Review | House of the Dragon – S01E09 – The Green Council
Após assistir The Green Council podemos nos perguntar: onde reside o verdadeiro poder?
Perde muito quem ainda não se deu conta do que se trata a série de livros de fantasia medieval criada por George R.R. Martin. Não é uma história sobre dragões, simplesmente. Trata-se simplesmente de um alegórico e sofisticado estudo sobre o poder. E como toda a ritualística que o acompanha se torna, muitas vezes, trivial ou até mesmo vazio quando as verdadeiras ambições pelo poder de revelam de fato.
[button-red url=”#” target=”_self” position=””]Aviso de SPOILERS[/button-red]
Os comentários a seguir falam sobre acontecimentos encontrados em The Green Council, o nono episódio da primeira temporada de House of the Dragon.
Talvez eu tenha sido um pouco precipitado, ou até mesmo injusto, ao sugerir que não se trata exatamente de uma história sobre dragões. Na verdade, trata-se exatamente disso. Porém os dragões, aqui, funcionam como a melhor alegoria possível para o poder político que alguém poderia imaginar. E, como é de praxe, no penúltimo episódio da temporada de uma série da franquia (já podemos chamar assim, não é mesmo) somos presenteados com uma dose cavalar de realidade acerca da extensão das relações de poder em um lugar como Westeros.
Tudo isso, é importante ressaltar, é desenvolvido através de um excelente roteiro, com diálogos muito bem colocados que dão a cada um dos ótimos atores a possibilidade de entregar atuações muito acima da média que vinham entregando até então. Não que o trabalho de atrizes como Olivia Cooke, a rainha Alicent, ou Eve Best, a rainha que não foi, Rhaenys Targaryen, seja menos do que excelente ao longo de toda temporada. Aqui, porém, o texto dá a elas – assim como a cada um dos atores – a oportunidade de verdadeiramente brilhar.
Afinal, o nono episódio da primeira temporada de House of the Dragon começa de forma primorosa, com uma verdadeira aula de fotografia por parte de Alejandro Martinez embalada pela já costumeira excelente e, nesse episódio, especialmente magistral, trilha sonora de Ramin Djawadi (evocando temas que remontam à tensão e densidade fúnebres que marcaram a sexta temporada da série original). Tudo isso engendrado com maestria pela diretora Clare Kilner, que presenteia a audiência com um conto silencioso e progressivamente tenso que irá explodir com adequada dramaticidade e magnitude na impressionante cena final do episódio. A cena que responde à nossa pergunta: onde reside o verdadeiro poder?
A resposta, é evidente, como vocês já devem ter percebido não é outra senão, nos dragões. Ao entrar em cena literalmente “crashing” a cerimônia de coroação de Aegon II, Rhaenys coloca todos ali aos seus pés; e ao decidir “poupá-los”, ela evidencia quão imensa é a pequenez daqueles homens, especialmente a de Otto Hightower (o sempre maravilhoso também Rhys Ifan), que insistem em tramas e escaramuças para garantirem para si a ilusão de controle sobre aquilo que, verdadeiramente, jamais serão capazes de sequer compreender, que dirá controlar: o verdadeiro poder. Há também ali, sem dúvida, um ato de escárnio e provocação. Com seu ato, que para os desavisados pode ser tomado como um erro, Rhaenys está fazendo um convite para aqueles que tomaram seu direito ao trono, e agora querem fazer o mesmo com Rhaenyra. É como se ela dissesse: “Não é o poder que vocês querem? Este é o poder. Pois venham, e tomem ele. Se forem capazes”. É, enfim, um convite para uma dança. A Dança dos Dragões.
* Em tempo, cabe aqui um pedido de desculpas para aqueles que me leem regularmente. Trabalho e saúde têm dificultado uma escrita regular de cada episódio. Pretendo trazer, ainda, contudo, algumas reflexões acerca dos episódios prévios, sobre os quais ainda não escrevemos aqui. Abraços e até a próxima.
House of the Dragon (A Casa do Dragão)
Temporada: 1ª
Episódio: 09
Título: The Green Council
Roteiro: Sara Hess
Direção: Clare Kilner
Elenco: Paddy Considine, Matt Smith, Olivia Cooke, Emma D’Arcy, Rhys Ifans, Steve Toussaint, Eve Best, Sonoya Mizuno, Fabien Frankel, Milly Alcock, Emily Carey, Graham McTavish, Matthew Needham, Jefferson Hall, Harry Collett, Tom Glynn-Carney, Ewan Mitchell, Bethany Antonia, Phoebe Campbell e Phia Saban
Exibição original: 16 de outubro de 2022 – HBO
Caro amigo, preciso discordar muito de você, mas essa cena em especial me fez odiar a minha própria vida. Perdi 9 horas assistindo uma série bem mediana e recheada de cenas muito escuras, impossíveis de serem vistas durante o dia mesmo numa tv nova e cheia dos paranauê.
Para completar, essa cena da pessoa aparecer e poder destruir todo mundo e sair para dar um recado é um escárnio com quem tá assistindo. Ou ela simplesmente aparecia fugindo e dando o recado, ou ela resolvia
Achei ridículo e triste, para uma série que estava sendo apenas mediana.
Pelo menos eu só perdi 10 horas da minha vida, para as outras temporadas irei apenas acompanhar os resumos