Review | The Flash 2×10: Potential Energy
No décimo episódio da segunda temporada Barry tem que fazer uma difícil escolha sobre relacionamentos e se depara com o homem mais lento da Terra.
Em Potential Energy, o episódio dessa semana, Barry está sendo atormentado por pesadelos com Zoom. Seu maior temor é bem evidente: que Patty (Shantel VanSanten) seja vítima do seu mais perigoso inimigo. Os pesadelos de Barry levam Patty a buscar conselhos com Iris, o que acaba impulsionando a trama a uma situação de tensão já muito postergada: deveria Barry revelar que é Flash à sua namorada?
Claro que vemos opiniões das mais diversas, tanto contra quanto a favor. A mais marcante é mesmo a de Harrison Wells (Tom Cavanagh) que tem consciência do quão vulnerável um ente querido pode ficar perante Zoom, e deixa claro para Barry que, se ele se importa com aquela garota, que deve deixa-la fora disso.
Por outro lado isso também amplia a tensão com relação a situação de Zoom. Fica bem evidente que o Team Flash não está dormindo no ponto e busca a todo custo uma nova forma de vencer o vilão. Mas eles precisam de uma nova perspectiva. E é isso que acontece.
Harry já se deparou com um beco sem saída, até que Cisco sugere que a resposta talvez não seja tornar Barry mais rápido – que, lembremos, é exatamente aquilo que o vilão deseja que Harry faça – , mas insistir na linha de deixar Zoom mais lento. Como os dardos não funcionam contra um velocista, a resposta talvez esteja em uma tática mais abrangente.
A fábula da Tartaruga e do Flash
Assim convenientemente é trazido à luz o Tartaruga, um meta que Cisco vem investigando há algum tempo, e que teria, em sua teoria, poder de desacelerar as pessoas a seu redor ao ponto de paralisá-las. Caso consigam estudar o poder do Tartaruga de desaceleração do ambiente, seria possível reproduzir uma forma de deter Zoom. Convenientemente também o Tartaruga ataca mais uma vez e o Flash está lá para tentar confrontá-lo, mas o desafio se revela um pouco maior do que ele imaginava.
O roteiro desse episódio é muito bem resolvido, enfim, conseguindo partir de motivações pessoais para explorar tanto as relações entre os personagens quanto novas perspectivas de ação acerca da grande ameaça da temporada, aproveitando, mais uma, para inserir o vilão da semana de forma que faça sentido dentro do plano geral da trama. Claro que há algumas conveniências exageradas, como a já apontado, mas nada que incomode muito ao ponto de estragar a diversão.
Outro ponto positivo é que mais uma vez a produção da série consegue adaptar de maneira bem sucedida um vilão clássico do Flash. E isso graças a uma ótima adaptação de personagem e uma grande escolha de elenco (quem interpreta o Tartaruga é Aaron Douglas, famoso por seu ótimo papel em Battlestar Galatica).
O Tartaruga na verdade surgiu como um inimigo de Jay Garrick, na era de ouro, que posteriormente teve uma nova encarnação como inimigo do terceiro Flash, Wally West. Dessa forma a série consegue criar certa linha, ainda que metalinguística, entre os três velocistas principais da DC Comics, que, não por acaso, são personagens ativos nesse episódio.
Sim, pois uma das tramas que começa a ser mais explorada nesse episódio é da integração de Wally West (o filho antes desconhecido de Joe West) ao enredo.
Mais um Flash para o time?
Para quem não sabe Wally West, nas histórias clássicas, era o sobrinho de Iris West (então a namorada do Flash) que, fã do velocista escarlate, acaba sendo vítima de um acidente que reproduz as exatas condições daquele que deu poderes a Barry, transformando-o no Kid Flash. Ele logo se torna o jovem sidekick do Flash – como era comum na era de Prata dos quadrinhos – mais tarde, inclusive, se tornando membro fundador dos Novos Titãs, juntamente com Robin e Moça-Maravilha. Quando Barry Allen morre na Crise nas Infinitas Terras, Wally assume o uniforme escarlate e se torna o terceiro Flash. Isso ocorreu a partir da década de 80, e Wally West foi um Flash com significativo sucesso e excelentes histórias.
Há algum tempo já se sabia que Wally daria as caras na série do Flash e, seguindo uma mudança recente dos novos 52, que ele seria um jovem negro. É só questão de tempo até que Wally se torne mais uma velocista na série, seguindo uma já conhecida tradição da série de quadrinhos do velocista escarlate, que costuma tratar sempre com grupos de velocistas, de um lado, ou de outro do espectro moral que separa mocinhos e bandidos.
No final do episódio temos ainda mais uma importante presença. Eobard Thawne, o Flash Reverso, está de volta. Não sua versão que tomou a forma de Harrison Wells (Tom Cavanagh) na Terra-01. Mas a sua forma original (interpretada pelo ator Matt Letscher). E aparentemente não sabe ao certo onde ele foi parar. Mas as resposta para isso teremos apenas, quem sabe, no próximo episódio.
Série: The Flash
Temporada: 2ª
Episódio: 10
Título: Potential Energy
Roteiro: Bryan Q. Miller
Direção: Rob Hardy
Elenco: Grant Gustin, Jesse L. Martin, Carlos Valdes, Danielle Panabaker, Shantel VanSanten, Tom Cavanagh, Teddy Sears, Keiynan Lonsdale e Aaron Douglas.
Exibição original: 19 de Janeiro de 2016 CW
Graus de KB: 2: Aaron Douglas atuou em O Exorcismo de Emily Rose (2005) com Laura Linney, que esteve em Sobre Meninos e Lobos (2003) com Kevin Bacon.
Eu já me perdi, é perseverança e comprometimento ou você realmente gosta dessa série?
Eu gosto de verdade! É uma série para adolescentes eu sei. Mas também é uma adaptação muito boa de um dos melhores personagens da DC. E eles sabem conduzir bem a trama. Vale a pena.
Eu gostaria bem da série mais se Barry Allen não sofresse de Alzheimer e esquecesse dos próprios poderes a todo instante.