Clássicos | O Nascimento de uma Nação (1915)
A importância de O Nascimento de uma Nação para o cinema é gigantesca. Dirigido pelo lendário D.W. Griffith, o filme possui várias inovações técnicas e ainda ajudou a definir um padrão de como se contar uma história. Com suas quase 3 horas de duração, a trama aborda momentos relevantes da História dos Estados Unidos, como a abolição da escravatura, a Guerra Civil, o assassinato de Abraham Lincoln e a criação da mais do que odiosa Ku Klux Klan.
Apesar de longo e de possuir atuações obviamente datadas, O Nascimento de uma Nação flui em um ritmo relativamente acessível e não há como não se impressionar com a criatividade do diretor para alcançar um bom resultado em termos estéticos, inclusive investindo em competentes cenas de ação. Trata-se de um trabalho digno de aplausos e reconhecimento quando analisamos todos o seus atributos técnicos, mas moralmente é digno de repulsa. A visão deturpada de Griffith causa incômodo ainda nos dias de hoje. Basicamente, o filme considera os ex-escravos como uma grande ameaça e faz dos membros da Ku Klux Klan verdadeiros heróis. A sequência que mostra membros desse grupo bizarro salvando o dia de maneira triunfal ressalta isso. Não foi à toa que Griffith chegou a ser acusado de racismo.
De qualquer forma, O Nascimento de Uma Nação é uma obra das mais relevantes para começarmos a tentar entender a Sétima Arte. É necessário um pouco de paciência para apreciá-lo, afinal é um filme mudo de quase 3 horas que transmite uma mensagem perturbadora. Tenha calma que você se sentirá recompensado. Chega a ser difícil de acreditar que alguém conseguiu realizar um épico de tamanha magnitude há 100 anos. Há quem diga que Intolerância – lançado por um Griffith um ano depois – seja ainda melhor.