Crítica | Um Lugar Silencioso – Parte II

Crítica | Um Lugar Silencioso – Parte II

Após o sucesso do 1º filme era de se esperar que “Um Lugar Silencioso – Parte II” fosse produzido, mas será que era realmente necessário? Bom, considerando a lógica dos grandes estúdios é claro que sim, já que é uma oportunidade de ganhar mais dinheiro. Já do ponto de vista artístico, essa continuação dirigida novamente por John Krasinski pouco acrescenta ao longa anterior, mas mantém o padrão de qualidade.

Um dos pontos positivos da narrativa dessa parte 2 é começar apresentando o dia 1 da invasão das criaturas, que não tinha sido mostrado no 1º filme. Assim, nos encontramos novamente com Lee (John Krasinski), conhecemos um novo personagem chamado Emmett (Cillian Murphy) e descobrimos como o caos começou.

Esse início é muito bom e mostra toda a qualidade técnica de Krasinski como diretor. A montagem é muito boa na construção da tensão e movimentos de câmera que criam a ação de forma inteligente, como por exemplo, ao mostrar o ponto de vista de dentro do carro enquanto Evelyn (Emily Blunt) dirige fugindo de um ônibus vindo em sua direção.

Em seguida voltamos ao tempo presente e encontramos a família Abbott seguindo em frente após os incidentes ocorridos na parte 1. Eles reencontram-se com Emmett que se torna um aliado, apesar de sua resistência. Quem assume o protagonismo da narrativa é Regan (Millicent Simmonds), a filha mais velha. Se no 1º filme ela lidava com a culpa em relação a morte do irmão mais novo, agora a jovem quer seguir o caminho do pai para implementar a descoberta do uso de seu aparelho de surdez no combate às criaturas. Dessa vez a jornada de redenção é de Emmett, que perdeu sua família.

Assim o roteiro escrito pelo próprio John Krasinski apresenta poucas novidades narrativas em comparação com o 1º filme, já que muitos dos temas se repetem. Surgem novos elementos, como a aparição de outros humanos, mas “Um Lugar Silencioso – Parte II” dá pouco espaço para que isso seja desenvolvido de maneira satisfatória.

Sobra então para o filme dirigido por John Krasinski investir no que ele tem de melhor: as cenas de terror e suspense. Nesse sentido o filme se desenvolve muito bem criando o clima de tensão na medida certa, com bons sustos e o mesmo primor técnico do filme anterior. Mais uma vez o som assume papel importante na narrativa, com cenas em silêncio, especialmente do ponto de vista de Regan, bem interessantes, além de uma ótima trilha sonora.

Em síntese, “Um Lugar Silencioso – Parte II” é uma continuação desnecessária, mas que graças a ótima construção técnica apresenta ao espectador uma boa experiência, ainda que não muito diferente do filme anterior.


Uma frase: – Evelyn: “Corram.”

Uma cena: O início do filme que mostra o início da chegada das criaturas. 

Uma curiosidade:  Os roteiristas Scott Beck e Bryan Woods decidiram não voltar a escrever a sequência, preferindo se concentrar em vários novos projetos.


Um Lugar Silencioso – Parte II (A Quiet Place Part II) 

Direção: John Krasinski
Roteiro: John Krasinski 
Elenco: Emily Blunt, Cillian Murphy, Millicent Simmonds, Noah Jupe, Djimon Hounsou e John Krasinski
Gênero: Drama, Terror, Ficção Científica, Suspense
Ano: 2021 
Duração: 97 minutos

Ramon Prates

Analista de sistemas nascido em Salvador (BA) em 1980, mas atualmente morando em Brasília (DF). Cinema é sem dúvidas o meu hobby favorito. Assisto a filmes desde pequeno influenciado principalmente por meus pais e meu avô materno. Em seguida vem a música, principalmente rock e pop.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *