mais tomam o protagonismo na série. Além de Sansa, fica claro nesse episódio que Margaery Tyrell também tem seus próprios planos. A rainha parece estar tentando, de alguma forma, também manobrar o Alto Pardal, e sua conversão não foi tão sincera quanto ele poderia desejar. Ante as ameaças da Fé Militante Margaery decide alertar – através de uma mensagem cifrada – sua avó, a Rainha dos Espinhos, a deixar Porto Real o quanto antes.
Olenna Tyrell aceita o conselho, mas não sem antes colocar Cersei em seu devido lugar, e lembrá-la que, ao dar poder à Fé Militante foi a própria leoa dos Lannisters quem atraiu sua própria desgraça. A Cersei, humilhada e enfraquecida, não restou muito o que fazer, ao menos no momento, a não ser ficar calada.
Arya Stark, por sua vez, tenta preparar seu retorno para casa. Infelizmente comete um erro que alguém que é perseguida por assassinos capazes de mudar de rostos, que inclusive a treinaram, jamais deveria cometer: baixa a guarda e é esfaqueada nas vísceras. Era de se esperar mais dela, mas, ainda assim, ela consegue escapar gravemente ferida. Minhas apostas é que ela provavelmente será amparada pela trupe de artistas com quem se envolveu nos últimos episódios. Ainda tenho expectativas que a narrativa de Arya trará grandes surpresas e grandes impactos no futuro. Vamos torcer que sim.
Afinal, o Broken Man ao qual o título faz referência, não é outro senão aquele que teve seu destino mais profundamente relacionado à Arya Stark: Sandor “The Hound” Clegane. Sim, para o desalento de alguns e alegria de muitos, ele não morreu. Sandor é um homem que foi física e mentalmente destruído e levado a pedaços. Foi deixado para morrer justamente por Arya Stark, após sua épica luta contra Brienne de Tarth, mas foi encontrado por um septão.
Ou melhor, por um ex-soldado (interpretado pelo sempre ótimo Ian McShane) que se arrependeu de seus crimes e decidiu que era hora de fazer o bem, independentemente de qualquer formalidade religiosa. Um homem que no passado também esteve quebrado, mas que ao acreditar numa força maior, se reconstruiu e encontrou um caminho; e vendo muito de si em Sandor Clegane, enxergou nele um reflexo, talvez, e uma chance de salvar uma alma que como ele, no passado, esteve perdida.
Sandor sempre conheceu apenas a linguagem da violência, e para ele, é difícil encontrar redenção quando tudo que há dentro dele é ódio e desejo de destruição. O desafio torna-se ainda maior após os eventos que são mostrados no episódio, e que são necessários para retirá-lo de sua letargia e colocá-lo mais uma vez como um personagem em movimento na trama. O destino do Hound ainda é difícil de se determinar, mas certamente ele deixará um rastro sangrento por onde passar.
Série: Game of Thrones
Temporada: 6ª
Episódio: 07
Título: The Broken Man
Roteiro: Bryan Cogman
Direção: Mark Mylod
Elenco: Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey, Natalie Dormer, Faye Marsay, Tobias Menzies, Maisie Williams, Jonathan Pryce, Sophie Turner, Kit Harington, Liam Cunningham, Alfie Allen, Jerome Flynn, Diana Rigg, Clive Russell, Rory McCann e Ian McShane.
Graus de KB: 2 – David Bradley atuou em Fúria de Titãs (2010) ao lado de Nicholas Hoult, que esteve em X-Men: Primeira Classe (2011) ao lado de Kevin Bacon.
Essa é, sem dúvidas, o review mais rápido de todos os 7 Reinos.
Acredito que a jogada de Sansa ficou muito clara, tentaram deixar um suspense mas o destino deve ser mesmo o pedido de ajuda a Mindinho. Mas será que vai ser assim tão óbvio ou estão preparando uma outra surpresa?
Sinto que, sem os livros, o pessoal tá percorrendo alguns caminhos bem perigosos. Agora voltei a ter vontade de ler os livros. Tenho mais confiança na narrativa de Martin do que esta, ainda que tenha sido orientada por ele.
Esse episódio foi bem sem ritmo. Gostei apenas das cenas em Riverrun, que passaram bem a ideia de como um cerco medieval é uma coisa suja.
No mais, queria que eles mostrassem esse sistema de teleporte do Norte. É bem eficiente.
Arya está fugindo de si mesma.
Sensacional! Não tinha me ocorrido essa hipótese.
Essa teoria é show, explodiu minha cabeça quando eu li.
E será que é possível fugir de si mesmo? kkk
Cara, estamos falando de uma ordem e assassinos que troca de rosto. Pode ser inclusive parte do treinamento.
o episodio foi ótimo, a unica coisa que deixou a desejar foi a falta de esperteza da Arya nem parece que tinha sido treinada, como que ela baixa a guarda daquela jeito? quando vi aquela velha se aproximando eu pensei: vai dar treta, acho que todo mundo que viu a velha desconfiou, menos Arya que parece que não pagou a cadeira sobre Suspeitas de pessoas, como uma pessoa sendo perseguida por homens sem rosto, podendo ser atacada a qualquer momento por que acredito eu que ela sabia que isso disso, dando sopa se abestalhando com a cidade sem desconfiar de ninguém, tendo que ela foi treinada e sabia dessas coisas, Arya burra.
Pois é Vader, eu também achava isso. Mas se vier a ser confirmar a teoria citada por Lionel Leal, de que Waif (a loirinha) na verdade é a própria Arya… wow!!! Show!!!
será? vamos ver…se for como você disse vai ser Show com certeza!
É a teoria que está rolando aí…
Deveriam dedicar um episódio à história das personagens secundárias, como Ser Davos, Ser Jorah, Bronn. Na minha opinião, este foi um dos melhores serie de ação que foi lançado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, em http://br.hbomax.tv/serie/Game-of-Thrones-Temporada-07-/501441 encontrei a sinopse, eu deixo aqui no caso de que ainda não viram.